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Vacas criadas com carvão podem melhorar o meio ambiente

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Você já ouviu falar de vacas criadas com carvão? De fato, dizendo assim, pode parecer uma ideia nada normal. No entanto, para esta fazenda próxima à Manjimup, no sudoeste da Austrália, a mudança na alimentação dos animais tem feito grandes diferenças.

Com essa ração diferenciada, as fezes dos animais se tornam ricas em biochar, ou biocarvão. Em outras palavras, o biocarvão é basicamente uma espécie de carvão vegetal que é produzido por um processo de cozimento lento. Dito isso, essa substância preta que vai para solo, se encontra na frente de uma revolução silenciosa, mas extremamente importante. Isso porque, ela está fazendo uma grande diferença na redução das emissões de metano das vacas e tornando o solo mais propício para a absorção de carbono.

Contribuições que perceberemos a longo prazo

Em dias comuns, como os de verão, por exemplo, é uma tarefa mais do que difícil ignorar o cheiro de estrume na fazenda. Assim, para solucionar o problema, um grupo de besouros de esterco, chamados de “rola-bosta”, trabalham para enterrar o estrume das vaquinhas de volta no solo. Contudo, em dias mais quentes, eles demoram mais tempo para realizar essa tarefa. Para se ter uma ideia, quando está frio, os besouros podem levar até duas semanas para enterrar todo o estrume da fazenda. Porém, mesmo mais lentos, eles continuam firmes e fortes em sua missão. Portanto, eles só param quando todo o odor foi eliminado.

Mudando a alimentação das vacas e com a ajuda dos besouros, o solo se torna rico em biochar, uma ferramenta bastante usada por fazendeiros para reduzir o impacto ambiente de seu gado. Naturalmente, ao digerirem seus alimentos, as vacas produzem metano, um gás de efeito estufa que é 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono. Por isso, mexer na alimentação das vacas pode fazer tanta diferença no futuro.

Até chegar as vacas, o biocarvão é colocado em condições de alta temperatura e baixo oxigênio. Em seguida, a substância passa por um processo conhecido como pirólise. Depois disso, a substância pode ser colocada na ração do animal e o resto é papel das vacas.

Essa é a melhor forma de reduzir as emissões de metano?

Antes de ser utilizado na agricultura moderna, o biochar já foi usado por indígenas na Amazônica. Desse modo, com o constante uso da substância, por volta do século 5 a.C., o solo escuro e fértil da Bacia Amazônica foi formado. Essa região ficou conhecida como terra preta e é extremamente rica para o plantio.

Mesmo sendo um material tão antigo, não é tão simples explicar como o biocarvão funciona. Uma das teorias é que ele “absorve” o metano ou apenas as mantenha na superfície. Mas, mesmo não entendendo ao certo seu funcionamento, sabemos do resultado de seu uso. “Devido à natureza altamente porosa e à área de superfície elevada do biochar, ele melhora a capacidade do solo de reter mais água”, afirma Bhawana Bhatta, professora de ciências do solo da Universidade de Melbourne, na Austrália. “A fina rede de poros no biochar dá espaço para os microrganismos do solo viverem. Isso aumenta a diversidade microbiana no solo”, completa a pesquisadora.

Inicialmente, acreditávamos que seria necessário criar uma grande máquina para espalhar o biocarvão. No entanto, vendo esse experimento, percebemos que há formas alternativas e até mais eficazes. Em breve, seu uso deve se tornar mais comum. Com isso, estaremos mais um passo próximos de diminuir as emissões de carbono.

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