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Brasileira fala sobre trabalho em fazenda ilegal de maconha nos EUA

Brasileira fala sobre trabalho em fazenda ilegal de maconha nos EUA
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Embora o uso recreativo de maconha já seja liberado em grande parte do território estadunidense desde 2018, o mercado ilegal ainda cresce no país. Buscando fugir das altas taxas e licenças impostas pelo governo, produtores contratam imigrantes para o trabalho informal.

Conhecida como Triângulo das Esmeraldas, a maior região produtora de maconha em solo americano chega a render US$150 por dia para quem se arrisca em uma das fazendas ilegais. Aliás, foi em um desses locais que a programadora brasileira, identificada apenas como Amanda, viveu uma das experiências mais indescritíveis de sua vida.

Segundo a protagonista dessa história, ao longo das cinco semanas em que trabalhou em uma das fazendas, ela conseguia ganhar por dia entre US$ 100 e US$ 150. Se convertido em reais, esse valor torna-se bastante significativo, entre R$ 500 a R$ 750. Contudo, apesar do bom dinheiro, Amanda não indica a experiência a ninguém. Além de ser crime e poder resultar em deportação, expulsão dos EUA e até mesmo fazer com que tenha que responder judicialmente aqui no Brasil, essa experiência pode acabar custando caro para muita gente.

“Não é algo tão seguro de se fazer. Tem muita gente da Europa e do México. Eu só fui porque um amigo já tinha ido algumas vezes”, relatou Amanda à BBC News Brasil. Apesar disso, ela relata que “você vê pessoas sentadas nas calçadas com placas procurando fazendas de maconha. Os fazendeiros vão andando de carro pela cidade”.

Curiosamente, as autoridades ampliaram a fiscalização nesse tipo de produção clandestina. Só para ilustrar, dados do Departamento de Justiça da Califórnia, em 2021, mostram que o governo estadual erradicou 1,2 milhão de plantas de maconha. Além disso, foram apreendidas 81 toneladas da droga. Contudo, o governo não costuma informar quantas pessoas foram presas nesse processo.

A experiência em uma fazenda ilegal de maconha

Unsplash

A programadora aceitou viver essa experiência com o objetivo de juntar dinheiro para se mudar para a Europa. Todavia, assim que chegou à fazenda de maconha em Santa Cruz, Amanda viu que a “hospedagem” era ainda mais precária do que ela imaginava. Embora seu amigo, que já tinha participado do processo tivesse lhe preparado para o que estava por vir, ver aquilo com os próprios olhos não deixou de ser surpreendente.

Assim que pisou na fazenda na qual trabalharia, Amanda conheceu as seis pessoas com quem dividiria o espaço. Juntamente com colegas brasileiros e outros de demais nacionalidades, ela descobriu que todos dormiriam em barracas e que água corrente era somente para uma pessoa. Além disso, até na hora de fazer necessidades a garota precisou se virar. “Cocô eu fazia em um balde e xixi no chão. Banho também era de balde”, compartilhou ela.

Aliás, para o terror daqueles que têm nomofobia ou fogem do banho frio, na fazenda de maconha não havia sinal de celular e nem água quente. De acordo com Amanda, há fazendas com condições de trabalho um pouco melhores. Porém, no geral, quase nenhuma oferece um bom ambiente para os trabalhadores.

Visto que os imigrantes não pagam a estadia, seu único gasto é com mantimentos. Todavia, as idas ao mercado sempre eram cheias de tensão, afinal, uma mera desconfiança por parte da polícia seria suficiente para derrubar todo o esquema. Por isso, a preparação envolvia tomar banho, trocar de roupa e limpar bem as unhas, já que ficavam pretas decorrentes do processo de trimming da maconha.

O trabalho de Amanda

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Unsplash

Em suma, o processo de produção da maconha é dividido em três etapas: colher, secar e trimar. Na época do outono, por exemplo, as colheitas começam e, com isso, surgem ofertas de trabalho nas plantações. É nesse processo que ocorre a trima, ou a retirada das folhas de cannabis próximas das flores, os buds.

Segundo Amanda, os produtores costumam pagar 80 dólares por hora de trabalho. Porém, a trima tem um valor que varia entre US$ 120 e US$ 150 por meio quilo de maconha. A programadora ainda alertou que “é absurdamente muita grana . A mão de obra lá é muito barata. Para brasileiro que ganha em dólar soa maravilhoso, mas para a galera de lá não vale muito a pena”, ressalta.

Fonte: BBC

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