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DC pode ter encontrado seu próprio caminho nos cinemas

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No último sábado, Coringa foi exibido no 76th Festival Internacional de Cinema de Veneza. Após ser ovacionado por oito minutos seguidos ainda na sala de exibição, o filme de Todd Phillips posteriormente foi aclamado pelos internautas. Embora só chegue oficialmente aos cinemas no dia 4 outubro, a produção da Warner Bros. já conta com excelentes avaliações pelas críticas e promete subverter todo nosso conceito sobre filmes de super-heróis.

Coringa tem sido colocado no mesmo patamar de O Cavaleiro das Trevas. A última é uma obra utilizada como referência nos filmes de super-heróis. Todavia, o que tem chamado atenção é que ele tem sido apontado como uma reinvenção do gênero. De acordo com David Ehrlich, crítico da Indie Wire, “Coringa é a revista em quadrinhos em tamanho humano e para adultos pelo qual os críticos da Marvel vem clamando. Não tem ação e nem efeitos visuais óbvios. Tudo é tão sombrio e sério que os fanboys do DCEU vão sentir como se tivessem morrido e visto o Snyder Cut”.

No entanto, apesar de enaltecer a abordagem utilizada por Phillips, Ehrlich também diz que esse é o pior cenário para o resto do mundo do cinema. De acordo com o crítico, a produção traz consigo uma espécie de intelectualização dos filmes de super-heróis. O que isso significa? Bom, ao mesmo tempo em que adaptações de histórias em quadrinhos podem ganhar mais credibilidade aos olhos do público, elas também podem passar do family friendly à uma audiência mais seleta. Como bem lembrado por Fábio Gomes, do Omelete, Coringa “é um drama para maiores de 18 anos que é um estudo sobre a loucura e a sociedade”. Esse filme segue a linha editorial da DC Black Label e, talvez por isso, esteja dando tão certo.

Quais os problemas do DCEU?

Pra começar, o DCEU em si já é o problema. A DC caminhou muito bem durante a trilogia do Cavaleiro das Trevas, referência nos filmes de super-heróis até hoje. Contudo, a partir do momento em que a Marvel anunciou os planos para Vingadores, a Warner fez aquela pressão de leve pra que o Universo Estendido DC acontecesse. Como era de se esperar, a tentativa de acompanhar a fórmula da Casa das Ideias não deu muito certo.

Enquanto o MCU começou com Homem de Ferro em 2008, o DCEU chegou com cinco anos de atraso ao lançar Homem de Aço em 2013, e sem o mesmo sucesso. Esse intervalo de tempo significou uma distância de anos luz entre os universos. Enquanto de um lado a Marvel Studios era elogiada pelo vanguardismo, os filmes da Warner eram vistos como inferiores. Após o lançamento de Homem de Aço, foram elaborados planos para o desenvolvimento de um universo inteiro de filmes compartilhados. Em 2014 a DC lançou uma ambiciosa lista de 10 filmes que se estendia de 2016 até 20202. Apenas duas semanas antes de Kevin Feige anunciar a Fase 3 do MCU. Sim, foi uma declaração de rivalidade explicitamente suficiente.

Após toda corrida contra o tempo, falta de conceito e cronologia mal planejada, decidiram fazer algumas mudanças que ocasionaram o sucesso significativo com Mulher-Maravilha, Aquaman e Shazam. Contudo, ainda não parecia que a DC estava sendo autêntica o suficiente. Por isso Coringa tem sido descrito como algo tão revolucionário, porque foi onde a DC finalmente pareceu ter encontrado sua identidade.

O futuro da DC nos cinemas

 

O primeiro grande passo da DC foi ter fugido do universo arquitetado por Snyder. Conceitualmente era algo incrível, mas na prática sempre resultava em algo insuficiente. Em seguida, a Warner pareceu ter aprendido com os erros anteriores e passou a dar mais liberdade aos diretores. Graças a esse avanço, Phillips pode trabalhar com liberdade em Coringa, explorando as possibilidades mais radicais possíveis.

Como consequência temos visto Coringa se destacando, mesmo sendo totalmente alheio ao resto do Universo DC. Alguns dizem que o longa pode ser considerado o melhor filme de super-heróis do ano. Sendo assim, ele concorre diretamente com Vingadores: Ultimato, o maior sucesso de bilheterias já registrado, até o momento. Esse é o maior sinal de que a solução para a DC, é deixar de tentar acompanhar a Marvel. Enquanto a última anunciou recentemente seu cronograma pra Fase 4 e revelou estar investindo em experimentalismo de novos gêneros, a DC já está um passo a frente nesse quesito. Coringa é a prova.

Além disso, para o futuro nós temos títulos cheios de potencial. Aves de Rapina, mesmo com um orçamento baixo, parece promissor. Mulher-Maravilha 1984 é uma sequência ansiosamente aguardada. The Batman tem dado dividido opiniões. Contudo, se Matt Reeves possuir a mesma liberdade que Nolan e o pensamento independente de Philips, podemos esperar uma excelente trilogia. Por fim, a perspectiva de James Gunn para Esquadrão Suicida promete finalmente entregar o que esperamos.

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