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Conheça a crise dos 25 anos

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O que seu avô estava fazendo aos 25 anos? Em muitos casos, é possível que ele já estivesse criando filhos em uma casa no nome dele. No entanto, nos tempos atuais, essa realidade é um pouco menos frequente nessa faixa etária, o que pode provocar uma verdadeira crise.

De acordo com uma pesquisa feita pelo LinkedIn, cerca de 80% dos brasileiros entre 25 e 33 anos vivem essa insegurança quanto ao futuro. Assim como existem os dilemas da meia idade, o psicólogo Erik Smith Erikson trouxe à discussão o termo quarter-life crisis (crise do quarto de vida). Neste caso, a pessoa no início da vida adulta passa por uma série de reavaliações de projetos e decisões quanto à vida.

Fonte: Polina Tankilevitch

Expectativas x Economia

Atualmente, o Brasil possui uma alta taxa de desemprego, batendo o patamar de 10%. A princípio, ela diminuiu neste ano, tendo em vista que estava em 13% até pouco tempo atrás. Todavia, isso não é o suficiente para reduzir os danos da crise dos 25 anos, conforme explica ao Yahoo finanças o coordenador de projetos da FIA Business School, Paulo Roberto Feldmann.

“Existe hoje uma dificuldade grande para os jovens que estão começando a construir a vida agora. Isso não era assim no Brasil até alguns anos atrás. Pelo contrário. Até 20 ou até mesmo 10 anos atrás era relativamente fácil para quem começava a construir uma carreira ou uma vida”, descreve o especialista.

Nesse sentido, além da questão do desemprego, os salários são mais baixos do que em 2013, o que inviabiliza sonhos como casa própria, carros e carteiras de motorista. Conforme aponta Paulo Roberto Feldman, houve uma redução de 20% a 25% nas remunerações, algo que, juntamente com as altas nas taxas de juros para reduzir a inflação, deixa o “bater” de asas muito mais difícil.

Fonte: Lucas Schulze / Getty Images

A propósito, por falar na questão inflacionária, ela tem cortado na raiz o poder de compra do brasileiro. Logo, as idas ao supermercado comprometem em cheio os sonhos de vida da população que vive essa crise. Se em 2018 a inflação estava em 3,75 %, ela fechou o ano de 2021 em dois dígitos: 10,06%. O aumento continuou, e em março de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo já alcançava os 11,30%.

Nesse sentido, quando a inflação chega, o poder de compra vai embora com a desvalorização do real. A prova disso é o fato de que em 2022 precisamos de 65,49 reais para comprar as mesmas coisas que 50 reais compravam no cenário econômico de 2017.

Realidade de quem vive essa crise

Isso se reflete na situação que viveu Juliana Alves e sua namorada, ambas nessa fase decisória da vida. Segundo a jovem, ela comprou um apartamento no início da pandemia. Porém, enquanto pagavam, os preços dos imóveis subiram demais, o que deixou muito mais apertada a missão de pagar as prestações do financiamento do imóvel.

“Quando fomos assinar com a Caixa, realmente veio a bomba: R$ 20 mil a mais em juros que tivemos que parcelar em 30 vezes. Não sobrou dinheiro para mais nada”, relata a jovem.

Fonte: Mikhail Nilov

Dessa forma, a pesquisa do LindekIn mostra que 37% dos brasileiros entre 25 e 33 anos se encontram assustados com as dívidas que estão acumulando. Além disso, outros 75% confessaram que essas crises respingam em seus relacionamentos com as outras pessoas.

Sendo assim, fora os terrores financeiros que essas pessoas vivem, elas também passam por revisões de suas jornadas e escolhas. Porém, o problema vai muito além delas, e aos poucos esse segmento está percebendo isso.

Nesta semana, um tweet viralizou ao abordar a necessidade de se normalizar a vida na casa dos pais, mesmo para quem está próximo aos 30 anos. “Achar que morar com os pais perto dos 30 é um fracasso é puro moralismo besta e sem noção. A gente tá é f*dido. Não teremos aposentadoria. 60% população em insegurança alimentar, gasolina 7 conto, jornada de 44h + transporte ruim. Tá ficando inviável até pros ‘classe média'”, descreve o post com 76 mil curtidas.

Fonte: Yahoo.

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