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Cientistas utilizaram ouro para transformar dióxido de carbono em combustíveis líquidos, entenda

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Os cientistas desenvolveram uma nova maneira de conseguir uma espécie de fotossíntese artificial. Como? Aproveitando as nanopartículas de ouro – ricas em elétrons – ao longo da produção de hidrocarbonetos de alta energia. Na fotossíntese, as plantas convertem a energia da luz solar em glicose, reorganizando moléculas de água e dióxido de carbono. O novo processo contempla essa habilidade natural por meio de manipulações químicas que criam combustível líquido. Tudo isso sem exigir a clorofila. “O objetivo aqui é produzir hidrocarbonetos complexos e liquefeitos a partir do excesso de CO2 e outros recursos sustentáveis, como a luz solar”, diz o químico Prashant Jain, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Dessa maneira, os cientistas utilizaram ouro para transformar dióxido de carbono em combustíveis líquidos.

“Eles [combustíveis líquidos] são ideais porque são mais fáceis, seguros e econômicos de transportar do que o gás”, reforça. Os benefícios de realizar fotossíntese artificial em escala seriam enormes, dando-nos uma fonte de energia limpa e auto-sustentável. Esta, por sua vez, poderia ser utilizada em nossas casas e carros por simplesmente replicar o que plantas e outros organismos fazem.

Nanopartículas de ouro

Os cientistas estão continuamente procurando como manusear a energia solar como uma fonte ilimitada de combustível fotossintético. Até porque essa energia também pode fornecer um meio de nos ajudar a reaproveitar CO2 nocivo. A nova pesquisa se baseia em trabalhos anteriores que Prashant Jain liderou em 2018, investigando o uso de nanopartículas de ouro como um substituto para a clorofila.

“Os cientistas muitas vezes procuram plantas para obter insights sobre métodos para transformar luz solar, dióxido de carbono e água em combustíveis”, disse Jain na época.

Nesses experimentos, a equipe confirmou hipóteses interessantíssimas. Uma delas é a de que minúsculas partículas esféricas de ouro, medindo apenas nanômetros de tamanho, poderiam absorver luz verde visível e transferir elétrons e/ou prótons.

O novo estudo vai além com a mesma técnica, convertendo CO2 em moléculas combustíveis de hidrocarbonetos complexos. “Nessa abordagem, a precipitação plasmônica de nanopartículas [de ouro] produz um ambiente rico em carga; solução propícia para a ativação de CO2”, explicam os pesquisadores.

Propeno agindo como clorofila

Além do propano e do metano, o método também permite que o etileno, o acetileno e o propeno sejam fotossintetizados. Esses últimos arranjos moleculares, inclusive, poderiam garantir o armazenamento de energia viável em células de combustível. “Como são feitos de moléculas de cadeia longa, os combustíveis líquidos contêm mais ligações”, afirmou Jain, “o que significa que eles acumulam energia mais densamente”.

Ainda assim, a praticidade do avanço dependerá de sua eficiência e de sua capacidade de ser implementada no mundo real. Seria possível, de fato, que os cientistas usem nanopartículas de ouro para transformar dióxido de carbono em combustíveis líquidos?

Pensando nisso, os pesquisadores reconhecem que agora precisam refinar a capacidade das nanopartículas de ouro para impulsionar essas conversões químicas. Além disso, eles objetivam investigar como potenciais aplicações futuras podem funcionar eficientemente.

“Existe um longo caminho a percorrer”, explicou Jain em 2018. “Acho que precisaremos de pelo menos uma década para encontrar tecnologias práticas de fixação de CO2. Entretanto, todo insight sobre o processo melhora o ritmo no qual a comunidade de pesquisa pode inovar”.

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