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Afinal, o que são essas caixas que surgiram no litoral pernambucano e que não podem ser tocadas?

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No último domingo (28/07), uma série de caixas misteriosas surgiram no Litoral de Pernambuco. Assim, segundo Clemente Coelho Junior, biólogo, oceanógrafo e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE), as caixas são feitas de borracha e não podem ser tocadas.

Em 2018, um outro fardo de seis caixas foi encontrando na mesma região. Desse modo, com informações obtidas com essas primeiras caixas, pudemos entender melhor o que elas são. Segundo o pesquisador, um laudo pericial, realizado em setembro de 2019 pela Polícia Federal, conseguir dizer que fardos são, de fato, feitos de látex. Portanto, eles serviriam como matéria-prima para produção de material emborrachado como botas, preservativos e pneus.

Elas podem representar um prejuízo para o meio-ambiente

Ainda segundo Clemente, o material não deve ser manuseado por pessoas que não sejam especialistas. “Durante a deterioração desse material ele pode liberar pequenos pedaços que infelizmente podem ser ingeridos por tartarugas, cetáceos e até por peixes e aves marinhas. É um prejuízo significativo para o meio ambiente”, afirmou o pesquisador.

Na época em que as caixas foram vistas pela primeira vez, o objetivo do laudo solicitado pela Polícia Federal era identificar se haveria algum tipo de relação entre os objetos e o derramamento de óleo que ocorreu naquele mesmo período. De toda forma, essa hipótese foi descartada. Dessa forma, tanto as caixas quanto o óleo chegaram no litoral do mesmo modo, através das correntes marítimas.

De acordo com o especialista, as caixas não podem simplesmente ser descartadas novamente. “Essas caixas estão sendo trazidas pela mesma corrente que trouxe as manchas de óleo, uma corrente Sul-Equatorial que deriva à norte e ao sul. Com a agitação do mar, principalmente agora com o início do inverno – na semana passada nós tivemos uma ressaca, um mar um pouco mais agitado, com ondas maiores, um vento sul bastante forte”, afirmou Clemente. Com isso, o material “veio parar no nosso litoral”, completou o pesquisador.

Se você ver uma dessas caixas, chame as autoridades

Ao lidar com esse tipo de material, todo cuidado é pouco. Por isso, apenas especialistas devem manusear as caixas. “Esse material, apesar de ser um látex extraído da seringueira, pode ser perigoso. Não pelo material em si, mas durante o seu processamento na cura do látex é utilizada uma série de compostos que podem ser perigosos e podem liberar compostos nocivos à natureza ou até metais pesados. Todo cuidado é importante. É preferível que não se manuseie esse material”, afirmou Clemente.

Por fim, o que fazer caso você encontre uma dessas caixas? De forma resumida, o melhor a se fazer é chamar as autoridades e elas saberão como agir. “Entrem em contato com a prefeitura, com as autoridades locais e, se for o caso, com as autoridades estaduais, para que seja retirado e levado ao destino como um aterro sanitário e tendo até a possibilidade de ser reciclado, reutilizado. Esse material está chegando ao nosso litoral, a gente vai continuar vendo esse material chegar. Então, vale o alerta: não toque, evite tocar nesses fardos e comunique as autoridades locais”, completou o pesquisador.

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