Ciência e Tecnologia

Feto é encontrado em múmia de 2 mil anos

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Pesquisadores poloneses registraram em abril de 2021 o primeiro caso conhecido de uma múmia egípcia grávida. No dia 30 de dezembro do mesmo ano, o Journal of Archaeological Science revelou novas informações a respeito da preservação do feto.

Durante as últimas décadas, depois da múmia ser doada à Universidade de Varsóvia, em 1826, os cientistas consideraram que era um sacerdote do sexo masculino. Porém, de acordo com o site do The New York Times, em 2016 foi revelado que a múmia era uma mulher grávida. A descoberta foi realizada um ano antes de um estudo que abrange mais de 40 múmias no Museu Nacional de Varsóvia.

A múmia foi nomeada como Senhora Misteriosa por causa dos enigmas que cercaram sua trajetória. Apesar de muitos dos seus mistérios já terem sido desvendados, os cientistas ainda precisavam descobrir mais informações sobre a sua gravidez e como o feto foi preservado dentro da múmia.

Como o feto foi preservado dentro da múmia

Warsaw Mummy Project

De acordo com os especialistas, a múmia em questão tinha aproximadamente de 20 a 30 anos quando morreu. Estima-se que a mulher estava entre a 26ª e a 30ª semana de gestação, segundo informações do portal Heritage Daily.

Esta nova pesquisa, publicada em dezembro de 2021, relata como o feto seguiu preservado dentro da múmia mesmo depois de mais de dois mil anos, devido a um processo incomum de decomposição.

O feto estava coberto por natrão, um mineral composto por carbonato de sódio hidratado e bicarbonato de sódio, assim como pequenas quantidades de cloreto de sódio e sulfato de sódio. Como o feto ainda estava no útero, o Ph foi alterado devido a processos químicos ligados ao processo de decomposição, com isso, formou-se ácido fórmico e outros compostos. Por causa dessa mudança do ambiente alcalino para o ácido, foi provocada a descalcificação dos ossos do feto.

Por isso, os ossos começaram a secar e se mineralizar e os tecidos moles do feto continuaram perfeitamente preservados. Posteriormente, os pesquisadores do projeto, Warsaw Mummy Project, notaram ossadas de forma dificultada nas radiografias e tomografias computadorizadas.

“Depois que uma pessoa morre, o ácido fórmico começa a ser liberado no sangue e o ambiente no corpo do falecido torna-se ácido. Um fenômeno semelhante ocorreu no ventre da senhora misteriosa”, informaram os cientistas, por meio de uma postagem no Facebook.

Ainda de acordo com a publicação, os ossos de fetos já são pobremente mineralizados por natureza, principalmente antes do sétimo mês de gestação. Neste período, eles se dissolvem em grande parte. “Mais tarde, quando o corpo da mãe foi embalsamado, o útero e o feto secaram”, explicaram os especialistas no post.

Visto que a descoberta foi considerada única pelos pesquisadores, eles seguem investigando esse fenômeno. Estão previstas a publicação de novos artigos sobre a múmia grávida, que data aproximadamente no século 1 a.C. Além disso, a múmia se trata de uma mulher de alto status, a considerar pelas roupas que ela está vestindo: linho e tecidos, junto com caros conjuntos de amuletos.

Fonte: Revista Galileu

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