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Não há dúvida, as constantes descobertas arqueológicas têm ajudado a definir cada vez mais o passado. É por meio dessas descobertas, que entendemos melhor as culturas que fizeram parte da história, e é por conta dos inúmeros estudos científicos, que mudamos completamente a nossa compreensão do passado.
Em suma, parte dos mistérios que norteiam os acontecimentos históricos foram revelados pela sede incessante dos pesquisadores, que buscam incansavelmente respostas para uma gama de lacunas.
E com o avanço da tecnologia, a possibilidade de novas descobertas ficou ainda mais. Até porque, com ela é possível se descobrir edifícios e estruturas antigas não visíveis na superfície. E um novo exemplo desse tipo de descoberta foi feito escondido em uma das maiores cidades maias.
Descoberta
A cidade é Tikal, atual Guatemala. Se acredita que ela tenha sido um dos assentamentos mais dominantes no antigo império maia entre 200 e 900 d.C. Tendo seu pico com até 90 mil pessoas morando lá.
Os pesquisadores encontraram evidências do desenvolvimento embaixo do que se pensava ser uma área natural. Eles conseguiram fazer essas descobertas através do equipamento de digitalização LIDAR. Além disso, essas ruínas ocultas parecem combinar o estilo com os edifícios de Teotihuacan, que era uma metrópole bem grande estabelecida séculos antes da ascensão dos astecas.
Isso pode dar aos pesquisadores algumas pistas úteis sobre como essas duas cidades interagiam. Por mais que elas estivessem mais de mil quilômetros de distância uma da outra, já se sabia que os comerciantes viajavam de uma cidade para a outra.
“O que consideramos ser colinas naturais na verdade foram modificadas e se conformaram com a forma da cidadela, a área que possivelmente era o palácio imperial, em Teotihuacan. Independentemente de quem construiu esta réplica em menor escala e por quê, isso mostra sem dúvida que havia um nível diferente de interação entre Tikal e Teotihuacan do que se acreditava anteriormente”, disse o antropólogo Stephen Houston, da Brown University em Rhode Island.
O que faz com que essa descoberta seja ainda mais surpreendente é que Tikal é amplamente pesquisada e explorada desde a década de 1950. Ela é uma das cidades mais antigas conhecidas. E durante todo esse tempo tinha uma parte dela que estava escondida do campo de visão.
Cidade
Depois das varreduras, escavações foram feitas para confirmar os resultados e a presença desses edifícios. E a descoberta dessas estruturas do tipo Teotihuacan abriram algumas possibilidades bem interessantes.
De acordo com os pesquisadores sugerem, os edifícios poderiam ter sido algum tipo de embaixada diplomática, ou então um posto militar avançado.
“Isso quase sugere que os construtores locais foram instruídos a usar uma tecnologia de construção totalmente não local ao construir este novo complexo de edifícios. Raramente vimos evidências de algo além da interação de mão dupla entre as duas civilizações, mas aqui, parece que estamos olhando para estrangeiros que estão se movendo agressivamente para a área”, pontuou Houston.
Análises
Além disso, as escavações revelaram que os edifícios Tikal foram feitos de gesso de lama ao invés de calcário maia tradicional. Isso sugere alguma tentativa de construir réplicas.
Outra descoberta foi o que parece ser um cemitério de um guerreiro de Teotihuacan, combinado com locais parecidos na grande metrópole no México. E talvez, essa seja outra pista de como as duas cidades interagiam entre si.
“Explorar a influência de Teotihuacan na Mesoamérica pode ser uma forma de explorar os primórdios do colonialismo e suas opressões e conluios locais”, concluiu Houston.
Fonte: https://www.sciencealert.com/experts-just-uncovered-a-hidden-neighborhood-in-an-ancient-mayan-city
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