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Descubra como era viajar dentro da União Soviética

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Antes da quarentena fazer parte da nossa rotina, podíamos viajar para onde quer que quiséssemos, certo? Contudo, viajar nem sempre foi uma tarefa fácil. Sendo mais rígida do que qualquer medida de isolamento social, nós vamos mostrar como era viajar dentro da União Soviética.

Para sair para fora URSS, você precisava de um bom motivo, além de uma permissão especial vinda das autoridades. Além disso, não é como se viagens domésticas fossem muito mais fáceis. Por um lado, voos e trens eram mais baratos do que os da atualidade. Entretanto, por outro lado, era preciso enfrentar a superpotência repleta de vigilância.

Não era possível escolher onde morar

Em 1932, os passaportes nacionais se tornaram obrigatórios na União Soviética. Até então, poucas pessoas possuíam o documento. Dessa forma, com a decisão, não era permitido viajar sem o passaporte nacional, mesmo entre cidades soviéticas. No entanto, os membros do kolkhóz (as fazendas coletivas) e os trabalhadores não possuíam passaportes. Isso porque, muito se temia de que a mão-de-obra barata deixasse o campo.

Para viajar para além do distrito local, era preciso apresentar uma nota do conselho nacional. Assim, a permissão era válida por um período de apenas 30 dias. Caso um kolkhóznik partisse para uma outra cidade e nunca mais voltasse, ele receberia multa e seria deportado de volta. Além disso, infratores reincidentes podiam ficar até dois anos atrás das grades como punição.

Como isso, os regulamentos se tornavam cada vez mais rígidos, mas, mesmo após a morte de Stalin, 37% dos soviéticos não tinham passaporte, segundo dados de 1967 do Ministério da Ordem Social. Para se ter uma ideia, isso significava quase 58 milhões de habitantes do país. Com tantas restrições, os moradores sempre buscavam uma maneira de contornar as restrições. Desse modo, caso um cidadão se casasse com alguém de outra cidade, poderia se mudar. Também havia exceções no caso de permissão de trabalho ou para entrar em uma universidade. Contudo, essas práticas tiveram validade até o ano de 1974, pois neste ano, todos começaram a receber passaportes.

Cidades que não podiam ser visitadas

Mesmo com o passaporte em mãos, essa ainda não era uma garantia de que se podia viajar. Para isso, novamente, uma permissão era necessária. Entretanto, essas regras acabavam sempre sendo quebradas. Isso porque, era bastante comum ter pedidos negados sem qualquer tipo de explicação. Depois da queda da União Soviética, a permissão de residência, ou propiska, não era mais necessária. Ao invés disso, um documento intitulado “autorização de residência temporária/permanente” foi criado.

Além de todas essas regras, também havia uma longa lista de cidades e aldeias que eram completamente fechadas para visitação. Essas eram cidades que abrigavam instalações militares ou eram cidades fronteiriças. Contudo, mesmo hoje, muitas dessas cidades permaneceram fechadas por décadas e décadas.

Em muitos casos, cidadãos usavam passaportes de amigos para poder sair de férias. Sendo assim, ele retiravam as páginas já registradas e podiam se passar pela outra pessoa. Na época, os passaportes pareciam pequenos livretos com páginas grampeadas dentro. Dessa forma, falsificar documentos assim era muito mais fácil do que é hoje em dia.

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