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Curiosidades sobre o ácido hialurônico, produto usado em tratamento contra rugas

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O ácido hialurônico ficou conhecido nas últimas décadas como produto usado nas rotinas de cuidados com a pele. A substância pode ser aplicada nas camadas internas da pele para promover hidratação, fazer um preenchimento e dar contornos no queixo, bochechas, lábios e pálpebras.

Uma das estrelas da popular “harmonização facial”, o ácido hialurônico, aparece nos rótulos de muitos cremes e nas propagandas de clínicas de estética ou consultórios, sendo um sinônimo de beleza.

O que é ácido hialurônico?

Foto: katerinchik73/ ThinkStock

O ácido hialurônico é uma substância fabricada pelo nosso organismo e pelo de muitos outros animais. O produto tem a função de manter a hidratação natural das células que compõem as camadas internas da pele, além de ajudar a sustentar e preencher esse tecido.

“Com o passar dos anos e o processo de envelhecimento, a gente vai perdendo a matriz extracelular da pele, que se torna mais fina e solta”, explica a médica Alessandra Grassi Salles, em entrevista à BBC.

A “matriz extracelular” corresponde a todas as substâncias que fazem o “recheio” da pele e mantêm as células cutâneas unidas. Com o passar dos anos e a diminuição desses compostos, a camada superficial do nosso corpo costuma ficar flácida, ganhar rugas e se tornar menos espessa.

Nesse contexto, as aplicações de ácido hialurônico têm o objetivo de repor ou aumentar a quantidade dessa substância, fazendo com que a pele fique com a espessura desejada.

Qual a diferença entre os cremes e as injeções?

Foto: Getty Images

O médico Daniel Boro, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que o ácido hialurônico que nós produzimos naturalmente é absorvido pelo corpo em menos de 48 horas.

“A indústria então desenvolveu versões desta substância que são bem mais resistentes e permanecem no organismo por meses.”

O ácido hialurônico injetado nos procedimentos estéticos é obtido através de um processo de fermentação de alguns micro-organismos. Já os cremes carregam versões sintéticas desse ingrediente.

Os dois produtos também são diferentes no mecanismo de ação. “A função básica do creme é promover uma hidratação bem superficial da pele. Já os injetáveis têm o papel de preencher, dar suporte e rejuvenescer partes do rosto”, explica a médica Alessandra Ribeiro Romiti.

De acordo com os especialistas, o creme traz moléculas grandes, que não conseguem ultrapassar as primeiras camadas da pele. Por isso, não existe a possibilidade de o ácido hialurônico se aprofundar e preencher a matriz extracelular.

Um efeito similar de hidratação é notado em cápsulas que também trazem esse ingrediente.

No entanto, antes de começar a usar qualquer um desses itens, o ideal é procurar a orientação de um especialista.

Para quem o ácido hialurônico é indicado?

Foto: BLACKDAY/ ThinkStock

Os especialistas apontam que não existe uma recomendação que sirva para todas as pessoas. Para Romiti, tudo depende do objetivo do paciente e das características individuais dele.

“Não existe uma idade certa para iniciar o tratamento. Tem gente que começa a trabalhar as olheiras com 25 anos, outros buscam corrigir certos aspectos do rosto após uma cirurgia bariátrica ou querem uma abordagem mais global quando chegam aos 50 ou 60 anos”, afirma.

Salles acrescenta que o profissional de saúde precisa entender as motivações de cada pessoa.

“É um grande erro achar que a gente precisa ter um rosto de 30 anos para ser feliz. Se não trabalharmos o que está acontecendo dentro do paciente, ele pode até ficar com uma face rejuvenescida, mas nunca vai estar satisfeito de verdade”, destaca.

Os resultados da aplicação são definitivos?

Foto: Shutterstock

Uma preocupação de muitas pessoas é se os resultados são definitivos. Os especialistas afirmam que não. Até mesmo ácido hialurônico, utilizado em procedimentos, é absorvido pelo organismo.

“Em linhas gerais, ele permanece nas camadas da pele por cerca de um ano, mas esse tempo costuma variar entre seis e 18 meses.”

Vale destacar que existem formulações mais consistentes e outras mais maleáveis de ácido hialurônico. O profissional escolhe o tipo de acordo com a parte do rosto e o efeito desejado.

Além da consistência, a duração da substância depende da movimentação. A tendência é que ela se esgote mais rápido em áreas que se movem com muita frequência, como os lábios e os olhos, e permaneça mais tempo em partes menos móveis, como a mandíbula.

No entanto, os especialistas não esperam que o ácido hialurônico acabe para indicar novas aplicações.

“Nós realizamos um acompanhamento periódico e temos protocolos para fazer reposições, de acordo com a necessidade”, afirma Boro.

Efeitos colaterais depois do procedimento

Eventos adversos podem ocorrer. Por isso é importante que os especialistas e pacientes saibam identificá-los para agir rápido e conter os danos.

Um dos perigos é quando o produto é injetado na parte errada do rosto. Com isso, o ácido hialurônico pode parar dentro dos vasos sanguíneos que irrigam o rosto, provocando um entupimento que leva à morte de tecidos de partes do nariz, dos lábios ou até um quadro de cegueira.

“Para diminuir esse risco, é importante fazer esse procedimento com profissionais que tenham muita experiência e anos de treinamento”, afirma Salles.

Para minimizar os danos, pode ser usada uma enzima chamada hialuronidase, que tem a função  de absorver o ácido hialurônico aplicado de forma inadequada. No entanto, existem pacientes que têm alergia à hialuronidase e desenvolvem reações graves.

Além do entupimento de artérias e veias, outros efeitos colaterais que podem ocorrer são reações inflamatórias, marcadas por vermelhidão e inchaço, e a formação de nódulos no local da aplicação. Mas como o produto é absorvido pelo organismo, esses problemas costumam ser passageiros.

Para Salles, também pode ser considerado como um evento adverso, em algumas situações, a aplicação excessiva de ácido hialurônico e os resultados estéticos indesejados disso.

“É preciso encontrar um equilíbrio para que a pessoa se sinta bem e consiga reconhecer o próprio rosto no espelho.”

Fonte: BBC

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