O tempo carrega consigo um grande ponto de interrogação, porque não podemos prever do que ele é capaz. Por isso mesmo, a habilidade do ser humano em preservar monumentos e grandes edifícios é bastante limitada. Estamos rodeados de construções que foram destruídas acidental ou deliberadamente, reafirmando a vulnerabilidade das coisas. Nem sempre podemos evitar o fogo, terremotos, guerras ou conflitos internacionais – ao menos não sozinhos. Tudo está dentro de processos históricos que infelizmente são maiores do que nós. Quer saber um pouco da história de monumentos e edifícios que passaram de grandes maravilhas a apenas memórias do que nunca mais serão? Conheça, agora, 7 destas construções históricas que foram completamente perdidas.
Não podemos simplesmente parar o tempo e evitar problemas que tiveram início há anos, décadas ou mesmo séculos. Às vezes, o que a gente consegue ver é apenas a consequência de uma ação de momentos passados. É complicado, mas é a verdade. Algumas só existem nas ruínas do que já foram, em fotografias ou em representações de artistas. Outras sequer possuem registros. De qualquer maneira, fizeram parte da história da humanidade e não passaram despercebidas.
Perdemos diversos materiais históricos em razão dos conflitos no Oriente Médio. Em 2015, combatentes do Estado Islâmico destruíram antigas estátuas de pedra, livros raros e manuscritos milenares em um ato simbólico de destruição histórica. E infelizmente, não parou por aí. De acordo com a BBC, depois que membros do grupo tomaram o controle da província de Bamiyan/Afeganistão, eles forçaram um punhado de moradores a levar explosivos para as duas enormes estátuas de Buda.
As duas estátuas – a maior delas com cerca de 180 pés de altura – foram esculpidas na encosta de uma montanha, no século VI. Eram as maiores figuras de Buda do mundo. Em 2001, o Taleban decidiu que as estátuas eram ídolos e ordenou a destruição.
A BBC diz que os prisioneiros passaram três dias plantando explosivos em volta das estátuas. Quando a explosão inicial não foi completamente bem sucedida, eles voltaram com bombas adicionais e material explosivo. No total, 25 dias foram necessários para destruir os Budas.
Nós bem sabemos que os ocidentais não são inocentes quando se trata de crimes contra a história. Quando a Grã-Bretanha ainda estava tentando dominar o mundo, ela cometeu alguns atos terríveis. Um dos piores (do ponto de vista da destruição da propriedade) foi a queima do antigo Palácio de Verão da China.
Segundo a BBC, os britânicos queriam que os governantes chineses abrissem sua nação para a influência ocidental. O comandante britânico, Lord Elgin, enviou uma delegação para negociar a rendição chinesa quando o exército atacou o país. Enquanto isso, as tropas britânicas e francesas foram para o Palácio de Verão, em Pequim, para saques à moda antiga. Mas quando a delegação apresentou seus termos, os chineses rejeitaram e, em vez de se renderem, torturaram e mataram os membros britânicos.
Lord Elgin ordenou imediatamente que as suas tropas incendiassem o Palácio de Verão. O comandante escreveu mais tarde que a destruição do palácio foi “um ato solene de retribuição ao horror e à indignação… com os quais fomos inspirados pela perpetração de um grande crime”.
O fogo continua sendo uma das ameaças mais presentes e imprevisíveis para o bem-estar dos edifícios históricos. Recebemos um lembrete desagradável desta terrível verdade em abril de 2019, quando o incêndio dominou parte da histórica Catedral Notre Dame, em Paris.
As autoridades francesas acham que a causa pode ter sido um curto-circuito, mas o resultado final foi praticamente o mesmo dos incêndios que destruíram a Royal Opera House, em Malta. De acordo com o Daily Beast, em 7 de abril de 1942, as forças aéreas alemãs bombardearam a construção até que fosse quase aniquilada por completo.
As ruínas da Royal Opera House permaneceram intocadas até a década seguinte, quando as estruturas remanescentes foram derrubadas apesar das objeções de pessoas que ainda mantinham a esperança de que o prédio histórico pudesse ser reconstruído. A Opera House acabou sendo substituída por um teatro ao ar livre.
O Templo de Ártemis foi destruído por uma multidão cristã em 401. De acordo com a Enciclopédia da História Antiga, ele fora reconstruído duas vezes: em 356 a.C., e após uma invasão gótica no ano de 267 a.C. Infelizmente, não sobreviveu aos preceitos de um motim enfurecido. A construção se tornou um símbolo do paganismo e, em 401, uma multidão cristã liderada por São João Crisóstomo demoliu-a.
A demolição da antiga Penn Station foi uma das maiores perdas arquitetônicas da cidade de Nova York. Construído em 1910, o antigo edifício cobria 8 hectares. A sala de espera ostentava um teto de 36 metros de altura, sendo as plataformas de trem localizadas sob um dossel de ferro e vidro.
Infelizmente, os dias de glória da Penn Station não duraram muito tempo: na década de 1960, a maioria dos viajantes estava escolhendo aviões em vez de trens e a estação havia caído em desuso. Apenas 54 anos depois de inaugurada, a Penn Station estava programada para demolição.
De acordo com a Enciclopédia da História Antiga, a força asteca usou o Templo Mayor de 150 pés de altura – seu templo central – como um ponto de encontro e um lugar para atirar mísseis contra as forças invasoras. O líder espanhol Hernan Cortes decidiu queimá-lo assim que dominou as dependências.
Depois que os astecas foram derrotados, os espanhóis demoliram o que sobrou e usaram as pedras para construir a Catedral Metropolitana da Assunção de Maria, que ainda fica nas proximidades.
A estrutura que existia em 1520 pode ter desaparecido, mas existem pelo menos seis estruturas mais antigas abaixo do que era o Templo Mayor. Os governantes astecas gostavam de ter seus próprios templos. Dessa maneira, depois de herdarem o poder, geralmente construíam um novo em cima do antigo.
O Colosso de Rodes era uma escultura de bronze do deus do sol Hélios, que tinha mais de 30 metros de altura e guardava um dos mais importantes portos antigos do Mediterrâneo. Erguida em 280 a.C., a estátua comemorou uma grande vitória contra as forças de Demétrio I da Macedônia, que sitiaram a cidade em 305 a.C.
Quando Demétrio recuou, acabou deixando suas máquinas de guerra para trás. Estas foram derretidas para financiar a estátua gigante. Projetado pelo escultor Chares de Lindos, o Colosso ficou por pouco mais de 50 anos antes de ser derrubado por um terremoto. Essa é uma das (gigantes) construções históricas que foram completamente perdidas.