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Terra é atingida pela maior tempestade solar desde 2005

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Quando pensamos em tempestade nos lembramos de ventos fortes, raios, trovões e muita chuva. Contudo, existe um outro tipo de tempestade, uma que pode ser mais devastadora do que as que estamos habituados. Essa é a tempestade solar, também chamada de tempestade geomagnética.

Semana passada essas ejeções de massa coronal acabaram atingindo nosso planeta na última sexta-feira. Ela foi a maior tempestade geomagnética dos últimos 19 anos, o que quer dizer que nada parecido era visto desde 2005.

Isso aconteceu porque a mancha solar gigante AR3664 disparou várias erupções produzindo ejeções de massa coronal (CME), que são nuvens imensas de partículas carregadas que viajam em alta velocidade na direção do espaço.

Então, algumas dessas CMEs acabaram vindo na direção da Terra e atingiram a magnetosfera do nosso planeta. E, como sempre acontece, o campo magnético da Terra é capaz de defletir a maior parte dessas partículas, mas algumas conseguem entrar através dos polos magnéticos.

Maior em 20 anos

Se isso acontecer, as partículas carregadas conseguem ionizar a atmosfera terrestre e causar um efeito chamado tempestade geomagnética. Essas tempestades são classificadas de G1 (fraca) a G5 (extremo). O visto na última sexta-feira foi uma tempestade classe G4.

A última vez que isso tinha acontecido tinha sido quase 20 anos atrás, quando o sol tinha enviado plasma de alta energia em direção à Terra. E esse evento deve continuar ainda nesse final de semana.

Ao todo foram seis CMEs que vieram na direção do nosso planeta vindos da mancha AR3664. A tempestade em questão foi causada pela primeira ejeção de massa coronal. Por isso que as outras devem acontecer nesse fim de semana. Contudo, não foi emitido nenhum alerta de riscos para os satélites que estão em órbita ou para as redes elétricas.

Mas isso não quer dizer que essa tempestade não teve consequências. Ela gerou auroras boreais impressionantes no hemisfério norte.

Tempestade solar

Primeira página

Em 1859, nos dias um e dois de setembro, os sistemas de telégrafo falharam de forma catastrófica no mundo todo. Segundo os operadores de telégrafos, os fenômenos nesses dias foram choques elétricos e papel de telégrafo pegando fogo, mesmo assim eles conseguiam operar os equipamentos com as baterias desconectadas.

Além disso, à noite, a aurora boreal podia ser vista até o sul da Colômbia. O que é estranho, já que, normalmente, essas luzes são visíveis apenas em latitudes mais altas no norte do Canadá, Escandinávia e Sibéria.

Hoje em dia, sabe-se que o que o mundo experimentou em 1859 foi uma tempestade geomagnética enorme, o chamado Evento Carrington. Esse tipo de tempestade acontece quando uma grande bolha de gás superaquecido chamada plasma é ejetada da superfície do sol e atinge a Terra. Por sua vez, essa bolha é conhecida como ejeção de massa coronal.

Embora o Evento Carrington tenha sido a maior tempestade geomagnética registrada, ela não é um evento isolado. Desde o começo do século XIX são registradas essas tempestades.

Atualmente, a força das tempestades solares são medidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica através da escala de Tempestades Geomagnéticas. Essa escala G tem uma classificação de 1 a 5, sendo G1 menor e G5 extremo. O Evento Carrington teria sido classificado como G5.

Consequências

Se uma tempestade solar da mesma intensidade que o Evento Carrington acontecesse hoje, ela afetaria bem mais do que os fios de telégrafo e teria a possibilidade de ser catastrófica.

Nos tempos atuais, temos uma dependência cada vez maior da eletricidade e da tecnologia, o que faz com que qualquer interrupção nelas leve a trilhões de dólares em perda monetária e risco à vida dependente dos sistemas.

Além disso, a tempestade afetaria a maioria dos sistemas elétricos que as pessoas usam todos os dias.

Ela acontecendo, falhas elétricas iriam ser vistas, e não somente isso. As comunicações seriam interrompidas em escala mundial. Os provedores de internet poderiam cair e tirar a capacidade de diferentes tipos de sistema se comunicarem. Alguns deles seriam os de alta frequência, como por exemplo, rádio terra-ar, ondas curtas e navio-terra.

Outro ponto é que, conforme as tempestades solares atingirem a Terra, o aumento da atividade solar fará com que a atmosfera se expanda para fora. Com isso, a densidade da atmosfera será alterada na região onde os satélites orbitam. Isso fará com que os satélites fiquem mais lentos. Se eles não forem manobrados para uma órbita mais alta, podem cair de volta à Terra.

Como se isso já não fosse o bastante, uma tempestade solar também afetaria os sistemas de navegação que praticamente todos os meios de transporte usam. Além deles, os sistemas militares são fortemente dependentes do GPS para coordenação.

Com relação à internet, uma tempestade no nível do Evento Carrington poderia produzir correntes geomagneticamente induzidas nos cabos submarinos e terrestres, que são a espinha dorsal da internet. Isso potencialmente iria interromper toda a rede e impediria que os servidores se conectassem uns aos outros.

O pior de tudo é que é somente uma questão de tempo para que o nosso planeta seja atingido de novo por uma tempestade solar.

Fonte: Terra, Science Alert

Imagens: Twitter, Primeira página

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