A carta de Einstein que mudou a história da humanidade: ‘Grande erro da minha vida’

Avatar for Bruno DiasBruno DiasCuriosidadesagosto 28, 2024

Albert Einstein foi um físico alemão que é conhecido pela Teoria da Relatividade. Ele é um dos pilares da física moderna e é famoso também por sua fórmula de equivalência de massa-energia, E=mc². E o que muitos podem não saber é que uma carta de Einstein mudou os rumos da história da humanidade, mais precisamente, com relação ao uso letal da energia atômica.

“Os trabalhos recentes na física nuclear aumentaram a probabilidade de transformar o urânio em uma nova e importante fonte de energia”, dizia uma carta datilografada, dirigida ao então presidente americano Franklin D. Roosevelt assinada pelo físico no dia dois de agosto de 1939.
O físico continua dizendo que essa energia irá poder ser usada “para a construção de bombas extremamente poderosas”. E por conta de suspeitas a respeito da decisão alemã em suspender as vendas de urânio na Checoslováquia ocupada, graças a essa carta de Einstein foi criado um programa de pesquisas super secreto custando dois bilhões de dólares.
A criação era nada menos do que o conhecido Projeto Manhattan, uma corrida para que os EUA vencessem a Alemanha na criação de armas atômicas. Esse projeto foi liderado pelo físico Robert Oppenheimer durando três anos e tendo como resultado uma das invenções mais significativas e destrutivas da história: a bomba atômica.

Carta de Einstein

Terra

A carta de Einstein que mudou a história com relação a isso irá a leilão no dia 10 de setembro desse ano pela casa Christie’s de Nova York, nos Estados Unidos. O esperado é que ela seja arrematada por mais de quatro milhões de dólares, equivalente a cerca de 22,4 milhões de reais.
Essa carta tem duas versões e a que irá ser leiloada é a versão mais curta. A outra versão, que é a mais detalhada, é parte de uma coleção permanente que fica na Biblioteca Franklin D. Roosevelt, em Nova York.
“De muitas formas, esta carta marca uma reviravolta fundamental na história da  ciência, da tecnologia e da humanidade. Esta foi, de fato, a primeira vez em que o governo dos Estados Unidos se envolveu diretamente, financiando uma pesquisa científica importante. A carta foi o pontapé inicial para que os Estados Unidos pudessem aproveitar totalmente as transformações tecnológicas que estavam em andamento”, disse Peter Klarnet, especialista em assuntos americanos, livros e manuscritos da Christie’s.

Esse mesmo ponto de vista é compartilhado por Bryn Willcock, diretor de programas do Departamento de Política, Filosofia e Relações Internacionais da Universidade de Swansea, no Reino Unido e professor e pesquisador de História Nuclear e Americana.

“A maior parte dos relatos históricos sobre as origens da bomba começa com uma discussão da carta. O conteúdo da carta foi fundamental para conseguir ações diretas do presidente Roosevelt. A American Heritage Foundation chega a descrever a carta como ‘fundamental’ para levar Roosevelt a conduzir a pesquisa atômica”, pontuou Willcock.
A importância dela é tanta que no filme “Oppenheimer”, que é baseado na história do Projeto Manhattan, faz menção à carta de Einstein em uma cena onde Oppenheimer está com o físico Ernest Lawrence.
“Esta carta é algo que faz parte da cultura popular desde 1945, de forma que ela já tem uma posição sólida, mas acho que o filme Oppenheimer apresentou a carta para uma nova geração”, concluiu Klarnet.

Foi decisiva?

Terra

Sabendo da importância da carta de Einstein vem o questionamento se ela foi decisiva para a criação do Projeto Manhattan. De acordo com Willcock, o Reino Unido já estava “tentando de tudo para levar os Estados Unidos a apoiar mais pesquisas”. Tanto que, conforme ele, o Relatório Maud era um estudo a respeito da viabilidade das armas nucleares e foi “fundamental para forçar o desenvolvimento de pesquisas pelos americanos”.

Por conta disso, a carta de Einstein pode ter somente acelerado esse processo. Ainda conforme Willcock, sem ela, teria acontecido um atraso no desenvolvimento e “provavelmente teria feito com que a bomba não estivesse pronta para uso no verão de 1945”.

Fonte: Terra
Imagens: Terra
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