Gol suspende transporte de pets no porão do avião por 30 dias depois de morte de cachorro

As pessoas que têm animais de estimação sabem o amor que esses animais dão aos seus donos. O amor é tanto que o pet acaba sendo considerado membro da família. Por conta disso, os tutores não querem que nada de mal aconteça a eles, e se acontece, o luto é tão grande como se fosse um parente, ou até pior.

Infelizmente, casos de morte de animais por conta de descuidos acontecem. Um exemplo recente disso aconteceu nessa segunda-feira, quando Joca, um golden retriver, embarcou em um voo da Gol com destino a Sinop, em Mato Grosso. Contudo, por conta de um erro da companhia aérea, o cachorro foi parar em Fortaleza, no Ceará.

Depois disso, a Gol anunciou que o transporte de pets no porão dos aviões está suspenso a partir dessa quarta-feira. De acordo com o comunicado da empresa, os passageiros ainda podem levar seus pets na cabine do avião.

Por conta dessa decisão, os clientes que já contrataram o serviço de transporte pelo porão pela GOLLOG Animais podem pedir a restituição total do dinheiro ou então adiar a viagem.

Morte do pet

Diário do nordeste

De acordo com João Fantazzini, tutor de Joca, que acabou morrendo no transporte aéreo da Gol, tinha sido apresentado à companhia aérea um atestado veterinário mostrando que o cachorro iria suportar uma viagem de duas horas e meia. No entanto, com o erro da empresa, Joca acabou ficando dentro do avião por quase oito horas.

“Eu sempre vi as mensagens das pessoas sobre os cachorros morrerem nesta situação, mas eu nunca esperava isso, acho que o que mais me dói é saber que ele sofreu lá dentro, porque não é justo ele ter morrido desse jeito”, contou João.

O cachorro tinha cinco anos de idade e foi levado por engano para Fortaleza, ficando aproximadamente 1h30 na pista de embarque e desembarque, com uma temperatura de aproximadamente 36ºC. De acordo com a família, o pet ficou esse tempo todo dentro do canil, sem comer.

“Não tem ninguém que aguente uma pista aérea com 36°C de sol. Ele [estava] fechado na caixa. Não o tiraram da caixa, ele voltou todo molhado”, contou João.

Através de nota, a Gol afirmou ter sido surpreendida com a morte do pet porque ele teria recebido os cuidados da equipe na capital cearense. Conforme a empresa, o óbito do cachorro aconteceu depois do pouso em Guarulhos.

A viagem aconteceu porque os dois iriam se mudar para Sorriso. Os dois iriam embarcar para chegar no mesmo horário em Sinop, mas quando João desembarcou e foi procurar por seu pet a companhia perguntou se ele queria voltar para São Paulo para buscar Joca, que estava em outro estado por conta de um falha.

A Gol ofereceu um voo de ida e volta de Mato Grosso a São Paulo de graça, além da hospedagem. Quando João chegou em São Paulo, ele foi recebido por um funcionário da companhia dentro do avião, que lhe ofereceu comida e depois o deixou esperando até o pouso do voo onde Joca estava.

“Às vezes eu sinto que foi egoísmo meu, que eu poderia tê-lo deixado aqui [em São Paulo], mas sempre fomos eu e ele, sempre. Quando eu saía do meu apartamento, ele ficava me esperando o dia inteiro na frente da porta. Ele era um filho para mim. Eu sempre falei que ele foi a minha melhor escolha e agora ele foi embora. O que mais me mata é que ele não deveria ter morrido daquele jeito que eu vi”, desabafou João.

“Ele saiu bem, ele voltou morto para mim. Um descaso total lá dentro, porque ninguém falava nada [comigo]. Eles vinham com lanchinho para mim, pra quê que eu vou querer comer? Eles acham que eu preciso que alguém me dê um lanche para comer? O que eu espero é que eles paguem”, completou.

João ficou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, esperando o voo que seu pet estava chegar e o recebeu sem vida dentro da caixa de transporte. O tutor tinha sido avisado que seu cachorro tinha passado mal e que um veterinário tinha sido chamado. Conforme João, ele foi ver seu cachorro depois de três horas que ele tinha desembarcado.

“[Disseram que] ele não se sentiu bem no voo, perguntei se ele tinha morrido, e ela não respondeu. Pediram para um veterinário vir, não tinha veterinário lá, nem aqui quando ele chegou”, contou.

Pronunciamento da empresa

GOLLOG