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Cientistas descobrem forma inusitada de proteger coalas da extinção

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Entre junho de 2019 e maio de 2020 o mundo não teve escolha, se não assistir passivamente a temporada de incêndios na Austrália. Enquanto ao redor do globo artistas mobilizavam doações para ajudar as vítimas da devastação do fogo, mais de 3 bilhões de animais eram afetados. Dentre as diversas espécies que quase tiveram um fim de fato, os coalas chegaram a entrar na lista de bichos em extinção. No entanto, recentemente, cientistas sugeriram uma forma de perpetuar o legado dos pequenos marsupiais.

De acordo com a BBC News Brasil, pesquisadores da Universidade de Newcastle, no estado australiano de Nova Gales do Sul, tiveram uma ideia. O grupo pensou: e se criássemos um laboratório biológico para coleta de esperma de coalas?

Apesar de parecer uma brincadeira, não é. A ideia é que tal iniciativa auxilie o programa de reprodução responsável para preparar a espécie para um futuro melhor. Além disso, a técnica também auxilia a diversidade genética, algo extremamente importante em um cenário em que dezenas de milhares de coalas perderam a vida e que muitos dos animais que estão se reproduzindo são parentes de cativeiro.

Ryan Witt, um dos cientistas envolvidos no projeto, comentou que a iniciativa almeja prevenir a endogamia (acasalamento entre indivíduos aparentados, geneticamente semelhantes). “Atualmente, não temos seguro contra desastres naturais, como os incêndios florestais de 2019-2020, que ameaçaram exterminar um grande número de animais de uma só vez”, explicou ele.

“Se a população de coalas morrer nesse tipo de incêndio, não há como trazê-los de volta ou preservar sua genética”, pontuou Witt. Todavia, filhotes de coalas nasceram após a reprodução assistida usando esperma fresco ou refrigerado, provando o potencial do trabalho dos cientistas.

Cientistas alertam para risco de extinção dos coalas

Cientistas descobrem forma inusitada de proteger coalas da extinção

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“Ao usar esperma congelado, podemos reintroduzir a variação genética nas populações de coalas selvagens sem ter que realocá-los”, comenta Lachlan Howell, outro participante da pesquisa. De acordo com ele, “identificamos 16 hospitais e zoológicos de vida selvagem em toda a Austrália, onde se poderia coletar esperma de coala”.

Toda essa linha de frente na busca pela preservação da espécie marsupial deve-se ao fato dos coalas terem entrado na lista de animais ameaçados de extinção na maior parte de sua costa leste. Muito além dos incêndios já mencionados, fatores como desmatamento, seca, doenças e ameaças externas contribuem para a redução do pequeno animal.

Quando dizemos que a queda do número de coalas é preocupante, muitas pessoas tendem a não ter uma noção do que isso significa. Contudo, no ano passado, uma pesquisa realizada pelos cientistas de Nova Gales do Sul mostrou que os coalas seriam extintos até 2050, a menos que houvesse uma intervenção urgente.

Embora ainda seja difícil mensurar, estima-se que os incêndios florestais de 2019-2020 mataram 5 mil coalas e afetaram 24% dos seus habitats naturais, isso apenas em Nova Gales do Sul. Por isso, o maior grupo de conservação de coalas da Austrália diz que agora pode haver apenas 50 mil exemplares da espécie na natureza.

“Os coalas passaram de não-listados a vulneráveis e a ameaçados de extinção em uma década. É um declínio rápido”, compartilhou o cientista conservacionista Stuart Blanch, da WWf-Austrália.

Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas

Cientistas descobrem forma inusitada de proteger coalas da extinção

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Em suma, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN é uma forma encontrada pela comunidade ativista ambiental de chamar a atenção do mundo para a conservação das espécies do planeta. A iniciativa foi criada em 1961 e hoje é atualizada em conjunto por pesquisadores e organizações em todo o mundo.

A Lista Vermelha, por sua vez, é dividida em categorias, sendo elas: extinto; extinto na natureza; criticamente em perigo; em perigo; vulnerável; quase ameaçado; pouco preocupante; dados deficientes e não avaliado. Os coalas, por exemplo, estão classificados no nível vulnerável.

Fonte: BBC, IUCN e Mundo Educação.

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