Curiosidades

O ”vício” em televisão pode ser uma coisa real

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Cerca de duas décadas atrás, as séries de TV não eram nem um pouco populares. Havia até muito preconceito do cinema com atores que vinham da telinha. Assim, quem migrava dos filmes para as séries tinha a carreira considerada morta. O cenário mudou drasticamente com o tempo. Hoje, a televisão tem o mesmo prestígio que o cinema. Ganhar um Emmy é tão importante e gratificante quanto um Oscar.

Além disso, a televisão e o ato de vê-la por muito tempo ganhou um termo: binge-watch. Traduzido do inglês, ele significa “maratonar” e foi candidato a ser a palavra do ano em 2013, eleita pelo dicionário Oxford. Embora ela não tenha vencido, o termo mostrou uma tendência que estava se tornando uma realidade. No caso, assistir vários episódios de um programa ou série de televisão em uma única vez.

Atualmente, milhões de pessoas consomem as séries preferidas desse jeito. Ou seja, assistindo tudo de uma vez. Ademais, os serviços de streaming fizeram com que esse vício em televisão ficasse ainda mais possível de ser alimentado.

Televisão

University of California

Nesse ínterim, com a pandemia, várias pesquisas mostraram que várias pessoas passaram mais tempo assistindo televisão do que normalmente acontecia. No entanto, essa compulsão por assistir televisão pode ser problemático ou viciante? E se a pessoa não conseguir parar com o vício, o que ele pode trazer?

Esse vício em televisão, quando se torna problemático, não é definido pelo número de episódios que alguém assiste, mas sim por um número específico de horas que se gasta na frente da televisão ou da tela do computador.

Assim como acontece com outros comportamentos de vício e dependência, o ponto mais importante para se levar em consideração em um possível vício em televisão é se essa compulsão está causando um impacto negativo em outros aspectos da vida da pessoa.

Vício

Study breaks

De acordo com o pesquisador Marque Griffiths, que passou anos estudando o vício em televisão, existem alguns pontos sobre os comportamentos de vício. Eles podem ser colocados em seis principais, que, segundo Griffiths, são:

1 – Assistir à televisão é a coisa mais importante na vida da pessoa.

2 – A pessoa se envolve em binge-watch como uma forma confiável de mudar seu humor. Ela usa para se sentir melhor a curto prazo ou para escapar temporariamente de algo negativo em sua vida.

3 – A atividade de ver televisão, de forma excessiva, compromete aspectos essenciais da vida da pessoa, como relacionamentos e educação ou trabalho.

4 – O número de horas que a pessoa passa assistindo à TV aumenta significativamente ao longo do tempo.

5 – A pessoa experimenta sintomas de abstinência psicológicos e / ou fisiológicos se não for capaz de assistir à televisão.

6 – Se a pessoa consegue parar temporariamente de assistir à TV, quando ela se engaja na atividade novamente, ela volta direto para o ciclo em que estava anteriormente.

Como identificar

Frwebs

“Em minha opinião, qualquer pessoa que preencha esses seis componentes estaria genuinamente viciada em assistir televisão. Uma pessoa que cumpre apenas alguns desses pode estar exibindo um problema de compulsão, mas não seria classificada como viciada pelos meus critérios”, ponderou Griffiths.

Da mesma forma que outros vícios, como em sexo, trabalho e exercícios, não se reconhece o vício em assistir televisão oficialmente por nenhum manual psiquiátrico. Além do mais, não se tem estimativas precisas da prevalência desse problema. No entanto, pesquisas a esse respeito estão crescendo.

Se uma pessoa acha que se encaixa nesses critérios de vício em televisão e quer diminuir essa compulsão, Griffiths recomenda que pare de assistir no meio de um episódio. “É realmente difícil parar de assistir no final de um episódio, já que muitas vezes o show termina em um suspense”, explica ele.

“Também sugiro definir limites diários realistas. Para mim, são 2,5 horas se eu tiver trabalho no dia seguinte, ou até cinco horas se não tiver. E só comece a assistir como uma recompensa para si mesmo depois de fazer tudo o que precisa em termos de trabalho e obrigações sociais”, continuou.

Ademais, uma coisa importante de se lembrar é que a diferença entre um entusiasmo saudável em ver televisão e um vício é que, no primeiro caso, a atividade soma na vida da pessoa, já no segundo ela é prejudicada.

Fonte: Science Alert

Imagens: University of California, Study breaks, Frwebs

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