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Como surgiu o PCC?

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Você pode até não saber exatamente o que é e o que significa a sigla PCC. Mas com certeza já ouviu falar a respeito, certo? A sigla significa Primeiro Comando do Capital, e é uma das maiores se não a maior facção criminosa do país. Foi fundada há 26 anos atrás, por oito presos integrantes de um time de futebol em um presídio do interior de São Paulo. Ali, começa a história de uma facção criminosa nunca vista antes. Ela era uma irmandade secreta, com uma prática de negócios inspirada em modelos empresariais.

Enquanto as autoridades negavam ou menosprezavam a sua existência, a tal irmandade ganhava força e membros. E assim, se expandia por penitenciárias e ruas de todo o estado de São Paulo. E não demorou muito, para a facção se espalhar para outros lugares. Esses eram considerados essenciais na rota do tráfico de drogas e armas. Assim, o PCC chegava até o Paraná e o Mato Grosso do Sul.

Atualmente, o PCC atua também como uma “espécie de agência reguladora do crime”, se é que pode-se dizer assim. E mesmo depois de vários conflitos internos, como a morte de um de seus líderes e a guerra contra um ex-aliado, o grupo paulista só vem crescendo. Estima-se que hoje, o faturamento anual da facção ultrapassa os R$ 400 milhões. Mas afinal, qual é a história do PCC?

A origem

O Primeiro Comando da Capital só se tornou conhecido a partir dos anos 2000. Mas a sua história começa um pouco antes disso. “Segundo a história contada pelas próprias lideranças do grupo, o nascimento do PCC deu-se em 31 de agosto de 1993, no anexo da Casa de Custódia em Taubaté”, afirmam Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, pesquisadores e autores do livro “A Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil.

Até então, o PCC era apenas um grupo de apoio ao crime organizado. O envolvimento da facção com o tráfico de drogas só começa mesmo no início dos anos 2000. Essa foi a forma encontrada por eles, de ter um financiamento mais rentável.

Nessa época, o Comando Vermelho liderava o tráfico de drogas no país, a partir dos morros do Rio de Janeiro. Como forma de aumentar seus lucros, o grupo eliminava intermediários e buscava as drogas direto com os fornecedores. Como o PCC ainda não atuava nesse ramo, os dois grupos permaneceram próximos por muitos anos.

Mas eventualmente, o pacto entre os dois grupos se rompe a isso reflete no aumento da violência nas prisões de todo o país, se que torna incontrolável. Em 2016, o anúncio do rompimento por um grupo de WhatsApp, cria uma situação insustentável entre membros de gangue rivais em diversos presídios do Brasil.

Inimigos e aliados

Hoje, o PCC tem, pelo menos, dez facções inimigas e 14 aliadas em todo território nacional. Ao se filiar à facção, os novos membros recebem vantagens, tais como a possibilidade de comprar carregamentos de armas e cocaína a custos inferiores do que os concorrentes.

Obviamente, o maior inimigo do PCC é o Comando Vermelho, fundado no Rio de Janeiro. Nascida ainda durante a ditadura militar, o Comando Vermelho serviu como inspiração para a criação do PCC. Tanto que eles até implementaram o lema dos cariocas: “Paz, Justiça e Liberdade”. As duas facções mantiveram uma aliança, por muitos anos, dando indícios de problemas só em 2013. Até que, finalmente, o grupo se rompeu três anos depois.

Ao promover o batismo dos novos integrantes, o PCC usa de um discurso de “união e de luta contra o sistema”. Esse nem sempre foi bem recebido pelos criminosos locais. E como já era de se esperar, quando as táticas de persuasão e diplomacia falhavam, eles recorriam à violência. Essa que invadia as ruas e os presídios do país.

“A chegada do PCC no mercado de drogas de outros estados produziu enorme instabilidade dentro e fora dos presídios, promovendo alianças e rivalidades violentas. E isso teve um reflexo no aumento das taxas de homicídios, como ocorreu principalmente nos estados do Norte e Nordeste”, afirmam Dias e Manso.

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