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Diário Secreto do Holocausto, a segunda Anne Frank

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Em 1942, Renia Spiegel foi morta depois de ser encontrada pelos nazistas escondida em um sótão. Spiegel havia acabado de completar 18 anos quando foi assassinada. No entanto, seu diário, de 700 páginas, sobreviveu para imortalizar sua história.

A adolescente polonesa mantinha o diário desde seus 14 anos. Nele, ao longo de centenas de páginas, a jovem judia escreveu sobre seu cotidiano. O manuscrito ficou guardado, por 70 anos, no cofre de um banco, em Nova York. Agora, seu diário, finalmente, será publicado e o mundo poderá conhecer sua história.

O diário da menina polonesa também aborda os horrores vividos, por ela e seus familiares, durante o Holocausto. Sua mãe, Róza, e sua irmã, Elizabeth, que são sobreviventes daquele período, não tiveram coragem para ler todo o diário, por julgar as lembranças de Spiegel dolorosas demais.

No entanto, os familiares de Spiegel concordaram em permitir que a editora britânica, Penguin Books, o fizesse, além de permitir a publicação do diário como um livro. A publicação recebeu o nome de Renia’s Diary: A Young Girl’s Life in the Shadow of the Holocaust, ainda sem título em português, e será lançada em 19 de setembro, deste ano.

O Diário de Renia

“Eu li apenas uma parte (do diário) porque costumava chorar o tempo todo”, disse Elizabeth em entrevista à BBC. Inevitavelmente, o diário pessoal de Spiegel já se encontra sendo comparado com um outro diário muito famoso e que também retratava a visão de uma menina  sobre o holocausto: O Diário de Anne Frank.

“(O diário) é um testemunho extraordinário dos horrores da guerra e da vida que pode existir mesmo nos tempos mais sombrios”, disse a Penguin Books. Os relatos tem inicio em janeiro de 1939, quando Spiegel tinha apenas 14 anos e vivia em Przemyśl, na Polônia, sua cidade natal, e que se encontrava sob ocupação soviética. Naquela época, alguns bombardeios já haviam acontecido e foram relatados no diário.

Depois da invasão nazista em 1941, Spiegel descreve detalhadamente os horrores que ela e seus familiares viveram. As bombas que caiam, as famílias judias que foram desaparecendo uma-a-uma. Além de como foi a criação por parte dos nazistas de um gueto judeu em 1942.

Em um determinado momento, Spiegel e sua irmã acabaram sendo separadas de sua mãe. A quem ela, por vezes, chamou carinhosamente na publicação de “Bulus”. Em muitas partes de seu diário Spiegel concluiu dizendo “Deus e Bulus irão me salvar”.

Ao longo do diário, em meio a descrição dos acontecimentos cotidianos de uma Polônia ocupada por soviéticos e nazistas, a adolescente, que era uma aspirante a poeta, escreveu alguns poemas. Em certas partes de seu diário, em meio a todo o caos, Spiegel descreve alegremente com foi para ela se apaixonar pela primeira vez.

Boas e raras lembranças

Apesar de todos nós sabermos exatamente como tudo acaba, é impossível não ficarmos tocados. Especialmente com o momento em que ela descreve como foi dar o primeiro beijo em seu namorado, Zygmunt Schwarzer. Isso, poucas horas antes dos nazistas, invadirem Przemyśl.

Em julho de 1942, os nazistas encontraram Spiegel escondida em um sótão depois de escapar do gueto judeu. Ela deixou seu diário com seu namorado. Schwarzer foi então deportado para Auschwitz, mas deixou o diário com outra pessoa antes de partir. Entretanto, ele conseguiu sobreviver ao campo de concentração e, posteriormente, conseguiu recuperá-lo. Um tempo depois, ele se mudou para os Estados Unidos.

Em 1950, Schwarzer conseguiu devolver o diário de Spiegel para sua mãe, pois estavam morando em Nova York (EUA). Apesar de não conseguir lê-lo, Elizabeth sabia de sua importância e o guardou em um cofre, onde permaneceu até 2012. Naquele ano, sua filha, Alexandra Bellak, decidiu traduzi-lo.

“Fiquei curiosa sobre o meu passado, minha herança, essa mulher especial com o meu nome (o nome do meio é Renia/Renata) e não falo polonês (obrigada, mãe!) E ela nunca leu, pois era muito doloroso”, disse Bellak à CNN. “Entendi sua profundidade e maturidade, boa escrita e poesia, e com o surgimento de todos os ismos – anti-semitismo, populismo e nacionalismo -, eu e minha mãe percebemos a necessidade de trazer isso à vida”.

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