Sofrendo condições médicas dolorosas, medos irracionais e deficiências graves. Estas são as crianças refugiadas da Síria – forçadas a deixar suas casas e a morar em acampamentos onde eles se refugiam e esperam desesperadamente por tratamento médico e moradias dignas.

O Fotógrafo sueco Magnus Wennman documentou as cenas de partir o coração dentro de campos de refugiados da região, onde dezenas de milhares de crianças se abrigaram da guerra civil síria.

Muitos daqueles que vivem nos campos precisam de atenção médica urgente. Doenças hepáticas, cegueira, poliomielite e outras doenças são frequentes. Muitas das crianças são órfãs e sequer conseguem lembrar da vida delas sem assassinatos e estão crescendo sem instrução ou com medos irracionais causados pelos horrores da guerra.

Veja abaixo as fotos comoventes tiradas pelo fotógrafo:

Entendendo o conflito

Atualmente, um intenso conflito interno está acontecendo na Síria. Ele começou como uma série de grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011 e se tornou uma violenta revolta armada em 15 de março de 2011. Tudo isso ganhou força com outros protestos simultâneos no mundo árabe.

A oposição do governo alega estar lutando para destituir o presidente Bashar al-Assad do poder para posteriormente instalar uma nova liderança mais democrática no país. O governo sírio afirma estar apenas combatendo terroristas armados que querem desestabilizar o país.

Com o passar do tempo, a guerra deixou de ser uma simples “luta por poder” e passou também ter novas motivações envolvendo questões territoriais e religiosas. Diversas facções entraram em conflito umas contra às outras. A guerra de espalhou pela região, atingindo países como Iraque e o Líbano. Outra consequência foi o aumento da rivalidade entre xiitas e sunitas.

Primeiros conflitos

Tudo começou com protestos que pediam maior liberdade de imprensa, direitos humanos e uma nova legislação. Desde 1962, a Síria está em estado de emergência. Hafez al-Assad esteve no poder por trinta anos, e seu filho, Bashar al-Assad, tem mantido o poder com mão firme nos últimos dez anos.

Em resposta aos protestos, o governo sírio mandou que as tropas encerrassem as rebeliões a todo custo. O resultado da repressão e do confronto com os manifestantes acabou sendo centenas de mortes, a grande maioria de civis. No fim de 2011, soldados desertores e civis armados da oposição formaram o chamado Exército Livre Sírio para iniciar uma luta convencional contra o Estado. Os EUA entrou no meio da briga e apoia os rebeldes que querem derrubar o governo do ditador.

Aproveitando-se dos conflitos um grupo chamado Estado Islâmico começou a tomar territórios na região. Lutando inicialmente ao lado da oposição síria, as forças desta organização passaram a atacar qualquer uma das facções (sejam apoiadoras ou contrárias a Assad) envolvidas no conflito, buscando hegemonia total. Eles rapidamente iniciaram uma grande expansão militar. Então, diversas nações ocidentais, como os Estados Unidos, iniciaram uma intervenção armada contra os extremistas.

Vítimas

Segundo informações de ativistas de direitos humanos dentro e fora da Síria, o número de mortos no conflito passa das 220 mil pessoas, sendo mais da metade de civis. Outras 130 mil pessoas teriam sido detidas pelas forças de segurança do governo. Mais de quatro milhões de sírios já teriam buscado refúgio no exterior para fugir dos combates, com a maioria destes tomando abrigo no vizinho Líbano. O conflito também gerou uma enorme onda migratória de sírios e árabes em direção a Europa.