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Em 1914, o casamento de Albert Einstein e Mileva Marić estava se desfazendo. Uma das maiores provas disso, foi o fato deste ter sido o ano em que eles se separaram. No entanto, o que realmente chamou a atenção foi uma lista escrita pelo físico em que descrevia todas as condições que deveriam regrar a convivência do casal durante aquele período.
A vida doméstica apresentada no texto é desprovida de qualquer conexão emocional. Isso acabou gerando a impressão de que o responsável por apresentar a Teoria da Relatividade ao mundo detestava a mulher com quem havia se casado.
O documento foi encontrado junto com os pertences de Einstein em 1986, três décadas depois de sua morte, de acordo com o divulgado pelo livro “Listas Extraordinárias”, de Shaun Usher, em 2016.
A morte do romance
Foto: Reprodução
A lista do físico foi enviada à Mileva por meio de uma carta e possui quatro exigências principais. A primeira falava sobre as atividades domésticas que a mulher deveria cumprir, incluindo roupas limpas e organizadas, três refeições que deveriam ser levadas até os aposentos do físico e ainda a arrumação desses locais.
A segunda e a terceira exigências falavam sobre como eles não deveriam interagir um com o outro.
“Você se absterá de quaisquer relações pessoais comigo, a menos que sejam absolutamente necessárias por motivos sociais. Sobretudo, você abrirá mão de: 1. minha companhia em casa; 2. sair ou viajar comigo”, afirmou Einstein na carta.
De acordo com as condições impostas pelo cientista, Mileva deveria obedecer imediatamente e sem objeção todas as vezes que o marido mandasse ela sair de seus aposentos ou que ela parasse de falar com ele.
“[Você] não esperará nenhuma intimidade de minha parte, nem me repreenderá de forma alguma”, acrescentou o físico, expondo de forma incisiva que não desejava levar uma vida de casal com a mulher que havia escolhido como esposa.
O último item da lista proibia Marić de depreciar Einstein diante dos filhos dos dois. Considerando a rigidez das regras, não é uma grande surpresa que o casal tenha parado de viver juntos naquele mesmo ano. Já o divórcio, por outro lado, apenas foi oficializado em 1919.
O começo do relacionamento entre Einstein e Marić
Foto: Reprodução
Albert Einstein e Mileva Marić se conheceram na Universidade Politécnica de Zurique, onde estudavam física e matemática nas mesmas salas. As notas da jovem, que era a única mulher na turma, eram mais altas que as do famoso cientista.
Mesmo com seus sucessos acadêmicos, Mileva nunca conseguiu seu diploma por causa de um exame oral em que foi reprovada por dois anos seguidos, conforme informações da revista Superinteressante.
Mileva Marić casou-se com Einstein em 1903, e exerceu um papel fundamental durante a escrita dos artigos científicos que lançariam o físico no mundo. Ela foi a responsável por ajudá-lo a elaborar suas teorias e por refazer os cálculos matemáticos do cientista.
No entanto, quando o físico publicava os documentos, eles nunca constavam o nome da esposa, por causa disso, a co-autoria de Marić foi, durante muito tempo, apagada.
A parceria na vida acadêmica e pessoal durou apenas uma década, antes da relação chegar ao ponto da lista ser criada. Após a separação, Albert casou-se com sua prima, Elsa Einstein.
Mileva Marić: a primeira mulher a estudar física durante o Império Austro-Húngaro
Foto: Domínio Público
Mileva Marić foi a primeira mulher a estudar física durante o Império Austro-Húngaro. No ano de 1896, tornou-se a primeira pessoa do sexo feminino a estudar no Instituto Politécnico, na Suíça, onde conheceu Einstein. Anos depois, em 1901, parou de estudar por causa de uma gravidez.
Apesar de gerar grandes debates entre os historiadores se Marić teria contribuído significativamente com as pesquisas do marido ou não, em cartas encontradas, Einstein se refere às suas teorias como “nosso trabalho” e “nossa teoria”.
Fonte: Aventuras na História
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