Curiosidades

Você sabia que fisicamente é impossível encostar em algo ou alguém?

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Nosso mundo é composto por uma infinidade de objetos e seres vivos, mas você já parou para pensar que, na verdade, nunca tocamos nada de verdade?

Pode parecer mentira, mas o mundo dos átomos e suas propriedades explicam essa questão.

A verdade é que, por trás da sensação de toque, encontra-se uma realidade invisível e complexa que desafia nossa percepção do contato físico.

Para entender por que nunca tocamos nada, é essencial conhecer a estrutura dos átomos.

Os átomos, que são os blocos de construção fundamentais da matéria, consistem em um núcleo central, composto por prótons e nêutrons, cercado por elétrons que orbitam em torno desse núcleo.

No entanto, aqui está a parte surpreendente: os átomos não estão realmente em contato uns com os outros quando “tocamos” algo.

Isso acontece porque os átomos possuem espaços vazios entre eles. Os elétrons que orbitam em torno do núcleo de um átomo criam uma nuvem eletrônica, uma região difusa de probabilidade em que um elétron pode ser encontrado.

Quando dois objetos aparentemente sólidos se aproximam, o que realmente ocorre é uma interação entre as nuvens eletrônicas de seus átomos constituintes.

Via EngenhariaE

A repulsão eletrostática

A razão pela qual não sentimos os espaços interatômicos se deve à repulsão eletrostática. Os elétrons em torno dos núcleos dos átomos possuem carga elétrica negativa e, como se sabe, cargas iguais se repelem.

Quando tentamos “tocar” algo, as nuvens eletrônicas dos átomos de nossa pele interagem com as nuvens eletrônicas dos átomos do objeto em questão. Essa interação cria uma força de repulsão que nos impede de atravessar a superfície do objeto.

Nunca tocamos nada, mas sentimos?

Se nunca tocamos nada de verdade, por conta da repulsão eletrostática dos átomos, o que é a sensação de toque? Nesse caso, é importante entender o que é esse sentido na nossa pele.

A sensação que experimentamos é, na verdade, a sensação da repulsão eletrostática entre os átomos de nossos corpos e os átomos do objeto.

Quando nossas mãos “encostam” em uma superfície, estamos experimentando a força eletrostática, que impede a penetração real de nossos átomos na substância do objeto. Essa força gera uma percepção em nossos receptores de pressão.

Eles mediam os sentidos por meio da temperatura e dor na pele, conhecidos como corpúsculos de Pacini, corpúsculos de Meissner e nociceptores.

Esses receptores trabalham em conjunto para nos proporcionar a sensação de toque e nos ajudam a compreender nosso ambiente físico.

Dessa forma, conseguimos sentir e reagir a estímulos físicos, como calor, frio, pressão e dor, o que é crucial para evitar lesões, interagir com objetos e outras pessoas, e até mesmo para experimentar o prazer físico.

E como identificamos texturas?

Nossas mãos são particularmente sensíveis às texturas e desempenham um papel importante na nossa capacidade de diferenciá-las.

Isso é possível graças aos corpúsculos de Meissner e Pacini, que são especialmente sensíveis a mudanças na superfície da pele e na pressão exercida sobre ela.

Os Corpúsculos de Meissner são responsáveis por detectar mudanças sutis na textura da superfície que tocamos. Eles são altamente sensíveis a variações na pressão, o que nos permite perceber detalhes finos e distinguir entre texturas suaves e ásperas.

Via Freepik

Enquanto isso, os corpúsculos de Pacini são mais sensíveis a mudanças na pressão profunda e vibrações. Isso é útil para perceber texturas mais densas e perceber quando algo está em movimento ou vibrando.

Além disso, nossa capacidade de diferenciar texturas também é influenciada pela quantidade de pressão que aplicamos e pelo movimento de nossas mãos.

A combinação de informações sensoriais dos receptores táteis e a maneira como nosso cérebro processa essas informações nos permite reconhecer a suavidade de uma seda, a aspereza de uma lixa e tudo o que está entre esses extremos.

Assim, nossa mente, e a força eletrostática dos átomos, nos enganam para gerar a sensação de toque.

A ideia de tocar algo ou alguém é uma ilusão, por conta dos espaços intermoleculares invisíveis. No entanto, a mente e a natureza são muito mais complexas do que imaginamos.

Dessa forma, estamos sempre sendo enganados para ter sensações e experienciar novas texturas, mesmo que o mundo físico nos diga ao contrário.

Portanto, na próxima vez que você achar que está tocando algo, lembre-se de que está apenas sendo vítima das forças invisíveis que mantêm a matéria unida.

 

Fonte: EngenhariaE, UOL

Imagens: EngenhariaE, Freepik

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