Curiosidades

Esse implante cerebral tratou com sucesso a depressão resistente em um paciente

0

A depressão é um distúrbio afetivo que gera tristeza profunda, uma perda generalizada de interesse, falta de ânimo, prazer e algumas oscilações de humor. Mas engana-se quem pensa que existe apenas um tipo de depressão. Existem vários tons sob a tenda da depressão.

Felizmente, estamos vivendo um momento em que falar sobre saúde mental não é mais um tabu, como já foi no passado. As pessoas estão se sentindo mais confortáveis em debater sobre o assunto e procurar ajuda.

Além disso, os pesquisadores do mundo todo tem trabalhado constantemente em novas opções de tratamento para a depressão. Como por exemplo, esse implante cerebral recém projetado para a depressão resistente.

Implante

O novo tratamento veio da estatística de que até um terço da pessoas com depressão não respondem ou acabam se tornando resistentes ao tratamento. Com isso, nenhum medicamento ou tipo de terapia parece ajudar. Então, para as pessoas que sofrem com depressão resistente ao tratamento, o futuro pode parecer sombrio.

Como foi o caso de Sarah, de 36 anos, que sofria com depressão severa e resistente ao tratamento desde que ela era criança. Contudo, uma nova intervenção de prova de conceito deu a ela um alívio significativo e deu esperança para muitas pessoas iguais a ela. O único problema é que essa intervenção exige um “marca-passo cerebral” personalizado para cada pessoa.

“Eu estava no fim da linha. Eu estava gravemente deprimida. Não conseguia me imaginar continuando se isso fosse tudo que eu seria capaz de fazer, se nunca pudesse ir além disso. Não era uma vida que valesse a pena ser vivida”, contou Sarah.

Caso

Felizmente, a mulher conseguiu participar do estudo com uma equipe de pesquisa em neurociência da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF). O estudo da equipe consistia em investigar métodos de estimulação cerebral profunda que poderiam conseguir dar um alívio nos sintomas de depressão.

E por mais que o implante cerebral possa parecer uma ideia assustadora para algumas pessoas, essa estimulação profunda teve um passado de sucesso em outras doenças cerebrais. Como por exemplo, a doença de Parkinson e a epilepsia.

Contudo, a depressão é bem mais complicada do que qualquer outra doença. No entanto, até agora, os resultados dessa estimulação cerebral profunda em regiões específicas do cérebro foram mistos. Sendo em sua maioria desanimadores.

Entretanto, a equipe da UCSF fez uma mudança significativa nesse tipo de terapia. Ao invés de aplicar o mesmo tratamento de estimulação cerebral para todos os pacientes, os pesquisadores rastrearam, de forma manual, onde a depressão de Sarah aparecia em seu cérebro.

Tratamento

Com isso, eles identificaram um biomarcador, que no caso foi um padrão específico de ondas cerebrais, que não tinha sido identificado antes no transtorno depressivo maior. Então, eles o suaram para personalizar a máquina para que ela estimulasse somente quando e onde esse biomarcador fosse expresso.

Nesse caso, a equipe colocou um eletrodo na parte do cérebro onde o biomarcador foi encontrado e outro onde estava o “circuito de depressão” de Sarah. E levou algum tempo até que o melhor lugar para o alívio dos sintomas fosse descoberto.

Quando o primeiro eletrodo foi inserido, ele detectaria  biomarcador. E o segundo eletrodo iria produzir uma pequena quantidade de eletricidade por seis segundos na região do cérebro.

“A eficácia desta terapia mostrou que não apenas identificamos o circuito cerebral e o biomarcador corretos, mas fomos capazes de replicá-lo em uma fase posterior totalmente diferente do teste usando o dispositivo implantado. Esse sucesso em si é um avanço incrível em nosso conhecimento da função cerebral que está por trás das doenças mentais” disse a primeira autora, a psiquiatra da UCSF Katherine Scangos.

Observações

E um ponto importante de se frisar é que esse resultado bem sucedido foi visto em apenas uma paciente até o momento. Vários outros estudos examinaram a estimulação cerebral profunda, mas não se concretizaram nos testes.

Além do mais, os pesquisadores também não sabem como essa abordagem se sairá com o tempo. Mas no caso de Sarah, essas mudanças foram imensas.

“Nos primeiros meses, a diminuição da depressão foi tão abrupta, e eu não tinha certeza se iria durar. Mas durou. E percebi que o dispositivo realmente aumenta a terapia e o autocuidado que aprendi”, relatou ela.

Por mais que seja empolgante estimular o cérebro somente uma vez, ou nesse caso o biomarcador, e seja uma nova forma de usar a estimulação cerebral profunda na depressão é bem provável que o biomarcador não é universal. Isso quer dize que os pesquisadores irão precisar encontrar a versão individual de cada paciente para que possam tratá-los.

“Precisamos ver como esses circuitos variam entre os pacientes e repetir esse trabalho várias vezes. E precisamos ver se o biomarcador de um indivíduo ou o circuito do cérebro muda com o tempo à medida que o tratamento continua”, concluiu Scangos.

Fonte: https://www.sciencealert.com/36-year-old-gets-brain-implant-to-treat-depression-in-world-first

9 músicas nacionais que já apareceram em filmes e séries estrangeiras

Artigo anterior

Exposição ao calor extremo triplicou nas cidades em algumas décadas

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido