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Inteligência artificial mapeou efeitos de alucinógenos no cérebro

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As drogas nem sempre causam apenas efeitos negativos. Sabe-se que milhões de pessoas, ou até mesmo bilhões, usam drogas de todos os tipos, entre as ilegais e provindas do submundo, até chegar no cafezinho de cada dia. Assim, pesquisadores fazem o uso assistido de alucinógenos e psicotrópicos no tratamento de distúrbios e transtornos mentais. Por conta disso, eles criaram uma inteligência artificial que consegue mapear os efeitos dessas drogas no cérebro.

O projeto foi revelado na revista “Science Advances”. O que se sabe é que as drogas psicotrópicas afetam o estado mental, e vão desde antidepressivos e medicamentos para ansiedade até alucinógenos ilícitos. Foi justamente nos alucinógenos ilícitos que o estudo com a inteligência artificial se concentrou.

Até porque, cada alucinógeno tem uma maneira de funcionar no corpo e traz experiências subjetivas que criam efeitos terapêuticos diferentes, como por exemplo, a redução da depressão e da ansiedade. Por conta disso, entender como esses efeitos são atingidos pode ajudar os médicos e pesquisadores a otimizar o uso terapêutico dos alucinógenos.

Estudo

Freepik

Para o estudo, os pesquisadores analisaram mais de seis mil relatos de experiências alucinógenas. A partir disso, a inteligência artificial dividiu um certo texto em palavras individuais para conseguir contar quantas vezes a palavra aparecia.

Depois disso, ela identificou as palavras para determinados receptores no cérebro. Então, a inteligência artificial usou um algoritmo para mapear essas experiências em diferentes regiões cerebrais, combinando com os tipos de receptores em cada área.

Como resultado, os pesquisadores conseguiram identificar mudanças na percepção sensorial relacionada a um receptor de serotonina no córtex visual do cérebro. Esse receptor se liga a uma molécula responsável por regular o humor e a memória.

Além dessa, outras sensações se relacionaram aos receptores de dopamina e opioides, em lugares do cérebro envolvidos no gerenciamento de informações sensoriais e emocionais. Já as alucinações auditivas estavam relacionadas a vários receptores espalhados por todo o córtex auditivo.

Inteligência artificial

Smoke buddies

Com a inteligência artificial, o estudo também descobriu que os alucinógenos diminuem temporariamente alguns processos cognitivos que estão envolvidos com a inibição, atenção e memória, além de amplificarem as regiões cerebrais de experiência sensorial.

Tendo todas essas informações, os pesquisadores acreditam que essas descobertas feitas pela inteligência artificial podem levar a novas formas de combinar os compostos existentes para que se produza efeitos para o tratamento de várias condições psiquiátricas.

Uso

Infobae

Em relação a usar drogas psicodélicas como tratamento, cada vez mais pesquisas têm mostrado que as experiências com elas podem ser boas ou ruins, assustadoras e desconfortáveis, mas que levam a melhorias.

Com isso, os cientistas descobriram uma droga psicodélica que promete produzir efeitos antidepressivos bem rápidos e duradouros em camundongos e sem ter nenhum efeito de alucinação.

A molécula chamada AAZ-A-154 atua nos mesmos receptores de serotonina no cérebro, assim como as drogas antipsicóticas e psicodélicas. Isso promove o crescimento neuronal e produz comportamentos que são benéficos nos roedores depois de uma única dose.

Algumas drogas psicodélicas que estão sendo estudadas, como por exemplo a psilocibina, geralmente, desencadeiam alucinações. Isso quer dizer que elas devem ser usadas só como tratamento sob a orientação e supervisão de especialistas.

Então, encontrar uma alternativa segura e sem o risco de alucinações seria uma coisa extremamente útil. Contudo, a questão é que os pesquisadores ainda não sabem se esses efeitos alucinógenos são necessários para realmente conseguir remodelar o cérebro.

Até o momento, esses compostos só foram testados em ratos. Por isso, os pesquisadores ainda não sabem como eles realmente irão funcionar nos humanos. Assim, pesquisas são necessárias para entender os mecanismos subjacentes.

Fonte: Canaltech

Imagens: Freepik, Smoke buddies, Infobae

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