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Sabe o que todos os cães do mundo têm em comum? Independente da raça, todos os cães evoluíram de uma população de lobos de único local por volta de 20 mil a 40 mil anos atrás. A revelação foi publicada recentemente na Nature Communications.
Até o momento, acreditava-se que a evolução canina tinha ocorrido a partir de diferentes populações de lobos, as quais viviam em regiões distintas, separadas por milhares de quilômetros.
A revelação
Coordenada por Krishna Veeramah, da Universidade Stony Brook, nos EUA, a pesquisa tem como base o estudo do DNA dos ossos de três cachorros. Os animais foram encontrados em sítios arqueológicos na Alemanha e na Irlanda. Além disso, cada um dos cães possuía idades que variam entre 4,7 mil e 7 mil anos.
Como dissemos logo acima, a nova hipótese contradiz a principal teoria sobre a evolução canina. Antes da pesquisa de Veeramah, pesquisadores e especialistas acreditavam que a evolução canina partiu de populações diferentes de lobos, vivendo a milhares de quilômetros uma da outra.
O cenário, com a nova pesquisa, muda. Afinal, os animais antigos, que foram encontrados, tinham ancestrais em comum com caninos modernos europeus. Ao analisar as taxas de mudança genética, os cientistas, dessa vez, conseguiram estimar, com prioridade, que a domesticação de lobos ocorreu entre 20 mil e 40 mil anos atrás.
De acordo com Veeramah “o processo teve início quando uma população de lobos se aproximou de acampamentos nômades em busca de sobras de comida”.
“Os humanos não se beneficiaram imediatamente do processo, mas, com o passar do tempo, desenvolveram algum tipo de relacionamento simbiótico com os animais. Eventualmente, os animais evoluíram para os cães que conhecemos hoje”, explica o cientista.
Os cães de rua
Segundo Veeramah, a história do surgimento dos cães, a partir de lobos, é complexa. Por esse motivo, o tema, até hoje, gera intensos debates entre pesquisadores e especialistas.
De todas as formas, boa parte da comunidade científica acredita que os cachorros começaram a desbravar o mundo, seja em meio à companhia de humanos ou não, há cerca de 20 mil anos. Até 7 mil anos atrás, mesmo mantendo, com nossa raça, um possível contato, os cães estavam dispersos pelo planeta.
Por serem ainda animais praticamente selvagens, não eram o que se pode chamar de animais de estimação.
”Eles provavelmente eram animais parecidos com os cães de rua de hoje. Ou seja, se reproduziam livremente e não viviam em nenhuma casa específica”, explica Veeramah.
Os animais passaram a ser criados, para ajudar na caça e no pastoreio, posteriormente. Foi esse processo que, segundo a pesquisadora, criou, ao longo do tempo, centenas de raças modernas.
Segundo Krishna Veeramah, as raças das Américas e das Ilhas do Pacífico derivam de cães europeus. ”Nosso cachorro de 7 mil anos, da Europa, é virtualmente um ancestral, para a maioria das raças modernas”, diz Veeramah.
”E esse relacionamento pode chegar até ao mais antigo fóssil canino que conhecemos. Ou seja, há aproximadamente de 14 mil anos atrás. Esse fóssil foi encontrado na Alemanha”. Segundo pesquisas, realizadas anteriormente, os primeiros cães domesticados surgiram em lados opostos da Eurásia e há mais de 12 mil anos.
Segundo Veeramah, os cães orientais teriam migrado com humanos e se reproduzido com os ocidentais.
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