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Tragédia do Gran Circo, um dos maiores desastres brasileiros

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Na tarde calorenta do dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói, muitas pessoas estavam animadas para ir ao circo. Mas não era qualquer circo, era o Gran Circo Norte-Americano, conhecido como o maior espetáculo da América Latina, na época. Montado na Praça do Expedicionário, o circo teria, em sua plateia, 3 mil pessoas naquele dia, que terminou com um dos maiores desastres que o Brasil já viu.

O panfleto, distribuído pela cidade, convidando as pessoas para o espetáculo, fazia questão de anunciar com orgulho a nova tenda, feita de um moderno material, no caso nylon. Mais do que isso, coberto ainda com parafina para impermeabilizar. Como todos sabem, parafina é a matéria-prima das velas. Muitas que seriam acesas nesse deslize. O que era para ser um grande espetáculo circense, acabou se tornando o pior incêndio da história do país. Do mesmo modo, foi um dos eventos do tipo com mais vítimas. Mais de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

O incêndio

Dois dias antes da grande tragédia, Adílson Marcelino Alves, conhecido popularmente como Dequinha, rondava o circo. Ele era um dos 50 trabalhadores, contratados para montar toda a estrutura do circo. Ele já tinha um histórico com a polícia por furto, e aparentava ter problemas mentais. Dequinha estava ressentido porque tinha sido demitido, apenas dois dias depois de começar o trabalho.

Para pior a situação, na véspera do incêndio, o homem teria entrando em uma discussão com outro funcionário do circo, que o teria agredido. Na tarde do espetáculo, ele ainda foi barrado na porta, por tentar entrar de graça. Isso foi o suficiente para que Dequinha procurasse por vingança contra o dono do circo e os funcionários.

Naquele fatídico dia, o circo tinha atingido a sua lotação máxima. Três mil pessoas estavam assistindo ao espetáculo. Nesse ínterim, quando faltavam apenas 20 minutos para o fim, o pânico se instaurou. A lona estava em chamas, com seus pedaços caindo sobre a pessoas, que corriam em desespero, tentando sair dali.

A elefanta assustada, saiu correndo, atropelando quem estivesse no caminho, mas, ao mesmo tempo, abrindo uma saída para o público. Não mais do que 5 minutos e a lona tinha sido consumida completamente pelo fogo. No primeiro momento, 372 pessoas morreram ali mesmo. Posteriormente, morreram mais pessoas, totalizando um total de 503 vítimas fatais.

Incêndio criminoso

Não restavam dúvidas que de era um caso de homicídio, concluiu a polícia. Depois de ser barrado na entrada do circo, Dequinha procurou dois comparsas, José dos Santos, o “Pardal”, e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”. Juntos, os três jogaram gasolina na lona e atearam fogo.

Não demorou muito para que o trio fosse preso. Dequinha foi condenado a 16 anos de prisão, mas não chegou a cumprir a pena toda, já que foi assassinado, em 1973, em uma tentativa de fuga. Bigode foi condenado também a 16 anos de prisão, e Pardal, a 14 anos.

O caso causou uma comoção mundial. Voluntários fizeram fila para doar sangue, houve até doações vindas dos Estados Unidos e até do Vaticano. O então presidente do Brasil na época, João Goulart, foi para Niterói, para prestar solidariedade às vítimas.

No entanto, a história do incêndio do Gran Circo acabou sendo apagada. Nada marca o lugar, não se fala mais sobre isso. Mas uma coisa é fato: foi o pior incêndio da história do Brasil.

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