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Conheça a cearense campeã de fisiculturismo nos EUA

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A fisioterapeuta e fisiculturista cearense Priscilla Lynd, de 36 anos, se tornou recentemente campeã overall nos Estados Unidos, categoria mais famosa do fisiculturismo. A atleta profissional, natural de Fortaleza, afirma que sempre gostou do esporte. Há um ano, ela começou a competir nas categorias amadoras e desde então não parou mais.

Mãe de uma garota de três anos, em entrevista ao G1, ela falou sobre a rotina de treinos, a dieta, os desafios e a preparação para os próximos torneios.

“Aos 15 anos me mudei para os Estados Unidos e já na escola eu jogava vôlei, futebol, praticava corrida. Aos 18 anos eu entrei para a academia e também fiz crossfit por cerca de nove anos, fiquei grávida, parei por um tempo, até que perto de completar 35 anos decidi pelo fisiculturismo”, disse.

Primeiras competições de fisiculturismo

Foto: Arquivo pessoal/ G1

De acordo com Priscilla, as primeiras competições foram difíceis e os resultados não foram o que ela desejava. No entanto, ela aponta que isso serviu de motivação para ela continuar competindo até conquistar o direito de lutar nos torneios nacionais dos Estados Unidos.

“Em novembro de 2020, após um ano de cancelamentos por causa da pandemia, resolvi competir pela primeira vez na categoria Bikini, mas não me qualifiquei para subir de categoria, ficando em 14º lugar, e aumentei a intensidade da preparação. Por orientação dos próprios juízes passei a competir na categoria Wellness e já em abril de 2021 consegui melhorar meu desempenho ficando entre as cinco primeiras”, disse ao G1.

Segundo Priscilla, a categoria Bikini é a divisão feminina mais popular atualmente. Nela, as competidoras usam maiô de duas peças, saltos altos e joias cintilantes, e são julgadas pela aparência física, incluindo pele e apresentação. 

Já a categoria Wellness, que recentemente chegou aos EUA, é mais comum no Brasil. A modalidade avalia as atletas que têm coxas e glúteos volumosos, conservam o corpo feminino e exibem pouco percentual de gordura.

Em junho deste ano, a fisiculturista participou do NPC Juniors Nacional e conseguiu o Pro Card ao ficar em terceiro lugar. O Pro Card é o documento que permite que o atleta participe de torneios profissionais da modalidade.

“Acabei de ganhar o Master and Open Overall no NPC Universe em Nova York, onde conquistei meu IFBB Pro Card e agora posso competir em ligas profissionais do mundo. Em agosto estarei em Tampa, na Flórida, em um torneio nacional que pode me qualificar para o Olimpya, torneio mais importante do ano, que é como uma final de copa do mundo do fisiculturismo a ser realizado em dezembro em Las Vegas”, comemora.

Dieta e treinos

Foto: Arquivo pessoal/ G1

A preparação para as competições exige tempo e dedicação aos treinos e uma alimentação disciplinada. Além disso, é preciso investir em suplementação, personal trainner e despesas com viagens e hospedagens.

“Eu tenho um treinador que me acompanha, me dá o protocolo, faz meu treino baseado na minha dieta. Como de três em três horas. Treino seis vezes por semana. Pela manhã tenho o ‘cárdio’ em jejum, um pouco mais tarde vem o treino na academia. Cada treino dura em média de uma hora e meia a duas horas. Ainda tenho que cuidar da minha filha de três anos e devido a essa correria durmo cerca de seis horas por dia, não é fácil”, disse.

No entanto, a intensidade não é durante todo o ano. A cearense informou ao G1 que quando não está se preparando para competir aproveita as temporadas livres para curtir a família e beliscar algum doce, mas sempre evitando exageros.

“Esse corpo que você vê no palco é para aquele dia de competição, não o tempo todo, não é saudável. Tenho duas a três refeições livres por semana, sigo o plano mesmo nas temporadas livres, isso inclui hambúrger, batata frita, sushi, uns dois pedaços de pizza, um pedaço de berinjela com adoçante para passar a vontade de comer doce, mas tudo regulado”, diz.

Desafios do fisiculturismo

Foto: Arquivo pessoal/ G1

A carreira no fisiculturismo também tem muitos desafios. A dificuldade para conseguir patrocínio, passando pela luta psicológica consigo mesmo, até a perda de amigos, são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados por quem deseja ser fisiculturista profissional, de acordo com a atleta.

“Quando comecei, eu queria estar no topo e não é assim. Demora. Precisa de dedicação para crescer e isso não acontece do dia para a noite. Você trava uma luta interna. É um esporte solitário. Você tem que se comparar consigo mesmo o tempo todo. É você contra você para se superar a cada dia. Até o círculo de amizades muda. É preciso deixar muita coisa de lado, é preciso saber se é isso mesmo que você quer e saber que exige muito investimento”, orienta.

Prestes a subir no palco de um torneio nacional como atleta profissional, o maior desejo de Priscilla é ficar pelo menos em quinto lugar e garantir a participação no Olympia no fim do ano.

“O meu objetivo agora é qualificar o Olympia. Vou fazer o meu primeiro show profissional e estou competindo com pessoas que já estão há muito tempo na luta e pretendo ficar no top 5 em outras apresentações que vão acontecer em setembro. Se não der esse ano, farei temporada livre para voltar ainda mais forte e preparada na próxima temporada, em 2023.”

Fonte: G1

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