A herança é uma consequência do nosso passado, do que vivemos hoje e do que vamos transmitir às futuras gerações. Parte dela é formada pelo o que a UNESCO define como “patrimônios da humanidade”, ou seja, propriedades culturais e naturais de “valor universal excepcional”. Em 2018, havia 1.073 propriedades na lista do Patrimônio Mundial: 832 de significado cultural, 206 de significado natural e 35 de valor misto. No entanto, infelizmente, nada é eterno. Nem mesmo grandes obras-primas ou belas paisagens naturais. De tempo em tempo, uma combinação tóxica de mudança climática, estupidez humana e pura má sorte está conspirando para roubar os tesouros do nosso planeta. Acompanhe agora cinco patrimônios da humanidade que podem desaparecer em 10 anos.
Primeira observação: se você tem uma vontade ardente de ver qualquer um desses lugares, provavelmente deveria pensar em retirá-los de sua lista de desejos (a menos que você possa visitá-los em menos de 10 anos).
Segunda observação: de qualquer forma, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) procura incentivar a preservação do patrimônio cultural e natural em todo o mundo. Isso é incorporado em um tratado internacional chamado Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural , adotado pela UNESCO em 1972.
Você sabia que o Saara nem sempre foi um grande deserto? Uma série de pinturas rupestres, datadas de 12.000 a.C., mostram como o mundo do Saara mudou ao longo de milênios. Vislumbrar a arte rupestre da Líbia é como enxergar uma linha do tempo sobre a pré-história humana.
Em 2018, a UNESCO divulgou um relatório no site depois de anos de guerra civil na Líbia. Eles concluíram que 95% das pinturas foram danificadas ou roubadas. Não sobrou ninguém para proteger a arte rupestre e todo o lote agora está sendo saqueado ou apenas destruído por milícias. A arte rupestre da Líbia é um dentre os vários patrimônios da humanidade que podem desaparecer em 10 anos.
Abu Mena, no Egito, era uma metrópole cristã bizantina e um centro de peregrinação. Arruinada por séculos, Abu Mena agora se parece menos com uma cidade e mais com um monte de pilares quebrados, que se entrecruzam com mais ruínas quebradas.
Viena, capital da Áustria, é uma cidade próspera em um país rico. Ela é cercada por um mar de estabilidade que é o centro da Europa. Em 2017, o Telegraph trouxe notícias ruins. O Conselho da Cidade de Viena deu permissão para que um gigantesco complexo de hotéis de luxo fossem construído no centro. Quando a Unesco ouviu a notícia, eles declararam que tal monstruosidade comprometeria o caráter histórico do patrimônio. Em 2018, diziam que o projeto ainda estava programado para o início de 2020 ou 2021 e que poderia resultar em Viena sendo destituída de seu status.
Sim, a “Barreira de Corais” é um dos vários patrimônios da humanidade que podem desaparecer em 10 anos. Mais de 2 bilhões de corais viveram no recife listado como Patrimônio da Humanidade em 2015. Ao lado de um conjunto caleidoscópico de peixes, a “Barreira de Corais” é tão grande que pode ser vista do espaço. Em 2016 e 2017, uma onda de água quente desencadeada pela mudança climática se instalou sobre o recife. Corais ficaram sem ter o que comer. Metade do recife morreu no que foi chamado de “um evento de branqueamento sem precedentes”.
Mais de cem ilhotas ao largo da costa de Pohnpei formam “Nan Madol”. Ruínas de palácios de pedra, templos e túmulos, datados de 1200 a 1500 d.C., revelam a cultura da dinastia Saudeleur, na ilha do Pacífico. Em 2016, Nan Madol foi listada “em perigo”. Motivo? Crescimento excessivo de manguezais, à tempestade e ao colapso da pedra.
Quase dois mil prédios de barro tradicionais permanecem em Djenné, uma das cidades mais antigas da África subsaariana. Além de sua arquitetura islâmica, quatro sítios arqueológicos – Djenné-Djeno, Hambarkétolo, Kaniana e Tonomba – revelam pistas sobre a estrutura urbana pré-islâmica e sua evolução. A insegurança política, a deterioração dos materiais de construção históricos, a urbanização e a erosão garantiram-lhe um lugar na Lista de Patrimônio Mundial em Perigo em 2016.
As áreas úmidas subtropicais da Flórida são um santuário para pássaros, répteis e mais de 20 espécies raras. Uma combinação de crescimento urbano, poluição e desastre natural fez com que o Parque Nacional ganhasse um lugar na Lista de Patrimônios em Perigos no ano de 1993.