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A Terra é cheia de coisas maravilhosas e surpreendentes, seja na fauna, flora ou em outro ambiente. Tanto que, o avistamento de algumas criaturas pode chocar todos, como por exemplo, essas águas-vivas de quase 10 quilos que foram vista pelas praias da Ilha do Japonês e no bairro do Canal.
Os banhistas cariocas já estão acostumados com as águas-vivas, ainda mais quem frequenta a Região dos Lagos. Mas agora o cuidado tem que ser ainda maior. Segundo os especialistas, as dimensões vistas pelos pescadores não são um motivo de preocupação, por mais que surpreenda as pessoas. De acordo com eles, águas-vivas serem grandes não significa que elas sejam mais perigosas.
Como explica o biólogo marinho e presidente de honra do AquaRio, Marcelo Szpilman, as águas-vivas são como um guarda-chuvas e é do “cabo” delas que saem seus braços para capturar os peixes e levá-los até sua boca.
“Quanto mais frágil for o braço, mais peçonhenta é a água-viva. Então, ser grande não é sinônimo de perigo. Quanto maior a água-viva, mais resistente serão seus braços, pois a potência da peçonha acaba sendo menor, já que eles conseguem segurar, por exemplo, um peixe com menos esforço do que as águas-vivas menores, que precisam de uma potência maior para matar os animais e conseguir se alimentar”, explicou ele.
Águas-vivas
O Globo
Portanto, o que diferencia o perigo apresentado pelas águas-vivas não é o seu tamanho, mas sim a potência da sua peçonha. Ou seja, o quanto ela consegue paralisar um outro animal no momento em que suas cápsulas explodem.
Essa cápsulas estão preto dos braços das águas-vivas, e quando uma possível presa passa perto delas, elas a enrolam com seus braços e as cápsulas estouram e soltam o veneno. O veneno das águas-vivas é a substância urticante.
Em humanos, o que faz com que uma “picada” de água-viva cause irritação ou queimação na pele são as toxinas que existem nos nematocistos, espécie de cápsulas que ficam no braço do animal.
No caso das águas-vivas vistas em Cabo Frio, Szpilman diz que pelo vídeo que viralizou nas redes sociais, elas parecem ser do gênero Aurélia. Além disso, ele diz que provavelmente ela foi arrastada pela correnteza até o litoral. O ponto que o biólogo friza é que, por maior e mais intimidadora que a água-viva pareça por conta das suas dimensões, essa espécie não apresenta um grande perigo.
“A imensa maioria das águas-vivas presente no nosso litoral é inofensiva, gera apenas uma irritação no nosso organismo”, explicou.
Ressalva
VIX
Por mais que o perigo não seja grande, o oceanógrafo David Zee ressalta que é importante que ninguém encoste ou tente pegar uma água-viva, seja ela do tamanho que for.
“Caso aconteça, a pessoa não pode jogar água doce em cima do animal, pois isso estimula a explosão das cápsulas e aumenta a irritação do corpo. Se for queimado por uma água-viva, é importante jogar vinagre em cima dela e depois lavar a região com água salgada”, pontuou Zee.
Biologia
Infoescola
As águas-vivas são animais bem simples. Elas não têm cérebro, coração ou ossos, nem mesmo todos os órgãos que vemos como indispensáveis. As águas-vivas são membros do filo Cnidaria e não são classificadas como peixes. Elas são um tipo de plâncton e estão mais relacionadas à fonte microscópica de alimentos que forma a base da maioria das cadeias alimentares marinhas.
Somado a isso, elas são bastante simples em estrutura física e são constituídas por aproximadamente 98% de água, com apenas uma pequena lista de órgãos. A epiderme protege esses órgãos, enquanto a gastroderme é a camada interna, ao passo que a mesogléia pode ser encontrada entre as duas camadas.
Embora sejam seres simples, as águas-vivas despertam um grande interesse de todos. Por isso estão sendo sempre estudadas nos mais variados âmbitos. Assim, espécies novas ou raras descobertas ou vistas no fundo do mar estão surpreendendo sempre os biólogos e pesquisadores.
Fonte: Extra
Imagens: O Globo, VIX, Info escola
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