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Como acontece o congelamento de embriões?

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O procedimento de congelamento de embriões conhecido entre os especialistas de reprodução humana assistida consiste em uma técnica de criopreservação. Por meio da técnica, é possível ocasionar um estado vítreo ao embrião sem ocasionar danos às células.

A criopreservação congela o embrião fertilizado a aproximadamente -196ºC e impede a formação de cristais de gelo no interior dos embriões, preservando a qualidade deles. Dessa forma, os embriões ficam armazenados até que a mãe esteja pronta para implantá-los e gerá-los. O útero é preparado para recebê-los através de um processo chamado transferência de embriões descongelados (TEC).

Normalmente, os embriões são congelados nas seguintes situações: quando há a necessidade ou o desejo de preservação da fertilidade, quando há embriões excedentes em tratamentos de alta complexidade ou quando deseja-se preservar a fertilidade em pacientes acometidos por câncer que querem se tornar pai ou mãe após o tratamento.

O método de congelamento

Com o intuito de reduzir um possível dano celular aos embriões, são utilizados no congelamento os chamados crioprotetores. Os crioprotetores são anticongelantes que são adicionados às soluções nas quais as células estão sendo congeladas, para protegê-las de danos à membrana.

Os crioprotetores entram dentro das células, removendo a água por osmose e difusão, desta forma, protege-a da formação de cristais de gelo no seu interior. Simultaneamente, crioprotetores compostos de moléculas menores entram dentro da célula para evitar que ela se encolha quando a água sair.

Esse processo é importante para evitar a formação de cristais de gelo, pois, caso isso aconteça, as membranas e estruturas internas das células dos embriões podem ficar danificadas. Da mesma forma, as células não podem reduzir de tamanho quando houver a desidratação.

O método tradicional de congelamento requer a adição sequencial de crioprotetores ao longo de uma série de 10 a 20 minutos e, em seguida, um processo de aproximadamente duas horas que resfria as células em cerca de 0,3 a 2 graus por minuto até -196 graus Celsius, que é a temperatura do nitrogênio líquido. A razão do resfriamento ser feito lentamente é para permitir que a penetração dos crioprotetores e a desidratação apropriada das células ocorram de forma que nenhum cristal de gelo intracelular se forme.

embriões

iStock

A maioria dos sistemas de criopreservação usa um freezer em que é possível controlar a velocidade em que o embrião está sendo congelado. No freezer, os embriões ficam suspensos em nitrogênio. O monitoramento cuidadoso da taxa de congelamento ajuda a prevenir a rápida desidratação celular e a formação de cristais de gelo.

Quando atingem a temperatura de aproximadamente -90°C, a suspensão de células congeladas é então transferida para um freezer de nitrogênio líquido a -196°C, onde irão permanecer até que seus pais estejam prontos para a gestação. -196°C é uma temperatura próxima ao zero absoluto, que é a temperatura teórica na qual nenhuma atividade biológica ocorre.

Descongelamento e implantação

Primeiramente, no processo de descongelamento, o embrião é reidratado. Eles são aquecidos lentamente para a temperatura ambiente, e depois a temperatura corporal. Em seguida, os embriões são movidos por uma série de etapas para diluir lentamente os crioprotetores que foram adicionados quando foram congelados. Geralmente são implantados dentro de duas a quatro horas após atingirem a temperatura corporal.

A técnica de congelamento de embriões por vitrificação garante taxas altas de sucesso em tratamentos de reprodução humana, como a fertilização in vitro, assegurando bons resultados na maioria dos casos que optam pelo procedimento. Isso ocorre devido à preservação da qualidade do embrião ou gameta congelado.

Sendo assim, a taxa de gestação de pacientes que se submeteram à técnica é praticamente a mesma se comparada com a utilização de embriões no estado “fresco”. Atualmente, ao se descongelar embriões, as taxas de sobrevivência variam entre 90 e 100%. Esta variação se estabelece de acordo com o potencial biológico de cada embrião previamente ao congelamento.

Ou seja, é provável que aqueles embriões que não sobrevivem ao serem descongelados não conseguiriam alcançar um desenvolvimento embrionário normal e não conseguiriam se implantar de forma adequada no útero. O número de embriões a ser transferido para o útero da paciente na etapa final da fertilização “in vitro” é limitado pela idade da paciente em questão.

Em mulheres de até 35 anos podem ser implantados até 2 embriões, enquanto naquelas que possuem entre 36 e 39 anos são implantados até 3 embriões. Já naquelas que apresentam 40 anos ou mais, podem ser implantados até 4 embriões. O objetivo do controle é evitar a gestação de gêmeos.

Os embriões podem ficar congelados por muitos anos. A primeira gravidez resultante de um embrião congelado foi reportada em 1983. Até hoje, o embrião mais velho que resultou no nascimento bem sucedido de um bebê passou 27 anos congelado antes de ser inseminado.

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