Curiosidades

A britânica que ‘conversou’ com os convidados do próprio velório

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O velório é um costume presente em várias culturas ao redor do mundo. É quando amigos e familiares têm a última oportunidade de dar adeus à pessoa que se foi. Esse momento é bem triste. Mas em alguns casos, as pessoas presentes podem ter um vislumbre diferente daquele que se foi. Esse foi o caso dessa britânica.

A ativista Marina Smith, que trabalhava com educação sobre o Holocausto, morreu em junho desse ano aos 87 anos. A britânica foi uma das cofundadoras do Centro Nacional do Holocausto em Nottinghamshire, no Reino Unido. Nele, ela coordenava um programa de educação sobre o Holocausto. E em 2005, ela foi premiada com uma ordem de cavalaria dada pela realeza britânica pelo seu trabalho.

Britânica presente em seu velório

G1

Por mais que a morte da britânica tenha sido sentida por aqueles que a amavam, depois de alguns dias, em seu velório, sua família e amigos puderam vê-la novamente respondendo perguntas a respeito da sua vida.

Isso foi possível graças a uma tecnologia criada pelo seu filho. De acordo com Stephen Smith, a ferramenta de vídeo da sua empresa, a StoryFile, fez com que seu mãe estivesse “presente” de certa forma durante o seu velório.

Smith explica que a tecnologia permite que aconteça uma conversa por vídeo com uma pessoa que já morreu. E o mais interessante é que a pessoa responde como se ela realmente estivesse lá.

Ainda de acordo com ele, a tecnologia trouxe para a conversa aspectos da vida da sua mãe que eram bastante importantes para ela e para aqueles que mais a amavam. Além disso, as palavras usadas eram realmente falas da britânica, e não um texto criado por uma inteligência artificial.

Como funciona

G1

Para que esse vídeo seja possível, a pessoa deve fazer a gravação antes de morrer. Nela, a pessoa responde a inúmeras perguntas a respeito da sua vida. Então, depois da sua morte, um sistema de inteligência artificial seleciona os clipes apropriados para reproduzir em resposta para perguntas das pessoas  que estão assistindo ao vídeo. Por isso que a pessoa parece estar ouvindo realmente as perguntas e respondendo na hora. A empresa responsável por essa tecnologia a chama de “vídeo conversacional”.

Segundo Rollo Carpenter, que criou o chatbot CleverBot e não tem conexão com a empresa de Smith, esse sistema de conversa em vídeo funciona de uma maneira diferente. Isso porque ele não tenta construir suas próprias respostas ou usar inteligência artificial para criar respostas novas.

“É apenas selecionar a partir de um conjunto pré-gravado de sequências que podem ser reproduzidas”, disse ele.

Tecnologia

Gadgetnous

A ideia do vídeo aconteceu enquanto os fundadores da StoryFile trabalhavam na criação de hologramas interativos de sobreviventes do Holocausto para a fundação USC Shoah.

Desde a sua criação, a empresa enxerga uma gama de possibilidades para aplicar essa tecnologia comercialmente, indo desde o atendimento ao cliente até as vendas. Tanto é que a empresa encorajou algumas celebridades a documentar suas carreiras usando a tecnologia.

Uma dessas celebridades foi o ator William Shatner, conhecido por seu papel como capitão Kirk na série Star Trek.

Futuro

Martech series

Pensando no futuro, Smith prevê que as pessoas irão documentar suas vidas de forma contínua. Com isso, ele sugere que as pessoas poderão “falar com o seu eu de 18 anos, quando tiverem 50, ou apresentar seus filhos ao seu eu de 16 anos”.

Além disso, a ideia de que se poderia usar a inteligência artificial para criar versões virtuais de pessoas mortas é uma coisa que, na realidade, já existe há muito tempo. Contudo, Smith explica que não é isso que sua tecnologia faz e também rejeita essa ideia.

“Tudo sobre nós é absolutamente único. Não há como você criar uma versão de mim”, disse ele.

Nesse ponto, Carpenter concorda com ele e pontua que usar a tecnologia de inteligência artificial atual para criar uma pessoa “gerada por computador” arriscaria “colocar palavras na boca da pessoa falecida”.

Além do mais, seria ainda pior se as pessoas acreditassem que o falecido falou aquelas palavras enquanto ainda estava vivo. Por conta disso, a tecnologia de Smith não cria diálogos com inteligência artificial, mas sim com as falas da própria pessoa, como foi o caso da britânica.

Fonte: G1

Imagens: G1, Gadgetnous, Martech series

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