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Espécie encontrada em caverna é a mais ameaçada do mundo

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A atividade humana está levando várias espécies de plantas e animais à extinção em uma taxa bastante alta. Seja por conta da perda de habitat, pesca excessiva e caça furtiva, ou pelo aquecimento global e poluição, a realidade é que as espécies estão morrendo mais rápido do que se pode compreender. E dentre elas, essa espécie encontrada em caverna do MT é a mais ameaçada.

Os animais da espécie troglóbia, que só vivem em cavernas, são pouco estudados e estão sendo ameaçados por conta da restrição de habitat. Isso porque eles não sobrevivem fora das cavernas, como explica o biólogo e especialista em fauna subterrânea Rodrigo Lopes Ferreira.

Justamente por esses animais viverem apenas no subterrâneo, eles são os mais ameaçados de extinção. Essa espécie é encontrada nas cavernas do Mato Grosso e também em outras regiões.

Espécie

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“A espécie troglóbia é conhecida de uma única caverna no estado, são muito endêmicas. Então, se aquela caverna for impactada e aquela população desaparece, a espécie inteira é extinta”, explicou o biólogo.

Os animais dessa espécie têm pigmentos que vão diminuindo ao longo da sua vida, enquanto outras estruturas do corpo vão se alongando, como por exemplo, suas antenas.

“Às vezes ficam completamente despigmentadas ou até mesmo albinas. Elas reduzem estruturas oculares também, muitas vezes tem olhos reduzidos ou até mesmo ausentes, ficam com antenas alongadas, pernas, barbilhões de peixes, justamente para perceber melhor esse ambiente. As troglóbias são as mais ameaçadas, porque o único habitat delas é o ambiente subterrâneo”, disse Ferreira.

De acordo com Ferreira, existem mais de 22 mil cavernas registradas no Brasil. E para que essa biodiversidade seja preservada, ele recomenda que o primeiro passo seja estudar esses ambientes. “Eu acho que a primeira coisa é a gente de fato, estudar esses ambientes, descobrir onde eles estão e como eles são”, disse.

Extinção

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Hoje em dia, existem mais de 250 espécies que vivem estritamente nesses ambientes subterrâneos. E na visão do biólogo, esse número tende a crescer à medida que mais pesquisas sejam feitas nesses ambientes.

De acordo com ele, os animais que habitam as cavernas podem ser classificados em quatro categorias. A primeira delas é a categoria chamada “acidentais”. O biólogo explica que esses são aqueles organismos que não são cavernícolas verdadeiros, ou seja, entram na caverna por acidente.

A segunda categoria são os trogloxenos, que usam o ambiente cavernoso para alguma finalidade, como por exemplo, como abrigo. A terceira são os troglofilos. Eles conseguem completar todo seu ciclo de vida nesse ambiente subterrâneo, mas eles também podem sair da caverna e viver a céu aberto.

Esse ponto é a principal diferença entre os troglofilos e as troglóbias. “Então, as primeiras pessoas que passaram adentrar cavernas, eles viram que existe uma variedade muito grande de formas de vida lá dentro, com níveis diferentes de especialização ao ambiente subterrâneo. Lembrando que cavernas são ambientes escuros, permanentemente escuros, você não vai ter fotossíntese acontecendo lá dentro, então, não tem produtividade primária via fotossíntese. São ambientes com menos alimento do que fora dela”, explicou Ferreira.

Preservar espécies

espécie

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Segundo o biólogo, uma estratégia para evitar que essa espécie seja colocada em risco seria a adoção dos planos de manejo. Por exemplo, Ferreira fez vários trabalhos na Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá, e observou que visitação dos turistas nestes locais poderia ser um risco para essas espécies e também aos próprios visitantes.

“A caverna Aroe Jari, que já era visitada há muito tempo, houve a necessidade de regulamentar, por assim dizer, essa visitação e para isso servem os planos de manejo. Eles são obrigatórios quando se tem algum tipo de uso previsto para essa caverna, e o turismo é exatamente isso. O plano é para proteger, tanto a caverna, em relação aos impactos que a visitação pode causar a ela, quanto aos próprios visitantes. Então, essas duas coisas acabam sendo importantes para serem verificadas e compor um bom plano de manejo”, pontuou ele.

Lenda

espécie

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Um ponto curioso que Ferreira conta é que a espécie de troglóbias originou a lenda dos dragões europeus. Isso aconteceu por conta do formato do corpo desses animais e pelo seu estilo de vida restrito dentro da caverna.

“As lendas dos dragões europeus surgiram por causa desses bichinhos. Eles acreditavam que os dragões viviam em cavernas e nada mais era que uma espécie troglóbia, altamente especializada em modo de vida subterrânea, que eventualmente era carregada para fora da caverna durante fortes inundações. Isso aqui é um marco”, contou ele.

Fonte: G1

Imagens: G1

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