Entenda como foi a caça às ”bruxas”, movimento do século 15

No século 15, iniciou-se a perseguição às mulheres que supostamente possuíam poderes sobrenaturais. Durante aproximadamente quatro séculos, a Igreja liderou uma grande investida contra mulheres que de alguma forma haviam ferido as expectativas sociais, políticas ou religiosas. E hoje o termo caça às bruxas diz espeito especificamente à perseguição sistemática contra algum grupo.

No século 13, a Igreja criou o Tribunal do Santo Ofício, mais conhecido como Inquisição, para impedir que as pessoas desviadas dos ensinamentos cristãos deixassem a instituição. Para isso, eles usaram vários mecanismos de perseguição e punição. Geralmente, as ações da Inquisição são dividas em dois períodos: o medieval, do século 13 ao 14, e o moderno, do século 14 ao 19.

Foi durante o papado de Inocêncio VIII, em 1484, que foi emitida a bula oficial com condenações à prática da feitiçaria, o chamado Summis desiderantes affectibus. Essa bula também apoiava as ações necessárias para livrar a cristandade dos praticantes de bruxaria. Também nessa época, os inquisidores Jakob Sprenger e Heinrich Kramer escreveram o livro “O Martelo das Feiticeiras”, que serviria como um norte para várias perseguições às bruxas através de argumentos jurídicos e religiosos.

Caça às bruxas

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As mulheres foram o rupo mais acusado de praticar feitiçaria. Hoje em dia se calcula que elas representavam 80% de todos os denunciados. Por mais que pessoas de todas as classes sociais foram acusadas de bruxaria, as mulheres mais pobres eram as mais vulneráveis. Normalmente, elas eram viúvas e tentavam sobreviver fazendo remédios de ervas ou então fazendo um atendimento médico, que eram muitas vezes as únicas possibilidades que elas tinham.

E durante o período de crises epidêmicas, instabilidade política e mudança social, essas mulheres foram usadas como alvo de campanha das classes dominantes para direcionar o pânico da população, gerando histeria. Com isso, acontecimentos negativos começaram a ser considerados como ação das bruxas.

As mulheres acusadas de bruxaria ou que tinham pacto com o demônio poderiam ser aquelas com uma aparência tida como desagradável, tendo alguma deficiência física ou deformidades e idade avançada, ou então muito bela, que despertavam desejos não correspondidos em homens poderosos.

A caça às bruxas começou no sudeste da França em meados do século 15. O objetivo da ação era encontrar os culpados por eventos que variavam de pragas e colheitas falhadas até esterilidade feminina e impotência masculina.

Movimento

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O processo jurídico dessa caça às bruxas incluía mecanismos de “reconhecimento” das bruxas. Para isso, eram feitas coisas como pesá-las, já que se dizia que as bruxas pesavam nada ou quase nada, ou então amarrá-las e jogá-las em lagos ou rios abençoados previamente. Se elas afundassem elas eram vistas como inocentes, se flutuassem eram culpadas.

Além dessas, uma outra forma de “verificação” era a procura por “marcas do demônio”, ou seja, marcas de nascença, como pintas, verrugas ou até cicatrizes. Essas marcas eram procuradas no corpo da pessoa suspeita em um exame público depois de ter todos os pelos corporais retirados. Se uma marca fosse encontrada, ela era espetada com instrumentos cortantes. Se tivesse sangramento, a pessoa era inocente, mas se não, o que era comum por conta das técnicas específicas dos inquisidores, a pessoa era culpada.

Calcula-se que aproximadamente 100 mil pessoas foram executadas pela prática de bruxaria, geralmente na fogueira. Mas se elas tivessem confessado previamente, a execução era por estrangulamento. Se essas pessoas tivessem bens, eles eram confiscados. Por isso a Inquisição se tornou uma instituição bem rica.

Fim

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A caça às bruxas se estendeu pelas Reformas Religiosas do século 16 adentro. Os julgamentos mais famosos dela aconteceram em North Berwick, na Escócia, no final do século 16, e em Salem, nas 13 Colônias americanas, no final do século 17.

Contudo, conforme o Humanismo e o Iluminismo tiveram mais influência, acontecia a diminuição dos julgamentos por bruxaria. Até que no século 18 eles acabaram. Hoje em dia, o movimento feminista considera a caça às bruxas como um verdadeiro genocídio do sexo feminino.

Fonte: Info escola

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