Você já ouviu falar sobre os dioramas do século 17? Aliás, sabe o que é um diorama? Ele pode ser:” 1. pint. quadro de grandes dimensões que, submetido a luzes especiais, muda de aspecto, forma e cor, criando-se efeitos tridimensionais e de movimento; 2. p. ext. panorama, paisagem; 3. lud câmara escura com um orifício, através do qual são vistas figuras numa tela translúcida e iluminada; 4. museo/ representação de uma cena, onde objetos, esculturas, animais empalhados, etc. inserem-se em um fundo pintado realisticamente.”
Com certeza você já deve ter visto algum e nem sabia de que esse era o nome, e se sabia, melhor ainda. Pois bem, no século 17 alguns cientistas queriam fazer o intercâmbio entre a medicina e a ciência com a arte. Para isso, utilizaram cadáveres humanos, inclusive de bebês. Mas eles tinham um objetivo, o de mostrar a beleza da vida, e da morte.
O alemão Frederik Ruysch foi a figura mais representativa desse movimento, que tinha como justificativa de seu trabalho a seguinte premissa: “faço isso para preservar a dignidade do que uma vez foi a casa da alma”. Em suas obras podemos observar esqueletos adultos e fetos, juntamente com tecidos animais e outros elementos da natureza, além de jóias e ornamentos.
Por mais que nos possa parecer algo mórbido, essas peças eram expostas em museus, cujo influxo nada era negligenciável. E, ao contrário do que muita gente possa pensar, essa arte atraía um público culto e refinado. Estando nada longe da realidade. Também visitavam essas “mostras” líderes políticos, advogados…
O anatomista alemão sempre foi um amante da natureza e, por conta desse amor, ele não entendia como funcionava a separação entre a grandeza da vida e da morte. Afinal de contas, se fazem parte de um único ciclo, por que devem estar separadas? Para conseguir apreciar a obra de Ruysch é preciso ter em mente que esses dioramas aparecem no período Barroco (entre o final do século 16 e meados do século 18), quando havia um grande fascínio pela morte, momento em que o homem se encontrava com Deus e a verdadeira vida.
Resultando num sentimento de paz e alívio, e não de medo. É o momento em que se encontra a eternidade, finalmente se chega à própria origem, ao seu lugar. Pode até parecer uma das mais estranhas manifestações artísticas da humanidade, mas pode ser sábio olhar para o passado com uma mente aberta, para que se possa compreender.
Veja alguns dos trabalhos de Ruysch:
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