Na última sexta-feira (22/04), o Twitter anunciou, durante o Dia da Terra, que não permitirá anúncios que neguem a realidade das mudanças climáticas.
O anúncio foi realizado em um momento em que a rede social negociava a venda da plataforma para o bilionário Elon Musk. O empresário, e atual dono do Twitter, acredita que os usuários devem ser capazes de expressar o que querem na plataforma.
“Anúncios enganosos no Twitter que contradizem o consenso científico sobre mudanças climáticas estão proibidos, em linha com nossa política sobre conteúdo impróprio”, afirmou Casey Junod, executivo de sustentabilidade global da empresa, através de seu blog oficial.
“Acreditamos que a negação das mudanças climáticas não deve ser monetizada no Twitter, e essa publicidade desonesta não deve prejudicar discussões importantes sobre a crise climática”, completou.
No ano de 2021, o Twitter introduziu um recurso temático que auxilia os usuários a encontrar conversas sobre mudanças climáticas. Além disso, a plataforma implementou centros de informações “confiáveis e oficiais”, incluindo a ciência por trás das mudanças climáticas.
“Reconhecemos que informações enganosas sobre o clima podem minar os esforços para proteger o planeta”, disse Junod. “Agora, mais do que nunca, uma ação climática significativa, por parte de todos nós, é crucial.”
Foto: SOPA Images/LightRocket via Gett
Mesmo que seja tentador ter acesso à fortuna de Elon Musk, o Twitter demorou para aceitar a direção do empresário, que é conhecido por falar o que pensa sem se importar muito com as consequências.
A plataforma tentou implementar medidas para evitar que Musk assumisse o controle de todas as ações do Twitter. Isso por causa das preocupações com a direção que ele poderia dar à administração da empresa. Para muitos, até superaria a recompensa oferecida.
No começo de abril, Musk fez uma oferta de US$ 43 bilhões para comprar a rede social. O empresário alegou que gostaria de dar aos usuários maior liberdade de expressão.
Musk defende que o conteúdo não seja moderado. Essa questão é considerada sensível principalmente nos perfis de personalidades famosas como o ex-presidente americano Donald Trump, que foi banido da plataforma depois do ataque ao Capitólio por seus apoiadores, que recusaram os resultados da eleição presidencial de 2020.
A campanha de Musk também despertou preocupações entre especialistas em tecnologia e liberdade de expressão. Eles apontam que as declarações imprevisíveis de Musk e seu histórico de críticas contradizem as suas declarações.
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Depois de toda a negociação, nesta segunda-feira (25), o Twitter confirmou a venda da empresa para Elon Musk por, aproximadamente, US$ 44 bilhões, de acordo com o The Verge.
Mesmo com as preocupações anteriormente citadas, o conselho de administração do Twitter se reuniu no último domingo (24/04) para avaliar a proposta de compra de Elon Musk.
Uma fonte afirmou que as discussões sobre a oferta de Musk se tornaram sérias, indicando que o Twitter pode estar mais receptivo a um acordo. A informação foi publicada pelo Wall Street Journal.
De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, o Twitter começou negociações de um acordo com Musk após ele apresentar detalhes de sua oferta de US$ 43 bilhões para acionistas da empresa.
As fontes acrescentaram que a decisão da empresa de se envolver com Musk não significava que a proposta seria aceita. Vale lembrar que o CEO da Tesla se encontrou com importantes acionistas do Twitter nos últimos dias, com o objetivo de buscar apoio para sua oferta.
Musk afirma que a sua última proposta pelo Twitter é sua “melhor e última”, sendo esse um dos obstáculos nas negociações do acordo, segundo as fontes. Porém, o conselho da empresa decidiu reunir mais informações sobre a capacidade de Musk de finalizar o acordo.
O desejo da plataforma era saber mais sobre todas as investigações ativas sobre o CEO da Tesla, incluindo a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), o que pode representar um risco para o acordo.
A expectativa agora é em relação às mudanças que serão implementadas por Musk no Twitter.