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Alisar cabelo está relacionado com maior risco de câncer

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Todo nós temos o nosso grau de vaidade. Temos cuidado na hora de nos vestir, quando vamos cuidar da nossa pele, na hora de passar maquiagem e, é claro, quando vamos cuidar do cabelo. O cabelo é um grande acessório para a maioria das pessoas, por isso a vontade de mudá-lo conforme o tempo passa sempre existe.

No entanto, nem toda mudança pode ser benéfica. Por exemplo, cientistas estão descobrindo novos detalhes sobre a relação entre determinados produtos para alisamento de cabelo, como relaxantes químicos e produtos que usam alisadores de pressão, com o risco de câncer nas mulheres.

De acordo com as pesquisas em andamento, anteriormente elas sugeriam que os produtos químicos para alisamento de cabelo estavam relacionados a um risco maior de certos cânceres relacionados a hormônios, incluindo câncer de mama e ovário. Agora, um novo estudo também vincula esses produtos a um risco maior de câncer uterino.

Cabelo e câncer

Plena mulher

O estudo foi publicado na última segunda-feira, e estima que, entre as mulheres que não usaram produtos químicos para alisar o cabelo nos últimos 12 meses, 1,6% desenvolveram câncer uterino aos 70 anos. Em comparação, 4% das mulheres que usaram com frequência esses produtos para alisamento desenvolveram câncer uterino aos 70 anos.

“Essa descoberta também comunica que o câncer uterino é realmente raro. No entanto, a duplicação do risco leva a alguma preocupação. Neste estudo, as mulheres com uso frequente no ano passado tiveram um risco duas vezes maior de câncer uterino”, disse Chandra Jackson, autora do estudo e pesquisadora do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental.

Mulheres com mais risco

869 jobs

Segundo os pesquisadores, as mulheres negras podem ser as mais afetadas por conta do maior uso desses tipos de produtos. O novo estudo inclui dados de quase 34 mil mulheres nos EUA, com idade entre 35 e 74 anos. Elas preencheram questionários a respeito do uso de certos produtos capilares, incluindo permanentes, tinturas, relaxantes e alisadores.

Por mais que os pesquisadores encontraram uma forte relação entre os produtos de alisamento e casos de câncer uterino, outros produtos capilares, como por exemplo, tinturas e permanentes ou produtos para ondular, não foram associados ao câncer uterino.

Os dados encontrados também mostraram que a relação entre produtos de alisamento e casos de câncer uterino foi mais incidente nas mulheres negras. Elas representaram 7,4% das participantes do estudo, mas 59,9% delas disseram que usam alisadores de cabelo.

Esse maior uso entre as mulheres negras é explicado por vários fatores, como os padrões eurocêntricos de beleza, pressões sociais impostas a mulheres negras e latinas em ambientes de trabalho, ameaça de discriminação e a versatilidade desejada em uma mudança capilar.

“O resultado final é que a carga de exposição parece ser maior entre as mulheres negras. Com base no corpo da literatura nesta área, sabemos que os produtos capilares comercializados diretamente para crianças e mulheres negras contêm vários produtos químicos associados a desreguladores de hormônios, e esses produtos comercializados para mulheres negras também demonstraram ter formulações químicas mais fortes”, disse Jackson.

“Além disso, sabemos que as mulheres negras tendem a usar vários produtos simultaneamente, o que pode contribuir para que elas tenham, em média, concentrações mais altas desses produtos químicos desreguladores de hormônios em seu sistema”, continuou ela.

Embora os pesquisadores não tenham coletado informações sobre marcas ou ingredientes dos produtos capilares que as mulheres usavam, eles escreveram no estudo que vários produtos químicos identificados em alisadores podem contribuir para o aumento da incidência de câncer uterino.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo epidemiológico que examinou a relação entre o uso de alisadores e câncer uterino. Mais pesquisas são necessárias para confirmar essas descobertas em diferentes populações, para determinar se os produtos capilares contribuem para as disparidades de saúde no câncer uterino e para identificar os produtos químicos específicos que podem estar aumentando o risco de câncer nas mulheres”, disse Alexandra White, chefe do grupo de Epidemiologia do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e Epidemiologia do Câncer e principal autora do estudo.

Área de pesquisa crescente

Ana Maria Braga

“Algumas substâncias encontradas em produtos para alisar o cabelo, especialmente aqueles mais usados e comercializados para mulheres negras e latinas, são substâncias químicas que desregulam os hormônios. Elas modificam os processos hormonais normais do nosso corpo. Então, faz sentido olhar para os cânceres que são mediados por hormônios”, pontuou Tamarra James-Todd, epidemiologista da Harvard T.H. Chan School of Public Health, que não esteve envolvida no estudo.

“O desafio é que o impacto desses produtos químicos pode não se limitar aos processos hormonais, mas também pode afetar outros sistemas, incluindo nossos sistemas imunológico e vascular. Compreender como esses produtos químicos funcionam além do sistema hormonal ainda é uma área de pesquisa nova e crescente. Então, pode ser que a maneira como esses produtos químicos estejam operando, como alterando não apenas as respostas hormonais, mas também alterando as respostas imunes ou até vasculares. Todos esses processos estão ligados ao câncer”, concluiu a epidemiologista.

Fonte: CNN

Imagens: Plena mulher, Ana Maria Braga, 869 jobs 

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