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Brasileiros viajam as Américas de fusca e querem chegar ao Alasca

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Viajar é algo que muita gente gosta de fazer. Essa é uma das melhores atividades da vida, e o melhor de tudo é que se tem a possibilidade de escolher como fará a viagem. Por exemplo, o goiano Raphael Prata sempre teve uma ligação forte com carros clássicos, tanto que ele comprou um fusca com o objetivo de fazer viagens no carro.

Foi depois de décadas, já morando em Florianópolis, que Raphael decidiu seguir a tradição da família com carros clássicos. Isso porque sua avó tinha uma brasília e o tio, uma kombi.

Quando o jovem comprou o fusca, seu plano não era somente de fazer viagens de alguns dias ou semanas pelo Brasil. Junto com seu amigo, Adriano Medeiros, ele decidiu, de acordo com ele mesmo, ir “ao lugar mais longe possível para um fusca”. Qual é esse lugar? O Alasca.

“Era uma ideia insana, mas muito atrativa para a gente”, disse Raphael.

Fusca

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Com o objetivo em mente, em maio de 2019, somente três meses depois de terem tomado a decisão de cruzar as Américas, a dupla caiu na estrada. O plano de Raphael e Adriano era bem ambicioso. Ele viajariam de Florianópolis até a cidade argentina de Ushuaia, que fica no sul da América do Sul. De lá, eles subiriam rumo aos Estados Unidos, passando por vários  países sul-americanos, da América Central e pelo México.

“É uma rota que muita gente tem feito com veículos 4×4. Mas estávamos convencidos de que conseguiríamos percorrê-la de Fusca. Queríamos realizar um feito histórico”, pontuou Raphael.

Entretanto, antes de saírem pelas estradas à fora, a dupla teve que ir atrás de patrocinadores para conseguir melhorar a estrutura do fusca e também para terem dinheiro para se manter na estrada por todo esse tempo. Com isso, os dois converteram o fusca, batizado de Lya, em um motorhome.

Para isso, eles instalaram uma estrutura metálica sobre o teto do veículo com capacidade para aguentar uma barraca de dormir com duas pessoas e modificaram grande parte do interior do carro. Dentre as mudanças, eles tiraram os bancos de trás para terem mais espaço, e os bancos da frente foram trocados por outros mais confortáveis.

Viagem

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Com o fusca transformado em uma verdadeira casa móvel, Raphael e Adriano pegaram a estrada e foram para o sul. O primeiro país que eles foram foi o Uruguai e já foi uma aventura e tanto.

A dupla sabia que o ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica, gostava de fuscas. Então, os dois resolveram ir até a casa do político, que fica em uma área rural, não muito longe do centro de Montevidéu.

“Chegamos na frente da casa dele e nos deparamos com alguns seguranças. Contamos nossa história e, após pedir a autorização do Mujica, eles nos deixaram ingressar. Entramos e lá estava ele. Foi surreal. Batemos um bom papo. Ao saber que queríamos chegar até os Estados Unidos com o fusca, o Mujica brincou, dizendo: ‘vocês brasileiros são malucos mesmo’. E, logicamente, ele deu uma olhada detalhada na Lya. Foi um encontro muito forte”, lembrou o goiano.

Depois de sair do Uruguai, a dupla foi para a Argentina com objetivo de cruzar milhares de quilômetros para chegar até Ushuaia. “Nem passamos em Buenos Aires, pois queríamos evitar grandes cidades. Nossa meta era viajar o máximo possível por locais mais isolados, para curtir paisagens naturais e acampar com a Lya em lugares tranquilos”, contou.

Trajeto

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Contudo, no caminho para Ushuaia, viajar pela natureza quer dizer que eles tinham que enfrentar a natureza. “Foi muito difícil cruzar as estradas da Patagônia, onde ficamos com um vento contra nós por muito tempo. Tive que dirigir a 40 ou 50 quilômetros por hora para não forçar a Lya. E, por quilômetros, não havia nada por perto. Se o carro quebrasse, estaríamos ferrados”, lembrou.

Felizmente o fusca conseguiu chegar até Ushuaia, a cidade que é conhecida como “Fin del mundo”. “Quando pisamos lá, dissemos: ‘bom, a primeira etapa da viagem está concluída. Agora, é só subir até o Alasca”, disse Raphael.

No trajeto subindo a América do Sul, a dupla lidou com vários terrenos e condições climáticas diferentes. Em Bariloche, os brasileiros enfrentaram uma nevasca, no Chile, cruzaram paisagens áridas do Deserto do Atacama, e no Peru, as montanhas foram um grande obstáculo para eles.

“Foi muito difícil atravessar o Peru. Lá, as estradas são muito acidentadas, chegamos a quase 5.000 metros de altitude. A Lya quase não aguentou. Pegamos trechos íngremes em que eu só conseguia dirigir a 20 km/h. Mas ganhamos a chance de ver lindos lugares do país, como Cusco”, lembrou Rapahel.

Quando a dupla estava na América do Norte, Adriano precisou voltar para o Brasil por conta de um problema com seu visto americano. Com isso, Raphael ficou sozinho com o fusca quando entrou no território norte-americano pelo Texas e seguiu pela lendária Rota 66.

No momento em que o goiano chegou em Los Angeles, ele tinha percorrido com o fusca, desde o Brasil, 15 países e mais de 60 mil quilômetros. Incrivelmente, ele e Adriano enfrentaram poucos perrengues no caminho. Tanto que o fusca não quebrou de uma forma séria. Ele só precisou de reparos pontuais.

Destino

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Contudo, com a pandemia do COVID-19 , Adriano não conseguiu ir para os EUA e Raphael decidiu ficar na Califórnia. “Consegui trabalhar em outras coisas, com amigos músicos que vivem nos Estados Unidos, mas fiquei bem deprimido por um período”, explicou Raphael.

Agora que o mundo começou a voltar ao seu “normal”, Raphael conseguiu um novo patrocínio para seguir seu caminho e chegar até o Alasca. Agora, o goiano está com um novo companheiro de estrada, um brasileiro chamado Tiago Montt.

Os dois irão sair de Los Angeles, em junho, para Seattle. Lá, eles colocarão o fusca em uma balsa para chegar até o destino final: o Alasca.

Fonte: UOL

Imagens: UOL 

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