Na era em que vivemos, temos várias notícias em nossas mãos, quase que o tempo todo. Basta pesquisar algum tópico e várias informações e notícias aparecerão na tela. Mas, ao mesmo tempo, que é uma coisa boa termos tanta informação ao nosso dispor, às vezes, podemos achar que estamos perdendo alguma coisa.
Esse fluxo infinito de informações, que chega a todo momento, de todas as formas, pode fazer com que várias pessoas sintam que não tem energia para se envolver nelas.
Essa reação com todo o bombardeio de informação é chamado, por Mark Satta, um filósofo que estuda práticas de compartilhamento de conhecimento, como “exaustão epistêmica”. A palavra “epistêmico” vem do grego episteme, que geralmente é traduzida como “conhecimento”. Então, a exaustão epistêmica nada mais é do que uma exaustão relacionada ao conhecimento.
Na verdade, não é o conhecimento propriamente dito que cansa a maioria das pessoas. E sim o processo de tentar conseguir ou compartilhar conhecimento em várias circunstâncias desafiadoras.
Segundo Satta, existem pelo menos três fontes comuns que estão levando as pessoas a essa exaustão. Felizmente, existem maneiras de lidar com cada uma dessas fontes.
Exaustão
A primeira é a incerteza. Em particular, a pandemia gerou uma grande incerteza sobre a saúde, melhores práticas e sobre o futuro. E experimentar incerteza pode causar estresse na maioria das pessoas. Isso porque, a maioria tende a preferir o planejado e previsível.
E mesmo na busca por informações, as pessoas podem achar sites de notícias ou outras mídias sociais na esperança de encontrar respostas. Mas acabam com mais incerteza.
A segunda coisa é a polarização. E claro que a polarização política estressa várias pessoas do mundo todo. Vários escritores já discutiram os efeitos negativos que a polarização traz. Como por exemplo, como ela pode prejudicar a democracia.
Além disso, essa polarização também interfere na capacidade das pessoas em conseguir e compartilhar conhecimento.
A terceira coisa é a desinformação. E a desinformação viral está por toda parte. As pessoas são bombardeadas constantemente com publicidade e mensagens falsas de empresas privadas. E esse ano, o mundo todo está lidando com a desinformação sobre o COVID-19.
O que fazer
Com tudo isso acontecendo se sentir exausto é compreensível. Mas existem coisas que se pode fazer. De acordo com o que sugere a American Psychological Association, é bom limitar o consumo de notícias e focar nas coisas sob o controle de alguém.
Outra opção é trabalhar para conseguir ficar mais confortável com a incerteza. Fazer isso por meio de práticas como meditação e o cultivo da atenção plena.
Boa parte dessa resistência à exaustão epistêmica é aprender a conviver com o limitado e imperfeito. Não exite ninguém que tenha o tempo para verificar todas as manchetes, corrigir todas as informações erradas ou conseguir obter um conhecimento relevante. Negar isso é se preparar para a exaustão.
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