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A criação do mundo na mitologia japonesa

Criação do mundo na mitologia japonesa
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A criação do mundo e das divindades é comum em todas as mitologias ao redor do mundo. Estamos já acostumados com as histórias do cristianismo, da mitologia grega e, recentemente, a mitologia nórdica também entrou em destaque. Mas, existem lendas diversas muito interessantes. Veja como é a criação do mundo na mitologia japonesa!

A mitologia japonesa não possui só uma versão. Tem vários livros, poemas e contos com fatos, personagens e datas conflitantes, tendo mais de duas versões sobre um único conto.

A maioria dos contos são tirados de dois livros. O primeiro é o Kojiki, a crônica mais antiga do Japão, compilado há muito tempo, em 712 depois de Cristo, chamada “Registro de Coisas Antigas”. Já o segundo é o Nihongi, que representa as “Crônicas do Japão” e foi compilado em 720 depois de Cristo.

Versão Kojiki

A criação do mundo na mitologia japonesa

Reprodução/Amazon

As lendas nesses compilados não são simples contos, porque são cheios de simbolismos. Inclusive, são levados muito a sério, em vários casos, como na descendência da família imperial. Com isso, criou-se o mundo segundo a mitologia japonesa a partir do Caos, assim como na mitologia nórdica.

O Caos era ilimitado e sem forma, sem fronteiras. Dele, uma massa límpida e transparente se formou, virando o Céu, que veio a ser a “Planície dos Céus Elevados”. Nela, se materializou a “Deidade do Augusto Centro do Céu”.

Logo depois, os Céus criaram a “Elevada Augusta Deidade Produtora de Maravilhas” e, em seguida, “Divina Deidade Produtora de Maravilhas”. Dessa forma, considera-se essas três divindades as Três Deidades Criadoras. 

Enquanto isso, tudo que era pesado se assentou gradualmente, criando a Terra, o que demorou um período incrivelmente longo até que tudo se tornasse sólido. Dizem que o estágio primordial da Terra assemelhava-se a uma mancha de óleo flutuante, como uma água-marinha na água.

De repente, dois seres imortais nasceram das entranhas da Terra: “Deidade Príncipe Primogênito do Agradável Jorro do Tubo” e a “Deidade Celestial Eternamente Pronta”. Com as três divindades anteriores, os cinco são considerados como as Divindades celestiais especiais. Então, muitos deuses nasceram e cresceram.

Logo após, os últimos deuses a nascer foram as Deidades “Aquele que é convidado” e “Aquela que convida”, que foram responsáveis por criar o arquipélago japonês. Eles também tinham a função de preencher o mundo e criar condições de vida. 

Criação das ilhas

O casal recebeu uma lança divina das deidades primordiais que possuía poderes incríveis. Dessa forma, foi com essa ferramenta que criaram as ilhas, trabalhando em incrível harmonia.

Por causa da proximidade e harmonia, acabaram se apaixonando e a deusa “Aquela que convida” convidou o deus “Aquele que é convidado” a uma união. Assim, geraram uma descendência de criaturas estranhas, porque o ritual da união não aconteceu como a tradição estipula, sendo que a deusa teve a iniciativa. 

Então, decidiram se unir novamente, mas, dessa vez, “Aquele que é convidado” assumiu a iniciativa e realizaram o ritual de união. Como resultado, deram origem a uma nova geração de deuses, no entanto, uma tragédia aconteceu. “Aquela que convida estava grávida”, mas algo estava muito errado, consequentemente, ela faleceu após o parto do “Deus do fogo”, partindo para o mundo dos mortos.

A Deusa no submundo

Contudo, tomado pelo sofrimento, “Aquele que é convidado” foi até o submundo para trazer sua esposa de volta. Mas, ao chegar no lugar impuro, encontrou a deusa em estado de decomposição. Sendo assim, ela tinha comido os frutos do submundo e criou-se um vínculo com ele. Sua divindade havia sido corrompida. O Deus ficou horrorizado, o que enfureceu a Deusa, que mandou monstros atrás do esposo. 

Ele conseguiu correr e bloquear a passagem do mundo dos mortos com uma grande rocha. Então, sentindo-se impuro, ele foi até a água e tomou um banho ritualístico. Sendo assim, foi desse banho que surgiram diversas outras divindades e espíritos, como as deusas do Sol e da Lua. Essa é a versão do primeiro livro de crônicas, o Kojiki.

Versão Nihongi

A criação do mundo na mitologia japonesa

Montagem Mundo-Nipo

Já segundo o Nihongi, no início dos tempos, o Céu e a Terra estavam juntos e o In e o Yo estavam separados. Estes seriam o equivalente ao Ying e Yang chineses, princípios que propõem a dualidade de tudo no universo. As duas forças são opostas e complementares e se encontram em todas as coisas.

Dessa maneira, os escritores japoneses imaginavam a criação do mundo como a própria criação do Japão, já que não havia o conhecimento de outros locais até então. Então, o In e o Yo formavam uma massa caótica como um ovo. 

Essa massa criou vida rapidamente e sua parte mais clara e pura se soltou, formando o Céu. Já a parte mais densa e pesada assentou, formando a Terra. Dessa vez, comparou-se a Terra a um peixe flutuando e brincando na água.

Posteriormente, uma forma misteriosa surgiu de repente entre o Céu e a Terra, se transformando no primeiro Deus, o Eterno suporte terreno das coisas majestosas. Depois dele, as outras divindades surgiram, assim como o mundo. 

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