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Vulcano: o planeta inexistente destruído por Albert Einstein

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Durante o século XX, muitos cientistas procuraram por Vulcano, um possível planeta entre o Sol e Mercúrio. Porém, no século XXI, surgiu uma nova teoria capaz de descartar a existência desse objeto.

A origem de Vulcano

Foto: ESO

Quando a lei da Gravitação Universal de Isaac Newton foi estabelecida na ciência, os astrônomos começaram a utilizá-la nas observações dos planetas. Isso trouxe grandes resultados, como a descoberta de Urano e Netuno. No entanto, também gerou um problema com a órbita de Mercúrio.

Naquela época, era de conhecimento apenas os planetas observáveis a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Com o telescópio adaptado de Galileu Galilei, foram encontradas as luas galileanas de Júpiter e alguns asteroides, mas o trabalho de Newton provocou uma revolução nos estudos do Sistema Solar.

Segundo a Gravitação Universal, as relações entre os corpos celestes poderiam ser descritas com interações matemáticas. Isso foi o suficiente para os astrônomos começarem a realizar previsões sobre as órbitas dos planetas, cometas e outros objetos, utilizando as fórmulas.

Foi por causa desses cálculos que os cientistas notaram que algo estava faltando, ou errado com as leis de Newton. Assim, ao inferir que algum objeto estava influenciando gravitacionalmente os cinco planetas observáveis, eles descobriram Urano e Netuno.

Nesse momento é que entra o planeta Vulcano. Com o mesmo cálculo matemático usado para descobrir a posição de Netuno, Le Verrier tentou explicar a perturbação na órbita de Mercúrio. De acordo com a fórmula de Newton, apenas um planeta  entre o Sol e Mercúrio poderia explicar esse comportamento.

A busca por Vulcano

Foto: Reprodução/Biblioteca Do Congresso/E. Jones & Gw Newman

Vulcano se tornou uma hipótese popular e muitos astrônomos relataram ter encontrado o objeto inexistente. Isso fazia sentido porque, considerando a Gravitação Universal, era necessário esse objeto dentro da órbita de Mercúrio.

A primeira dessas observações foi realizada por um astrônomo amador francês chamado Edmond Modeste Lescarbault, em 1859. Ele tinha um observatório improvisado em um celeiro em seu quintal, onde notou o que parecia ser um pequeno planeta redondo transitando pelo Sol.

Lescarbault enviou registros da descoberta para Urbain Le Verrier, então diretor do Observatório de Paris, após ler um artigo do astrônomo sobre o problema da órbita de Mercúrio.

Após receber a carta, Le Verrier viajou até a casa de Lescarbault. Logo em seguida, o cientista afirmou ter visto o trânsito de planeta no local. Assim surgiu o Vulcano.

Por causa da reputação de Le Verrier e de vários relatos populares afirmando ter visto o planeta, Vulcano foi confirmado como um planeta real. O The New York Times, inclusive, o mencionou como uma das grandes descobertas do século.

Apesar de ter sido uma notícia empolgante na época, atualmente o Vulcano mal é lembrado pela história da ciência. Isso porque Albert Einstein forneceu corretamente a tabela de Mercúrio, descrevendo com precisão como ele se move ao redor do Sol.

Destruindo o planeta

Foto: Wikimedia Commoms

Albert Einstein estava preparando o terceiro dos quatro trabalhos que entregaria à academia prussiana. Nesse momento, o cientista fez um cálculo para descobrir o que a sua teoria da Relatividade Geral prevê para a órbita de Mercúrio.

A teoria de Einstein não apresentava nenhuma necessidade de existir um planeta para explicar a órbita de Mercúrio. Caso o cientista estivesse certo, ele poderia concluir que a Relatividade Geral transcendia à Gravitação Universal. 

Dessa maneira, ele descobriu que a estranha órbita de Mercúrio era explicada calculando a curvatura do espaço-tempo ao redor da massa do Sol. 

Quando Eddington e Cottingham estiveram em Sobral, Brasil, fotografaram as estrelas ao redor do Sol durante o eclipse total. Os pesquisadores registraram algumas das estrelas do aglomerado aberto Hyades, na constelação de Touro, e provaram que elas estavam na posição prevista pela Teoria da Relatividade Geral. 

Com isso, foi provado que Vulcano não existia.

Fonte: Canaltech

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