Ciência e Tecnologia

Cientistas afirmam que restauraram funções de células mortas de porcos

Células de porcos
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A última quarta-feira (3) foi interessante para a ciência, visto que entre os diversos estudos anunciados, um em especial se destacou. Isso porque cientistas anunciaram que conseguiram restaurar algumas funções celulares e moleculares de porcos. Porém, o que chamou atenção foi que conseguiram fazer isso uma hora após a morte dos animais.

O estudo divulgado na revista Natura, além de reconstruir a atividade, mostrou ser capaz de preservar certos tipos de tecidos em porcos. “O objetivo do nosso artigo é mostrar que as células não morrem da forma como supomos, o que basicamente abre uma possibilidade de intervenção”, disse Zvonimir Vrselja, pesquisador em Neurociências da Universidade de Yale e dos responsáveis pela pesquisa.

“Neste estudo, estamos mostrando que, se intervirmos adequadamente, podemos dizer a elas [as células] para não morrerem”, completou. No entanto, os pesquisadores reforçam que não tiveram evidências de uma atividade elétrica cerebral normal durante o procedimento.

Desse modo, em 2019, o mesmo grupo de estudiosos anunciou uma técnica parecida, quando conseguiram restaurar atividade metabólica em células de cérebros de porcos após seis horas sem oxigênio. Na ocasião, também alertaram que nenhuma atividade elétrica foi identificada que poderia implicar “um fenômeno de consciência ou percepção” e que as células não estavam, de fato, “vivas”, mas sim “ativas”.

Então, agora, os pesquisadores aperfeiçoaram o procedimento e ele pôde ser aplicado não só nas células do cérebro, como também em outros órgãos dos animais testados, como por exemplo, no coração, pulmão, fígado, rim e pâncreas. De acordo com os pesquisadores, isso tem o potencial de proporcionar um avanço na condução de transplantes e no tratamento de derrames e ataques cardíacos.

O estudo

Pixabay

Os pesquisadores responsáveis utilizaram um método semelhante ao do primeiro estudo: porcos domésticos entre 20 e 12 anos de idades foram induzidos a terem uma parada cardíaca. Então, bombearam uma solução artificial que se parece com o sangue pelo corpo dos porcos uma hora depois da morte decretada.

A solução em questão consiste numa forma sintética da proteína hemoglobina, responsável por transportar oxigênio nos glóbulos vermelhos. Assim, irrigaram a solução por meio de um sistema controlado por um computador por seis horas.

“O objetivo aqui era ver se o uso do perfusato [a solução] poderia restaurar a função metabólica e celular em uma ampla gama de órgãos, e descobrimos que sim. Mas ela não restaurou todas as funções em todos os órgãos”, explicou o diretor do Centro Interdisciplinar de Bioética da Universidade de Yale, Stephen Lantham.

Os pesquisadores analisaram como o aparelho, chamado de OrganEx, performava comparado com um sistema mais tradicional, usado em hospitais para restaurar a circulação, chamada ECMO (Membrana de Oxigenação Extra Corpórea).

Dessa maneira, os resultados do estudo mostraram que a terapia por ECMO falhou em estabelecer uma circulação adequada de todos os órgãos, tanto que diversos vasos sanguíneos menores chegaram a colapsar. Enquanto isso, a OrganEx preservou a integridade dos tecidos, diminuiu a morte celular e restaurou processos moleculares e celulares em órgãos vitais como o coração, cérebro, fígado e rins.

Além disso, os órgãos tratados com o novo sistema apresentaram menos sinais de hemorragia ou edema tecidual, que é o inchaço causado pelo acúmulo de líquidos, em comparação com os órgãos tratados com a terapia por ECMO.

Um grande passo

Para compreender a segurança e o potencial verdadeiro da nova técnica na recuperação celular após a morte ou uma circulação sanguínea interrompida, são necessárias mais pesquisas. Porém, os autores do estudo reforçam que o procedimento abre portas para revolucionar as estratégias no tratamento de pessoas que passam por ataque cardíaco ou acidente cerebral vascular.

“Essa tecnologia ainda está em fase experimental, e estamos antecipando mais estudos em animais antes mesmo de pensarmos em transcender ainda mais essa tecnologia”, destacou David Andrijevic, autor principal do artigo. Além disso, o novo sistema poderá aumentar a disponibilidade de órgãos para alguns tipos de transplante.

Fonte: G1

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