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Yvon Chouinard, o bilionário que doou empresa de R$ 15 bilhões para combater mudanças climáticas

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O bilionário fundador da varejista de moda Patagonia divulgou que doou a empresa para um fundo de caridade. Yvon Chouinard disse que, sob a nova estrutura patrimonial, qualquer lucro não reinvestido na administração do negócio seria usado no combate às mudanças climáticas.

De acordo com o bilionário, isso equivale a aproximadamente US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) por ano, dependendo da saúde financeira da empresa.

A Patagonia, avaliada em US$ 3 bilhões (aproximadamente R$ 15,5 bilhões), segundo o jornal americano New York Times, vende roupas para trilhas e outras atividades ao ar livre em mais de 10 países.

A empresa fundada em 1973 teve a receita estimada em US$ 1,5 bilhão neste ano, enquanto o patrimônio líquido de Chouinard é avaliado em US$ 1,2 bilhão.

“Apesar de sua imensidão, os recursos da Terra não são infinitos, e está claro que ultrapassamos seus limites”, disse o empresário sobre sua decisão.

De acordo com o bilionário, “em vez de extrair valor da natureza e transformar isso em riqueza, estamos usando a riqueza que a Patagonia cria para proteger a fonte”.

Vale destacar que a empresa já estava doando 1% de seus lucros anuais para ativistas de base comprometidos com práticas sustentáveis.

No entanto, em uma carta aberta aos clientes, o empresário contou que desejava fazer mais. Chouinard disse que no começo considerou vender a Patagonia e doar o dinheiro para caridade, ou abrir o capital da empresa, mas que essas duas opções significava abrir mão do controle da empresa.

“Mesmo empresas públicas com boas intenções estão sob muita pressão para gerar ganhos de curto prazo em detrimento da vitalidade e responsabilidade de longo prazo”, afirmou.

Doação da Patagonia

Foto: Natalie Behring/ The New York Times

O bilionário informou que a empresa foi transferida para duas novas entidades. De acordo com Chouinard, a Patagonia Purpose Trust, liderada pela família, segue como a acionista controladora da empresa. No entanto, ela possuirá apenas 2% do seu total de ações.

Além disso, a empresa vai nortear a filantropia da Holdfast Collective, uma instituição de caridade americana “dedicada a combater a crise ambiental”. Atualmente, ela possui todas as ações sem direito a voto, aproximadamente 98% da empresa.

“A cada ano, o dinheiro que ganhamos após o reinvestimento no negócio será distribuído como dividendo para ajudar a combater a crise”, disse o bilionário Chouinard.

Outros bilionários que doaram suas fortunas

Foto: Getty Images

Além do dono da Patagonia, o fundador da Microsoft, Bill Gates, prometeu neste ano “abandonar” a lista dos mais ricos do mundo ao fazer uma doação de US$ 20 bilhões para seu fundo filantrópico. 

Gates, que estima-se ter US$ 118 bilhões, prometeu doar sua fortuna para caridade em 2010. No entanto, seu patrimônio líquido dobrou desde então.

Em 2021, o dono do Hut Group, que possui uma série de marcas online de beleza e nutrição, doou 100 milhões de libras para uma fundação de caridade após se tornar bilionário quando sua empresa foi listada na Bolsa. Ao falar sobre a fortuna, Matthew Molding afirmou que “não conseguia nem compreender os números”, e estava tentando ajudar o mundo.

Já em 2019, Julian Richer, fundador da rede varejista de eletrônicos britânica Richer Sounds, entregou 60% dos negócios aos funcionários.

O empresário Charles “Chuck” Feeney, de 90 anos, também faz parte da lista de bilionários que doaram a fortuna. Reservando aproximadamente dois milhões de dólares para sua aposentadoria, Feeney doou cerca de 8 bilhões de dólares (por volta de R$45 bilhões). 

Em setembro de 2020, a Fundação Atlantic Philanthropies, fundada por Feeney em 1982, informou que o bilionário tinha doado a fortuna. 

De acordo com a Folha de S. Paulo, repercutida pelo site Aventuras na História, depois de atingir a sua principal meta de doar a maior parte de sua fortuna, o empresário decidiu fechar a fundação.  

Fonte: BBC, Aventuras na História

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