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Qual é o limite da resistência humana?

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O corpo humano é uma verdadeira máquina. Cada pedacinho de nós está interligado, garantindo todo o bom funcionamento que nos permite viver e caminhar sobre a Terra. São muitos quilômetros de vasos sanguíneos, milhões de pelos e células, onde cada um exerce uma função específica para nos manter protegidos e vivos.

Nosso corpo também tem vários mecanismos de defesa que nos permitem passar por momentos mais adversos. Mas por mais que nosso corpo possa se adaptar ou fazer alterações para nos manter bem, para tudo existe um limite. Nós não somos super-homens e tudo em nosso corpo tem um limite. Mas qual será esse limite?

Com essa pergunta em mente, os pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram qual é o limite da resistência humana. Eles fizeram isso analisando uma corrida de cinco mil quilômetros, o Tour de France, e outros eventos esportivos de elite.

O que eles tiveram como resultado foi 2,5 vezes a taxa metabólica de repouso do corpo, ou quatro mil calorias por dia em média. E qualquer coisa que seja acima disso não é sustentável para o corpo a longo prazo.

Um resultado interessante da pesquisa foi que as mulheres grávidas são especialistas em resistência. Isso porque elas vivem quase no limite do que o corpo humano consegue aguentar.

Estudo

Os pesquisadores começaram o estudo analisando a Race Across USA, que é uma ultra maratona onde os atletas percorrem cinco mil quilômetros da Califórnia até Washington DC em 140 dias. No total, os competidores fazem seis maratonas por semana, durante meses.

Os cientistas foram ver os efeitos desse desgaste nos participantes. Eles registraram as calorias queimadas e a taxa metabólica de repouso, que são as calorias que o corpo queima quando está relaxado, e assim, foram medidas antes e durante a corrida.

Pelos resultados, foi possível ver que o uso de energia começou alto mas acabou se estabilizando em 2,5 vezes do que seria a taxa metabólica de repouso.

Picos

Um padrão também foi encontrado entre o tempo de um evento e o gasto de energia. Foi visto que, quanto mais longo o evento, mais difícil era queimar as calorias. O que quer dizer que as pessoas podem ir muito além da sua taxa metabólica básica enquanto fazem um exercício breve. Mas a longo prazo, isso se torna insustentável.

Um exemplo disso são os corredores que fazem uma maratona e usam 15,6 vezes a taxa metabólica de repouso. Os ciclistas no Tour de France durante os 23 dias usaram 4,9 vezes a taxa metabólica de repouso. E um atleta fazendo um trekking de 95 dias pela Antártida usa 3,5 vezes sua taxa metabólica de repouso. E as mulheres grávidas, atingem o pico do uso de energia de 2,2 vezes a taxa metabólica de repouso.

“Você pode fazer coisas realmente intensas por alguns dias. Mas se quiser durar mais tempo, é preciso baixar a bola”, explicou o médico Herman Pontzer, da Universidade de Duke.

Limite

Segundo a explicação dos pesquisadores, o número de 2,5 pode ser relacionado ao sistema digestivo humano e não ao coração, pulmões e músculos. Eles descobriram que o corpo não pode desligar, absorver e processar calorias e nutrientes suficientes para sustentar um nível mais alto de uso de energia.

O corpo usa seus próprios recursos queimando gordura ou massa muscular, que podem ser recuperados depois em eventos mais curtos. Nos eventos que são extremos, quando o corpo está nos limites do esgotamento, ele precisa equilibrar seu uso de energia.

Segundo Pontzer, essas descobertas podem ajudar os atletas eventualmente. “No Tour de France, saber qual é o seu teto permite que você pedale de forma inteligente. Depois, estamos falando de resistência ao longo de dias, semanas e meses. Por isso os resultados são mais aplicáveis para pensarmos como os regimes de treinamento se encaixam com os limites metabólicos de longo prazo do corpo”.

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