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Estudo diz que enfim é possível saber a origem do comportamento homossexual no reino animal

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Para os desinformados, a ‘homossexualidade refere-se à característica, condição ou qualidade de um ser (humano ou não) que sente atração física, estética e/ou emocional por outro ser, do mesmo sexo ou gênero’. A homossexualidade está presente também no mundo animal.

Já foi observado, em algumas espécies, esse comportamento e acreditem, parece ser mais normal do que se imagina. Segundo a teoria de Darwin, os organismos mais bem adaptados, são aqueles que sobrevivem e deixam o maior número de descendentes. Perpetuar a espécie é a maior motivação da sobrevivência.

Mesmo com isso em mente, já foram observadas mais de 1.500 espécies, de gado, albatrozes, golfinhos, e até mesmo, vermes, que têm o comportamento homossexual. Exatamente por esse comportamento ser tão comum e presente entre os animais, o novo estudo resolveu mudar sua pergunta principal. Então, ao invés de “porque”, eles começaram a se perguntar “por que não?”.

De acordo com cientistas da Universidade Yale, Universidade da Califórnia em Berkeley, Universidade do Texas e Universidade Syracuse, o comportamento sexual, com o mesmo sexo, é neutro ou então não prejudicial.

Comportamento

E tal comportamento pode não ter trazido custos biológicos, mas sim algumas vantagens. Segundo a teoria de Darwin, os traços, que são benéficos para a sobrevivência de uma espécie, costumam prevalecer. Isso porque ajudam o indivíduo a se manter vivo e se reproduzir para passar o gene para frente.

Mas nem todos os traços de uma espécie são selecionados dessa maneira. De acordo com os pesquisadores desse novo estudo, eles deram destaque para um mecanismo evolucionário chamado “desvio genético”. Que é uma explicação para o comportamento homossexual nas espécies.

“Às vezes, quando as populações mudam ao longo do tempo, é apenas por causa do acaso, não porque qualquer variante, em particular, seja melhor ou pior em termos de condicionamento físico”, afirma Erin Giglio, uma das autoras do estudo, da Universidade do Texas.

As hipóteses antigas assumiam que esse comportamento tinha evoluído de maneira independente, entre as espécies de animais. Mas esse novo estudo acredita que essa característica é encontrada em um ancestral comum. Em uma espécie, que fazia o acasalamento indiscriminado como estratégia reprodutiva.

Características

“Em qualquer característica tão amplamente vista em diferentes espécies de animais, você normalmente consideraria a hipótese de que a característica existia desde a origem”, disse a principal autora do artigo, Julia Monk, da Universidade Yale.

Esse ancestral, provavelmente, era um organismo multicelular e imóvel, que não tinha como diferenciar macho de fêmeas da sua espécie. Coisa que hoje a maioria dos animais consegue, olhando traços corporais.

Por esse motivo, esse ancestral tinha relações com ambos os sexos, para melhorar as suas chances de reprodução. A autora principal do artigo ainda enfatiza que muitas pesquisas tendem a considerar o comportamento homossexual, como tendo um custo biológico alto. Mas eles negligenciam os potenciais benefícios, que explicariam o porquê dele ter evoluído.

Os pesquisadores do novo estudo concordam e creem que, se é que existem custos biológicos para o comportamento homossexual, eles são baixos. Principalmente, em comparação com outros obstáculos reprodutivos, como por exemplo, a infertilidade ou concorrência.

Visão

Os cientistas ainda afirmam que os biólogos evolucionistas, historicamente, olham para o mundo natural sob uma perspectiva humana. E consideram comportamentos, como relações sexuais, com o mesmo sexo como “inadequadas” ou “irrelevantes”.

Exatamente por esse motivo, é que os cientistas, desse novo estudo, usaram os termos  “comportamento sexual com o mesmo sexo” e “comportamento sexual com o sexo oposto”, ao invés de “homossexualidade” e “heterossexualidade”.

“Pensar criticamente sobre a maneira como abordamos determinados fenômenos e tentar entendê-los é realmente importante, para obter respostas claras sobre de onde viemos ou quem somos. Se não fizermos as perguntas certas, nunca obteremos as respostas certas”, resume Giglio.

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