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Gastar um maior tempo no celular está relacionado com o comportamento impulsivo

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O celular é quase uma extensão do nosso corpo. Passamos a maior parte do dia com o aparelho nas mãos ou pelo menos ao nosso lado. Muitas pessoas acordam e, antes mesmo de se levantar, dão uma conferida nas redes sociais. Fazem isso antes de dormir também, quando já estão deitadas. Não dá para negar que somos mesmo viciados em smartphones.

E um experimento, feito na Alemanha com 101 pessoas, mostrou novas evidências de que o uso intenso de celular é parecido com o vício em drogas e jogos.

Os pesquisadores monitoraram o tempo de uso de iPhones pelos participantes. Os participantes tiveram que responder a questionários que mediam o comportamento em uma espécie de jogo de recompensas. E ele avaliava se uma pessoa prefere esperar menos tempo e ter benefícios menores, ou esperar mais tempo para ter mais ganhos.

Estudo

As perguntas do questionário eram tipo “você prefere obter 15 euros imediatamente, ou esperar 13 dias para receber 35 euros?” E querer as recompensas menores de forma rápida caracteriza um comportamento impulsivo que j foi observado n uso abusivo de drogas, álcool e jogos de azar.

A escolha do caminho mais curto ou mais longo também tende a ser um comportamento estável ao longo do tempo. Por isso, para os estudiosos da área, ter uma postura ou outra se compara a um traço de personalidade.

“Nossos principais resultados vão ao encontro de pesquisas anteriores destacando a importância do delay discounting como um indicador de comportamentos problemáticos”, disse Tim Schulz van Endert, co-autor do artigo junto com Peter Mohr, respectivamente pesquisadores da área de economia e neurociência da Universidade Livre de Berlim.

No experimento, as pessoas que passaram mais tempo no celular tinham uma probabilidade maior de escolher o caminho mais curto. Principalmente quando o tipo de uso era focado nas redes sociais e em jogos. A recompensa maior e mais distante foi escolhida em 45% dos casos.

“Os resultados parecem intuitivos, uma vez que ambos os tipos de aplicativos oferecem gratificações na forma de curtidas ou conteúdo engajador, as redes sociais, ou prêmios e bônus, os jogos. Pesquisas recentes já mostraram que o comportamento nas redes sociais corresponde aos princípios do aprendizado por recompensa”, ressaltou o artigo.

Comportamento

E Tim Schulz van Endert diz que ainda não é possível responder se as pessoas que usam muito celular seriam estimuladas a ter um comportamento mais impulsivo, ou então, se as pessoas impulsivas tendiam a usar mais o celular.

“Essa questão de causalidade é provavelmente a mais importante nos estudos sobre o uso de smartphones. Nossos dados atuais, e praticamente todos os outros estudos, não permitem uma resposta conclusiva, infelizmente. Considerando um estudo que não encontrou indícios de que o uso mais intenso de smartphones por alguns meses leva a mudanças no comportamento impulsivo em adultos, e no fato de que a escolha impulsiva é uma característica relativamente estável, atualmente tendemos para a interpretação de que indivíduos mais impulsivos tendem a usar mais o smartphone”, explicou.

Os autores reconheceram que já existiam estudos anteriores sobre o uso intenso de celular e sua relação com o comportamento impulsivo. Mas eles defendem seu experimento dizendo que ele se diferencia porque a equipe monitorou o uso do celular pelos participantes. E nos experimentos anteriores, eram as próprias pessoas que registravam seu uso. O que afeta na confiabilidade dos dados.

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