Ciência e Tecnologia

Cientistas encontram restos de um submarino e o chamam de ”Chernobyl do mar”

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Uma equipe de pesquisadores noruegueses encontrou restos de um submarino soviético que afundou, em 1989, na costa do arquipélago de Svalbard. O que chamou a atenção não foi o achado em si. Mas sim os vazamentos significativos de radioatividade do submarino, chamado “Komsomolets”. Os níveis de radiação, detectados em decorrência desses vazamentos, eram 100 mil vezes mais altos do que o normal. O que fez com o que os meios de comunicação o nomeassem de “Chernobyl do mar”. O que fez muito sentido com toda a situação.

O submarino está afundado em uma área do Mar de Barents, no norte da Noruega. Essa é uma região considerada uma das maiores áreas de pesca do mundo. Na época em que naufragou, o navio continuava com dois reatores nucleares, carregados com dois torpedos com ogivas nucleares e 16 mísseis de longo alcance. Embora os níveis de radiação sejam altíssimos, até agora, as medições não detectaram risco de contaminação na região.

O vazamento

Quando lançado ao mar, o submarino Komsomolets tinha dois cascos de titânio. Um dentro do outro, de forma a proporcionar um mergulho mais fundo do que qualquer outro submarino dos Estados Unidos até então. O vazamento só foi descoberto 30 anos depois. Isso graças a equipe de pesquisadores noruegueses que coletaram amostras de água de um dos tubos de ventilação do submarino.

A descoberta foi feita recentemente, no último dia 8. As três amostras colhidas foram comparadas com monitoramentos anteriores e estabeleceu um aumento substancial nos níveis de radiação da água. No início da década de 1990 e depois, em 2007, cientistas já haviam feito medições dos pequenos vazamentos radioativos no Komsomolets. A última medição foi feita há 11 anos e os resultados não mostraram nenhum sinal grave de vazamento radioativo.

Entretanto, os pesquisadores afirmaram que não é uma situação alarmante e que o vazamento deve continuar a ser monitorado. “Em geral, os níveis de césio no mar da Noruega são muito baixos. E como o naufrágio é tão profundo, a poluição do submarino é rapidamente diluída”, explica um dos pesquisadores.

Altos níveis de radiação

A chefe da expedição que encontrou os vazamentos, Hilde Elise Heldal, salienta que esses resultados ainda são preliminares, embora apontem os altos índices de radiação.

“De qualquer forma, em profundidade, os 10 becqueréis detectados são diluídos mil vezes, é uma figura insignificante”, afirma o especialista Andrei Zolotkov ao jornal russo Novaya Gazeta. Essa descoberta é “um aviso para todos”. Agora, tudo depende de quais substâncias estão vazando no oceano. Por isso, serão necessários mais estudos e análises das amostras.

No entanto, o que mais preocupa os pesquisadores até agora não é o vazamento radioativo. Uma pequena nuvem de poeira, saindo do orifício de ventilação onde foram feitas as primeiras medições, tem intrigado os cientistas. Ao que parece, essa nuvem misteriosa é liberada de tempos em tempos, através do buraco em que a contaminação radiativa está saindo. Acontece que esse orifício de ventilação está diretamente ligado ao reator nuclear. Os cientistas noruegueses disseram em entrevista que esse buraco de ventilação tem contato direto com o reator dentro do submarino e que a poluição vai direto para lá. Nas imagens divulgadas, é possível ver ainda que o casco foi bastante danificado depois de tanto tempo no fundo do mar.

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