A ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, foi uma ditadura que deixou marcas de atrocidades no mundo. O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial. Sendo que os povos germânicos, chamados de raça nórdica, eram descritos como os mais puros da raça ariana e eram, portanto, vistos como a “raça superior”.
Não é novidade nenhuma que as atrocidades, cometidas por essa ditadura, marcaram o mundo. E em meio a tantos atos monstruosos contra a humanidade, algumas histórias de verdadeiros heróis se destacam.
Na Segunda Guerra Mundial, quando estava acontecendo a ocupação nazista na Holanda três adolescentes viraram ferozes combatentes da resistência. Hannie Schaft, uma jovem de 19 anos, e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen, de 16 e 14 anos respectivamente, foram essas jovens resistentes em 1940.
De acordo com a entrevista dada para a antropóloga Ellis Jonker, para o seu livro “Under Fire: Women and World War II” de 2014, Freddie Oversteegen disse que foi sua mãe quem as incentivou a fazer bonecas para as crianças que tinham sofrido na Guerra Civil Espanhola.
A família das jovens vivia na pobreza, mas isso não as impediu de ajudar quem precisava. Elas receberam refugiados da Alemanha e de Amsterdã. Um casal de judeus, uma mãe e um filho, que viviam no sótão da casa delas.
E na época da invasão nazista na Holanda, esses refugiados mudaram de lugar. Isso porque os líderes da comunidade judaica tinham medo que a casa da família Oversteegen fosse inspecionada, por causa das tendências políticas da família.
“Todos foram deportados e mortos. Nunca mais tivemos notícias deles. Ainda fico muito emocionada, toda vez que falo sobre isso”, disse Freddie Oversteegen.
Operação
Junto das irmãs, a amiga Hannie Schaft era uma jovem que tinha deixado a faculdade de Direito, depois de ter se recusado a jurar lealdade à Alemanha. As três eram integrantes da resistência. E elas são lembradas por atrair os nazistas para a floresta, e depois matá-los.
No começo da ocupação, as irmãs Oversteegen faziam coisas pequenas para a resistência que estava crescendo. Elas distribuíam panfletos e colavam cartazes. Isso porque se acreditava que a resistência era uma tarefa masculina.
Mas o comandante do Conselho da Resistência, Frans van der Wiel, viu que as irmãs eram dedicadas e as convidou para integrar sua equipe. Claro que com a permissão da mãe das jovens.
Depois disso, as irmãs eram membros oficiais de uma célula de resistência de sete pessoas. E em 1943, essa célula cresceu quando Hannie Schaft entrou.
As três trabalhavam como uma unidade independente, seguindo as ordens do Conselho da Resistência. E as três foram uma exceção, porque elas pegavam em armas para combater os nazistas e traidores holandeses.
Depois de um tempo, elas começaram a ter um papel mais ativo. “Mais tarde, ele (comandante Frans van der Wiel) nos disse o que realmente tínhamos que fazer: sabotar pontes e linhas ferroviárias. Dissemos a ele que gostaríamos de fazer isso. E aprender a atirar, atirar nos nazistas”, disse Truus Oversteegen.
Segundo Turus, sua irmã foi a primeira a atirar e matar uma pessoa. “Foi trágico e muito difícil, e depois choramos por isso”, disse.
“Não acreditávamos que nos adaptaríamos, ninguém nunca se adapta, a menos que você seja um verdadeiro criminoso. Você perde tudo. Envenena as coisas bonitas da vida”, explicou Turus.
Das ações mais ousadas que as jovens faziam era ir em tabernas ou bares e atrair seus alvos. Elas os convidavam a dar um passeio na floresta e lá, eles eram executados.
Mas nem todas as execuções eram feitas nesse mesmo estilo. Às vezes, elas matavam suas vítimas enquanto andavam de bicicleta. Elas faziam isso para que conseguissem fugir rapidamente. E nesses casos, não tinha a parte do flerte.
Resistência
Schaft começou a ser facilmente reconhecida pelos nazistas, por causa do seu cabelo ruivo. E no dia 17 de abril de 1945, ela foi capturada e executada aos 24 anos. E dezoito dias depois de sua execução, a Holanda foi liberada.
Durante a ocupação nazista, aproximadamente três quartos da população judaica holandesa foram mortos. Felizmente, as irmãs Oversteegen sobreviveram à guerra e tiveram uma vida longa.
E, em 1996, as duas criaram a Fundação Hannie Schaft, para homenagear o legado da sua amiga.