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A orquídea mais feia do mundo

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A maioria das orquídeas que conhecemos são donas de uma magnitude indescritível. Como sempre existem exceções, o elogio acima, infelizmente, não pode ser direcionado a todas. A Gastrodia agnicellus, uma espécie de orquídea, recém descoberta nas florestas de Madagascar, é, por exemplo, uma das que não se enquadra no quesito beleza.

Pertencente à família Orchidaceae e à ordem Asparagales, uma das maiores famílias de plantas existentes, a Gastrodia agnicellus foi coroada “a orquídea mais feia do mundo”.

A orquídea e outras plantas

“As flores desta orquídea são extremamente pequenas, possuem uma coloração marrom e, acredite ou não, são bastante feias”, disse o Royal Botanic Gardens, em Kew, Londres, ao divulgar a lista das 10 principais descobertas do ano, feita pelos cientistas.

A Gastrodia agnicellus depende de fungos para nutrir-se e não possui folhas ou qualquer outro tecido que seja capaz de promover a fotossíntese. Embora tenha sido categorizada como uma espécie ameaçada, a orquídea não tem perigo de entrar em extinção por estar em um parque nacional.

Este ano, ao todo, os cientistas descobriram 156 plantas e espécies de fungos. Em relação aos números expostos, vale frisar que, anualmente, cerca de 2.000 novas plantas são nomeadas pela ciência, enquanto novas famílias são publicadas apenas uma vez ao ano.

Dentre as descobertas que foram oficialmente nomeadas, estão seis novas espécies de cogumelos do Reino Unido (uma delas encontrada perto do aeroporto de Heathrow); um arbusto da Namíbia; uma colorida bromélia do Brasil; duas espécies do género Aloe descobertas em Madagáscar.

Há ainda também a Diplycosia puradyatmikai, um arbusto parente do mirtilo na Nova Guiné; 19 outras novas orquídeas da Nova Guiné; uma nova erva de uma importante família de plantas medicinais; a Hibiscus hareyae de flores vermelhas, que foi descoberta online; e uma planta já conhecida por comunidades locais nos Andes.

O arbusto

Como o botânico Wessel Swanepoel não conseguiu identificar nenhum gênero conhecido para catalogar o arbusto, o profissional contactou o especialista molecular de Kew, Felix Forest e sua equipe para realizar uma análise.

Após análises, os cientistas descobriram que o arbusto é único, portanto foi necessário criar um nome para a nova espécie, um novo gênero e uma nova família. O arbusto, então, foi nomeado como Tiganophyton karasense. O arbusto tem folhas escamosas e cresce em salinas naturais extremamente quentes, daí o nome Tiganophyton.

Durante o evento realizado para apresentar as novas espécies, Martin Cheek, líder sênior de pesquisa da Kew, deu as boas-vindas às últimas descobertas naturais. “Algumas podem fornecer ganhos vitais para as comunidades, enquanto outras podem ter potencial no desenvolvimento de alimentos ou medicamentos no futuro”, relatou Cheek.

“Com duas em cinco plantas ameaçadas de extinção, temos uma corrida contra o tempo para encontrar, identificar, nomear e conservar novas plantas antes que desapareçam”, alertou o profissional.

Elegância natural

A orquídea é originária do continente americano. Por possuir propriedades afrodisíacas, inúmeras civilizações antigas utilizavam a planta. Sua beleza só passou a ser admirada em todo o mundo durante o século XVIII, quando oficiais da Marinha britânica a levaram para a Europa.

Foi exatamente nesse momento que as classes burguesas passaram a venerar a exótica planta. Como tornou-se um objeto de desejo, logo começaram as explorações em quase todas as florestas. Hoje, obviamente, é bem mais fácil encontrar as orquídeas, pois em qualquer continente existem estufas especializadas nestas flores.

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