Natureza

Alguns países podem ser “engolidos” pelo mar

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Para algumas pessoas pode parecer que as mudanças climáticas são insignificantes e que não provocam grandes estragos. No entanto, essa é uma realidade já sentida por todo o planeta e, caso medidas de intervenção não sejam tomadas, o cenário pode ser ainda pior. Como exemplo desses efeitos, pode ser citado o aumento do nível do mar, que pode inundar algumas regiões por completo. 

Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) expôs uma triste realidade: alguns países podem ser engolidos pelos oceanos. O aumento da temperatura do planeta causa o derretimento das geleiras e, como consequência, o nível dos mares aumenta. Por conta disso, as regiões insulares do Pacífico e do Atlântico correm, de fato, o risco de desaparecer.

Prefeitura de Santos

Segundo o relatório do IPCC, o aumento da temperatura global está afetando os oceanos de diferentes maneiras, desde tempestades e eventos meteorológicos de pequena escala até ciclones tropicais catastróficos. Esses fenômenos já são responsáveis por diversos danos em cidades inteiras, mas o aumento do nível do oceano pode culminar no desalojamento de milhões de pessoas, visto que seus países podem desaparecer por completo.

Quão grave é a situação?

As mudanças climáticas corroboram no aumento da salinidade dos oceanos, super ciclones, secas ou a perda de planícies e países costeiros, por conta do aumento do nível do mar. Imagine todos os habitantes de um país tendo que migrar para outros países. Agora imagine isso acontecendo com os habitantes de vários países. 

A situação é, de fato, muito grave. Muitas pessoas podem ficar desabrigadas antes mesmo que essas regiões sejam literalmente engolidas pelo mar, visto que os ciclones e outros fenômenos da natureza podem varrer cidades inteiras. Segundo a plataforma de monitoramento climático da NASA, o nível do mar está aumentando a um ritmo de 3,4 milímetros por ano atualmente.

Com esse cenário, estima-se um aumento de até 2 metros no nível do mar até o final deste século. Para o chefe de pesquisa e investigações do Greenpeace Australia Pacific, Dr. Nikola Casule, o Pacífico será a região mais afetada pelo aumento da temperatura média global acima de 1,5ºC. 

Projeto Colabora

Mas a temperatura pode ir muito além disso. O relatório apresenta cinco cenários baseados em diferentes níveis de CO2 e outras emissões de gases de efeito estufa. Focando nos cenários de emissões altas e muito altas, a previsão é de que o aquecimento global atingirá 3,6ºC e 4,4ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século.

Quais regiões podem ser afetadas?

Lugares como as Ilhas Salomão e Vanuatu e Kiribati, que são países insulares (com o território composto por conjuntos de ilhas), serão inabitáveis, à medida que o nível do mar impedirá a vida normal nessas regiões. Mas o impacto poderá ser sentido em muitas outras regiões.

As regiões do pacífico são as que correm mais risco de presenciar a invasão da água marinha. Apesar disso, a condição não é exclusiva delas. Cidades costeiras de inúmeros países irão enfrentar um aumento considerável no nível do mar, causando diversos problemas, como o fim de praias e a invasão da água em orlas e vias públicas, como é o caso do México. 

Em menos de 80 anos é possível que partes da Península de Yucatán, no México, possam estar abaixo do nível da água, assim como terras em Quintana Roo, Yucatán, Campeche e Tabasco. As costas da Nicarágua e de Honduras, que já sofrem com os estragos de furacões, também podem estar sujeitas ao nível do mar.

Na Venezuela também existem focos identificáveis no grupo de risco do aquecimento global, assim como na Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O Brasil, por sua vez, também está ameaçado. Cidades de Santa Catarina e do Rio de Janeiro podem vir a desaparecer completamente.

Cruzando a fronteira do Brasil, é possível observar que a costa do Uruguai também tem pontos ameaçados, nos entornos de Rocha e Maldonado, por exemplo. Esses territórios são mundialmente reconhecidos por algumas de suas cidades e praias como Punta del Este ou Cabo Polonio. 

Mesmo com o risco evidente para esses países, as Maldivas são um dos principais locais em risco, já que as ilhas possuem os terrenos mais baixos do mundo. O território tem 80% de suas 1190 ilhas situadas a cerca de 1 metro acima do nível do mar. Dados mostram que boa parte do seu território pode se tornar completamente inabitável até 2050.

Tuvalu é outro exemplo de um dos países mais vulneráveis. Formado por 9 ilhas no Pacífico, com 12 mil habitantes, o pequeno país tem altura média de 2 metros acima do nível do mar. Para a COP26, conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, o ministro de relações exteriores, Simon Kofe, gravou um discurso em que aparece de terno com água nos joelhos.

A região de Veneza, na Itália, também está profundamente ameaçada. A cidade já carrega a fama de cidade submersa, uma vez que afunda a uma taxa de 2 milímetros por ano, segundo pesquisadores da Scripps Institution of Oceanography, da Universidade da Califórnia. 

Da mesma forma, a cidade de Bangkok, na Tailândia, está afundando de 1,5 a 5 centímetros por ano. Partes da capital do país podem ficar totalmente submersas já nas próximas duas décadas.

A solução

A curto e médio prazo é difícil a visualização de um cenário melhor. Mas não é impossível. Para isso, esforços conjuntos são demandados, das mais variadas organizações e de todos os países do globo terrestre. A única solução é o combate ao aquecimento global e, para que isso tenha efeito, o esforço deve ser unificado. 

No entanto, até o presente momento não se vê medidas verdadeiramente eficazes no combate ao aquecimento global. As indústrias continuam a poluir o meio ambiente sem grandes restrições ou fiscalizações governamentais, o que implica na realidade presenciada hoje e que pode ser pior a cada dia.

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