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Conheça a caverna do apocalipse dos vikings

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Em abril de 2021, pesquisadores da Islândia descobriram diversos artefatos antigos e raros, em um tesouro milenar desenterrado de uma caverna localizada perto de um vulcão, que entrou em erupção há aproximadamente 1.100 anos.

Naquela época, os vikings tinham colonizado a região há pouco tempo e, após a lava esfriar, construíram uma estrutura de pedra em forma de barco. Acredita-se que dentro dela eles queimaram ossos de diversos animais, entre eles estão vacas, bois, cavalos, ovelhas, cabras e porcos.

Esse poço de oferendas, onde foram sacrificados diversos animais, teria sido uma maneira de evitar o Ragnarok, evento que seria responsável pelo fim do mundo, da morte dos deuses e pelo planeta ser incendiado.

A descoberta impressionante foi descrita em um estudo que foi publicado em fevereiro de 2021, na revista científica Journal of Archaeological Science. Essa pesquisa traz novas perspectivas sobre o mundo dos vikings.

Como os vikings queriam evitar o fim do mundo?

Kevin Smith

De acordo com a LiveScience, a Caverna Surtshellir surgiu devido à erupção de um vulcão perto dela há cerca de mil anos. Neste período, os vikings tinham acabado de se estabilizar na região.

“Os impactos desta erupção [vulcânica] devem ter sido inquietantes, colocando desafios existenciais para os colonos recém-chegados da Islândia”, disseram os cientistas no estudo.

Conforme os pesquisadores que estudaram as evidências culturais e circunstanciais para suas teorias, a lava deve ter sido associada à lenda do Ragnarok, pela qual acreditavam que o mundo seria exterminado em um apocalipse de fogo.

Não é possível afirmar que a construção encontrada dentro da caverna foi criada para acalmar os deuses, porém, existem evidências para apoiar a teoria de que os vikings estavam com medo do inferno do fim do mundo após a erupção.

Os colonos teriam associado a caverna a Surtr, o grande nórdico que seria responsável por indicar os eventos do Ragnarok. Na pesquisa publicada, os especialistas explicaram que “o mundo terminaria quando Surtr, um ser elemental presente na criação do mundo, matasse o último dos deuses na batalha de Ragnarök e depois engoliria o mundo em chamas.”

Na caverna foram encontrados o barco com as oferendas, 63 contas de um mineral raramente encontrado na Escandinávia, três delas originadas do Iraque, e outros possuíam restos de orpiment, que vieram do leste da Turquia e que são considerados raros.

Devido à descoberta, os arqueólogos começaram a questionar a razão para os artefatos preciosos locais, distantes, estarem no local. Isso também ajudou na teoria de que os vikings tentaram evitar o fim do mundo.  

A mitologia nórdica

TomR via Wikimedia Commons

De acordo com a mitologia nórdica que conta a história do Ragnarok, Surtr luta contra Freyr, o deus da prosperidade e da fertilidade. Porém, ele morre durante a batalha e por isso não consegue impedir o apocalipse.

A oferenda de ossos de animais e de outros objetos valiosos era uma forma dos vikings tentar fortalecer Freyr em sua luta contra o vilão. Era também uma forma de acalmar Surtr para que ele desistisse de destruir o mundo.

Mesmo que esse local tenha sido importante para os vikings durante vários anos e tenha recebido diversos sacrifícios e presentes exóticos, os pesquisadores afirmam que “Surtshellir foi abandonada dentro de uma geração após a conversão da Islândia ao cristianismo, foi, então, evitada por mais de 600 anos”.

Ainda de acordo com os estudos, a última oferenda colocada na construção foi um “conjunto de pesos de balança com um na forma de uma cruz cristã”. No entanto, a caverna segue ligada ao fim do mundo, isso porque é considerada “o lugar onde Satanás emergiria no Dia do Julgamento” em uma tradição islandesa.

Fonte: Aventuras na História

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