Curiosidades

Experimento que já dura mais de 140 anos desenterra mais uma de suas garrafas secretas

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Os cientistas fazem os mais variados experimentos. Geralmente, estamos acostumados com aqueles que duram algumas semanas, ou até mesmo alguns anos. Contudo, o tempo para um experimento pode ser o mais variado possível, durando, às vezes, mais do que 100 anos.

Em um dia as quatro da manhã, um grupo de cientistas foram para um local munidos de lanternas, pás, espátula, fita métrica e um mapa antigo. O mapa mostrava a localização de uma coisa preciosa que estava escondida embaixo do solo.

Experimento

Então os pesquisadores desenterraram parte de um experimento. Experimento esse que tinha um longo prazo de duração, começando em 1879, no campus do que atualmente é a Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos.

Na época, o botânico William Beal se questionou sobre quanto tempo sementes poderiam ficar viáveis embaixo do solo. Então, ele projetou um estudo bem audacioso para descobrir sua dúvida. Mesmo sabendo que a resposta poderia não vir durante sua vida.

O professor de biologia vegetal na universidade, Frank Telewski, explica que BEal usou 20 garrafas de vidro para fazer seu experimento. “Essas 20 garrafas, foram preenchidas com uma mistura de sementes e areia. E a mistura de sementes com areia continha 21 espécies de plantas, com 50 sementes por planta”, explicou.

As sementes colocadas nas garrafas eram de ervas daninhas comuns. E a ideia do botânico era descobrir quanto tempo essas plantas poderiam continuar vindo de sementes que já estavam na terra.

Garrafas

Por isso, Beal enterrou suas garrafas no solo e manteve o local secreto para que elas não fossem perturbadas. E a cada cinco anos, ele desenterrava uma garrafa e verificava se as sementes geminaram em plantas. Em 1910, o botânico se aposentou e passou seu experimento para um colega. Depois de um tempo, esse colega passou para outro e assim por diante.

Esse estudo durou bem mais tempo do que Beal pretendia. Ao invés de a cada cinco anos checar as garrafas, os outros pesquisadores passaram a desenterrar uma garrafa a cada 10 anos. Depois a cada 20 anos. Em 2000, Telewski ajudou um colega a desenterrar uma garrafa quando ele assumiu o controle do experimento. Na  época, duas ervas daninhas ainda eram capazes de germinar.

O ano de desenterrar a outra garrafa era 2020. Contudo, Telewski pensou no futuro e decidiu que precisava passar o experimento para a próxima geração. Até porque ele completou 65 anos de idade ano passado. Então ele escolheu três colegas jovens na universidade para serem os  novos zeladores do experimento.

Um dos cuidadores, Lars Brudvig, disse que a experiência de trabalhar nesse experimento é diferente de tudo que ele fez no passado.

“Algo como mais pressão do que o normal. Como faço parte desse grande processo, é maior do que eu, e quero ter certeza de que seja feito corretamente e que seja levado adiante adequadamente, tanto para as gerações de biólogos de plantas no passado que estiveram envolvidos, mas também para as gerações que ainda estão por vir que estarão envolvidas no futuro” disse.

Continuação

Marjorie Weber foi uma outra cuidadora do experimento e disse que foi muito legal tirar a garrafa do chão sabendo que “a última pessoa a tocá-la foi o professor Beal, há 140 anos, sabe, essa pessoa que escrevia cartas para Darwin”.

Os pesquisadores então levaram a garrafa para um laboratório e espalharam quase todo conteúdo na terra em um vaso. A bióloga molecular Margaret Fleming tirou algumas sementes de uma espécie que não germina há aproximadamente 100 anos.

Ela quer analisá-las para ver se alguma das máquinas celulares ainda estaria ativa, mesmo que as sementes não possam germinar. Para isso, ela usará ferramentas genéticas que nem eram imaginadas na época de Beal.

“Sabemos que as sementes podem durar muito tempo em condições perfeitas, como em cofres de armazenamento de sementes ou no permafrost. Nós realmente não sabemos quanto tempo as sementes podem durar no solo. E é aí que a maioria das sementes estão”, disse Weber.

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